5 Iniciativas Brasileiras que se Destacam pelo seu Processo de Ecodesign

Para deixar nossa semana temática ainda mais sustentável e incrível, no post de hoje destacamos 5 iniciativas maravilhosas que fazem do ecodesign o seu modo de ser

 

INSECTA SHOES

Uma iniciativa de Porto Alegre com criações totalmente sustentáveis. É a Insecta Shoes, marca de sapatos veganos (sem nenhum uso de matéria-prima de origem animal) e ecológicos, produzidos com peças de roupas usadas e garrafas plásticas (PET) recicladas.

Autossustentável: Insecta Shoes
Imagem: Insecta Shoes

A Insecta Shoes se inspira no reaproveitamento de materiais, aumentando assim a vida útil do que já existe pelo mundo. Em dois anos, já foram reaproveitados para a fabricação de seus produtos 2.100 peças de roupas, 630kg de tecido e 1.000 garrafas PET. O projeto se preocupa também com o fim do ciclo de vida do produto, fazendo estudos para reinserção ou reciclagem do seu sapato usado.

ZEREZES

Autossustentável: Zerezes
Imagem: Zerezes

Os meninos da Zerezes são conhecidos por terem introduzidos no mercado carioca os charmosos óculos feitos de madeira. A marca cria óculos de sol com madeiras redescobertas, ou seja, madeiras que foram descartadas em obras e encontradas em entulhos, caçambas e marcenarias em geral. A produção também se dá a partir de lâminas de madeiras documentadas pelo Ibama.

Autossustentável: Zerezes
Imagem: Zerezes

Todo o processo é feito manualmente pelo próprio grupo e cada peça leva cerca de dois meses para ser concluída. O resultado? Modelos incríveis, um acabamento impecável e, lógico, sustentáveis.

REVOADA

Autossustentável: Revoada
Imagem: Revoada

Também gaúcha, a REVOADA é um excelente exemplo de marca que pensa no ecodesign, com materiais que, normalmente, são pouco ou nada reaproveitados e vão para o lixo. Câmaras de pneu e náilon de guarda-chuva ganham nova vida como matéria-prima para bolsas, mochilas e carteiras.

Revoada
Imagem: Revoada

DA TRIBU

O projeto incentiva não só o reaproveito de materiais com longos períodos de decomposição, mas também o trabalho em comunidades de reciclagem, que realizam a triagem e o preparo dos materiais. A empresa já reinventou 8 toneladas de câmaras de pneu e 10 mil unidades de guarda-chuva. O processo de logística reversa também é realizado, tornando o fim de cada processo um novo recomeço.

Autossustentável: Da Tribu
Imagem: Da Tribu

Da Tribu é uma iniciativa familiar que produz de forma artesanal colares, pulseiras, anéis, brincos e outros itens. Suas coleções fazem passeios que vão do crochê ao papel, do tecido ao látex. Desde a sua criação, o projeto mostra que há um caminho possível e palpável nas novas formas de organização, baseadas na sociabilidade e no coletivo.

Autossustentável: Da Tribu
Imagem: Da Tribu

Com sua produção Slow Fashion, constrói parcerias sustentáveis da cadeia produtiva aberta e horizontal, produzindo assim, de forma coletiva, acessórios com formas orgânicas, livres e com cores pulsantes.

PAPEL SEMENTE

Autossustentável: Papel Semente
Imagem: Papel Semente

Criada em 2009, a Papel Semente produz papel artesanal e ecológico que recebe sementes de flores ou temperos durante seu processo de fabricação. Já falamos dele aqui.

Autossustentável: Papel Semente
Imagem: Papel Semente

O processo fabril se inicia com a reciclagem e a transformação do papel usado e de aparas não utilizadas pela indústria tradicional (coletados por cooperativas certificadas de catadores de papel), e é finalizado com a inserção de sementes. Assim, após a sua utilização, o papel pode ser plantado, gerando vida ao invés de lixo.

 

Sustentabilidade, Ecodesign e Conhecimento Partilhado, conheça a MateriaBrasil

Design, conhecimento e desejo por realizar projetos com impacto socioambiental positivo, essa benéfica equação foi elaborada e vem sendo bem executada pelo pessoal da MateriaBrasil.

Autossustentável: MatériaBrasil
Imagem: MateriaBrasil
Baseada na produção e compartilhamento de conhecimento sobre materiais, processos e tecnologias responsáveis, a MateriaBrasil vem esclarecendo sobre a importância de um design consciente para produtos e serviços. Seus projetos são norteados para aprimorar o descarte de resíduos, substituir matérias-primas e implementar ações que não tragam danos socioambientais. Além disso, buscam a remuneração mais equilibrada da cadeia produtiva, contratando pequenos fornecedores e cooperativas. Seguindo esse modelo, a empresa atua em duas grandes áreas: design de produtos e conhecimento.

Autossustentável: Economia
A Economia Colaborativa é um dos princípios seguidos pela MateriaBrasil
Na área de design, a galera da MateriaBrasil põe em prática o Ecodesign, planejando todo o ciclo de vida do produto, desde a criação, gerenciamento de fabricação, implementação no mercado, e logística reversa do produto, o conhecido “berço ao berço”.

