Cuidado com as Armadilhas da Black Friday! Confira dicas para economizar e praticar o consumo consciente

Chegamos a mais uma Black Friday, época de maior venda e faturamento dos comerciantes, principalmente dos grandes varejistas. É também época de preços mais baixos, certo? Bem, não necessariamente, mas esse não é o único problema.

A cada ano, o consumo avança de maneira preocupante para a manutenção da vida. Não é exagero! O consumo predatório está chegando a níveis nunca antes vistos, isso pode ser constatado com a chegada cada vez mais cedo do Dia de Sobrecarga da Terra [1], com as emissões de GEE (gases de efeito estufa) que batem recorde ano após ano e do impacto do sistema produtivo no meio ambiente com o avanço das mudanças climáticas.

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Nessa onda de consumismo gerada pela data, não nos lembramos de refletir sobre alguns pontos essenciais antes da finalização da compra. Então inspire com calma e leia essas dicas antes de voltar para o seu carrinho de compras.

A compra é realmente necessária?

Esse deve ser o nosso pensamento antes de realizar qualquer compra. Será que aquele produto é realmente necessário para você? Ou você está agindo por impulso?

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O planejamento financeiro é essencial para manter as contas em dia, ainda mais na crise econômica que o país atravessa com taxas crescentes de desemprego e inflação. Em outras palavras, use sempre a boa e velha lista de compras – seja para a compra dos alimentos da semana, daquela blusinha ou de eletro-eletrônicos. Esse hábito nos ajuda a poupar dinheiro, evitar desperdícios e o descarte de resíduos sólidos urbanos (RSU).

Pesquisa de preços

Esse ponto é crucial, considerando o propósito da Black Friday – comprar produtos por preços menores que em outros períodos do ano. Mas cuidado com as propagandas enganosas! Infelizmente, é bem comum várias empresas elevarem os preços de seus produtos pouco tempo antes da Black Friday para que nessa data os preços estejam próximos aos preços comumente praticados. E existem ainda empresas que praticam preços até maiores que em outros períodos.

Se você não conseguiu fazer um acompanhamento prévio dos preços durante o ano, não se preocupe! Você ainda pode realizar uma pesquisa de preços através de sites e aplicativos que mostram o histórico de preços de produtos como: Buscapé, Zoom e Bondfaro.

Qual a origem do produto que você deseja comprar?

Além do preço, você se preocupa com a origem dos produtos que consome? Com a globalização e com o e-commerce as barreiras deixaram de existir e facilmente podemos comprar produtos vindos do outro lado do mundo e, muitas vezes, por valores menores do que os vendidos por aqui.

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Mas o custo de envio desses produtos para sua casa não se limita apenas ao frete cobrado. Nessa conta também entra a pegada carbono – as emissões de gases de efeito estufa (GEE) durante o ciclo de vida do produto (correspondente a toda a cadeia produtiva, desde a extração da matéria-prima para a fabricação do produto, passando pelo envio até sua casa e no retorno desse bem ao fabricante – em caso de logística reversa).

Como esse produto é fabricado?

Do que é feito o produto que você deseja comprar? Que tipo de mão-de-obra é utilizada na produção? Você leva em consideração a composição do produto no momento da compra? Essas são algumas perguntas que costumam passar despercebidas, mas que são essenciais para o consumo consciente.

A empresa produtora possui algum compromisso com a redução de impactos socioambientais?

Felizmente, já podemos observar empresas que realmente estão se engajando na mudança da cultura organizacional em prol da inserção da sustentabilidade não apenas em sua cadeia produtiva, mas, também, exigindo que seus fornecedores caminhem na mesma direção.

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É claro que a absorção da sustentabilidade pelas empresas vai ocorrer de acordo com o tamanho, do ramo de atividade, da importância do tema para a gestão estratégica dos negócios, da disponibilidade de investimento e de vários outros fatores. No entanto, com o boom do ESG no mundo pandêmico, podemos observar muitas empresas se utilizando de termos ligados à sustentabilidade empresarial de forma rasa e falaciosa – é o greenwashing que continua sendo usado.

Existe política pós-consumo para o produto?

A política de pós-consumo está ligada diretamente a existência de programas de logística reversa nas empresas.  Com a adoção da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), a logística reversa [2] de alguns materiais se tornou obrigatória: agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Para outros materiais ainda é facultativa a existência de logística reversa de produtos e embalagens. Mas considere esse como grande diferencial na avaliação do produto que deseja comprar, já que, o problema não deixa de existir quando o produto e sua embalagem são descartados. Lembre-se: Não existe jogar fora!

Referências e Sugestões de Leitura:

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Saiba como colocá-lo nas referências:

ABREU, Nathália. Cuidado com as Armadilhas da Black Friday! Confira dicas para economizar e praticar o consumo consciente. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2021/11/cuidado-com-as-armadilhas-da-black-friday-confira-dicas-para-economizar-e-praticar-o-consumo-consciente.html>.

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