Energia Nuclear: A Energia que Soluciona e o Rejeito Sem Solução – Parte I

O AUTOSSUSTENTÁVEL foi convidado a realizar uma visita à Central Nuclear de Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), localizada na praia de Itaorna em Angra dos Reis. Com muita satisfação e gratidão pude representar a Rede Autossustentável, e gostaria de dividir esta experiência e opinião a respeito do assunto. A energia é tema constante nas discussões de desenvolvimento sustentável e uso eficiente dos recursos naturais. Acredito que o momento é oportuno para a discussão quanto aos desafios e oportunidades da geração de energia nuclear, tendo em vista o atual cenário de escassez hídrica e necessidade de utilização de diferentes fontes de energia.
Autossustentável: Blogueiros e outras mídias visitando a Central Nuclear
  
A Energia que Move o Brasil e o Mundo
Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética – EPE, estima-se um crescimento no consumo de energia elétrica no Brasil de 4,3% ao ano até 2023 (Agencia Brasil, 2014). Nossa matriz energética é composta basicamente de geração hidráulica, e vivemos um momento crítico histórico, de total atenção e necessidade de inclusão urgente de fontes alternativas de geração de energia. São calorosos e muito discutidos os entraves nos processos de licenciamento ambiental de novas usinas hidrelétricas e linhas de transmissão, tendo em vista todas as questões socioambientais em torno dos reservatórios, e da distância dos grandes centros urbanos para distribuição de energia.

As demais fontes de energia no Brasil são basicamente provenientes da queima de carvão, óleo combustível ou gás natural, através das usinas termelétricas. Vale lembrar que elas estão a todo vapor desde o inicio do ano, devido ao baixo nível dos reservatórios. Muito se discute sobre as desvantagens desta fonte de geração de energia, principalmente no que tange aos impactos ambientais de poluição e impactos sociais nas comunidades do entorno. Porém, a possibilidade de construção próxima aos centros urbanos reduz os custos com as linhas de transmissão, tornando as usinas térmicas mais competitivas e atraentes (Ambiente Brasil, 2014).

Autossustentável: Percentual de geração de energia por tipo
Fonte: Eletronuclear, 2014
Contudo, não só de abundância hídrica nosso país é conhecido. Nosso clima favorece a utilização de energia através das usinas eólicas e solares. Enormes são as suas vantagens, dentre elas a não geração de gases do efeito estufa e resíduos, e fonte inesgotável de energia.  Infelizmente, este tipo de geração de energia mais sustentável ainda é pouco explorado no Brasil. Talvez pelos altos custos de aquisição dos equipamentos como aerogeradores e painéis solares, ou da necessidade de construção de longas linhas de transmissão para interligar ao sistema nacional. As desvantagens dessas usinas são os impactos na paisagem, e impactos sobre as aves locais ainda pouco conhecidos, como, por exemplo, os choques com as gigantes pás dos parques eólicos.
Se compararmos a produção de energia elétrica no Brasil com a produção mundial, é possível entender porque ainda assim o país está bem posicionado no que tange ao uso eficiente dos recursos naturais na geração de energia, tendo em vista que a matriz energética mundial é composta por 40,6% de carvão, 22,2% gás, e em seguida a hidro com 16%. A participação de energia n
uclear é muito pequena no Brasil, em torno de 3%. Já no cenário mundial, esta porcentagem é considerável, chegando a quase 13%, seguida da geração a carvão, gás e hidro (Eletrobras, 2014).

Autossustentável: Produção de energia mundial por tipo
Fonte: Eletronuclear, 2014.
Existem mais de 400 usinas nucleares em operação no mundo, e ainda percebemos certo receio e misticismo em torno da geração nuclear de energia, principalmente, na percepção de riscos atrelados aos acidentes ocorridos (Three Mile Island, nos Estados Unidos em 1979, Usina Nuclear de Chernobil, em 1986 e Central Nuclear de Fukushima, em 2011). Por outro lado, grandes ambientalistas como Lester Brown, discorrem quanto à eficiência econômica das usinas nucleares, tendo em vista os custos com os resíduos radioativos e seguros contra acidentes (Revista Eco21, 2014).


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