Autossustentável: Projeto MateriaBrasil
Um dos projetos da MateriaBrasil em execução. Imagem: MateriaBrasil
Já no seguimento de conhecimento, são desenvolvidos projetos que visam a construção e disseminação do conhecimento de forma colaborativa, através de consultorias em gestão de resíduos e gestão ambiental.
Consultoria realizada pela MateriaBrasil em execução. Imagem: MateriaBrasil
Com o know-how adquirido em anos de experiência com materiais de baixo impacto ambiental e fornecedores conscientes, a MateriaBrasil possuía um grande diferencial competitivo. E mediante a decisão de compartilhar essas informações com o público (Sim! Lembram do objetivo de buscar impactos socioambientais positivo? Pois então!), surgiu a Materioteca. Uma plataforma gratuita, aberta e open source que reúne um dos melhores acervos de materiais de baixo impacto ambiental e alta contribuição social do Brasil.
Autossustentável: Materiais da Marioteca
Materiais da Marioteca. Imagem: Free The Essence
A Materioteca é centro de referência em materiais e produtos socioambientalmente responsáveis, contando com 219 fornecedores e mais de 260 materiais (o maior acervo do país). Os itens da Materioteca são avaliados de acordo com seis indicadoresde sustentabilidade: ciclo de vida, energia, segurança, água, humano-social e gestão.

Autossustentável: Equipe MateriaBrasil
Equipe MateriaBrasil. Imagem: Victor Lanari
Para conhecer mais sobre a MateriaBrasil, acesse materiabrasil.com.br
Com informações de: Free The Essence e DRAFT

Clique aqui para ler mais artigos de Nathália Abreu

A Rede Brasileira que Empodera Mulheres em Situação de Baixa Renda

As empreendedoras Alice Freitas, Rachel Schettino e Rosane Rosa e encontraram uma maneira de unir geração de valor compartilhado de produtos sustentáveis e empoderamento de mulheres artesãs em situação de baixa renda.
Imagem: Divulgação
Este foi o tema principal que impulsionou as três amigas a criarem, em 2005, a Rede Asta. E como não poderíamos apreciar uma ideia que trata de valorizar o trabalho das pessoas que efetivamente produzem e participam ativamente da economia?
A Asta capacita, forma redes de produção e cria canais de venda a grupos produtivos de comunidades de baixa renda. A base de seus produtos vem do reaproveitamento de resíduos para criação de um produto novo, sem destruir a matéria-prima, o chamado upcycling.
Imagem: Época Negócios
O lema das meninas é “Bom, bonito e do bem”. “Bom” porque os produtos são feitos de materiais reaproveitados de qualidade. “Bonito” porque as peças são produzidas à mão, com cuidado estético. “Do bem” pela própria missão social: transformar artesãs em empreendedoras.

As peças, além de únicas e cheias das histórias de quem as produziu, chegam ao público consumidor com alto valor agregado por terem tido em seu processo de produção, a orientação de designers. Hoje são 974 artesãs espalhadas por 60 grupos em 10 estados brasileiros, que nos últimos dez anos faturaram mais de R$ 3 milhões. Sim, isso é possível!
Imagem: Divulgação
A empresa faz parte do Sistema B e seu modelo de trabalho foi reconhecido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) por ser viável financeiramente ao integrar negócios que respeitam o meio ambiente e promovem a inclusão social.
Imagem: Divulgação
Hoje a Rede Asta conta com uma loja física no Rio de Janeiro, além da venda direta por catálogo e o site de e-commerce. Para conhecer mais sobre a Rede Asta, acesse 
http://www.redeasta.com.br
.


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Por que não podemos mais viver sem o Ecodesign?

Constantemente nos deparamos com o termo Ecodesign. Ele está presente em diversas áreas, desde vestuário, moveleira, alimentícia até construção civil e arquitetura.  Mas afinal, o que esse conceito, surgido no setor eletrônico dos EUA, tem a ver com nossas vidas?


Imagem: Nova Child
Vivemos em um mundo de urgências socioambientais, onde a poluição, o desmatamento, a degradação do solo, e muitos outros problemas, gerados pelo nosso modo de produção industrial, impactam cada vez mais nosso meio, gerando consequências cada vez mais desastrosas.
Foi pensando nisso que, na década de 1990, surgiu o Ecodesign, com o objetivo de alinhar questões econômicas (através da redução dos custos de produção) e ambientais (através da minimização dos impactos ambientais).

Autossustentável: Ciclo Ecodesign
Imagem: Adreson Vilson
Em outras palavras, o Ecodesign considera todo o ciclo de vida dos produtos, desde as etapas de extração, produção e venda, até a gestão dos resíduos gerados. Com essa mudança de concepção, notamos que além dos aspectos econômico e de qualidade, por exemplo, a eficiência ambiental passa a ser primordial ao produto[1]. Para tal, devem ser seguidos alguns princípios[2]:
  • Utilizar Materiais de Baixo Impacto Ambiental: escolher materiais menos poluentes, não-tóxicos, de produção sustentável ou reciclados, ou que requerem menos energia na fabricação.
  • Aplicar a Eficiência Energética: utilizar processos de fabricação que consomem menos energia.
  • Ter Qualidade e Durabilidade: produzir artigos de qualidade, que duram mais tempo, para reduzir o volume de lixo.
  • Dispor de Modularidade: criar objetos cujas peças possam ser trocadas em caso de defeito, para diminuir o descarte e a obsolescência.
  • Realizar Reutilização/Reaproveitamento: criar produtos a partir da reutilização ou reaproveitamento de outros objetos e criar ciclos fechados/sustentáveis de consumo.
Infelizmente, algumas empresas tendem a “enverdejar” seus produtos, rotulando-os com algum tipo de selo verde. Estas costumam enfatizar um elemento ecológico utilizado no processo produtivo, mas se considerarmos o todo o processo, veremos que os princípios do Ecodesign não foram aplicados[3].
Autossustentável: Consumo Consciente
Imagem: Saama Cerquilho
Por isso, é importante que estejamos bem informados e alertas para nos tornarmos consumidores conscientes.
No post de amanhã vamos falar sobre uma iniciativa bacana que envolve Ecodesign e Empoderamento de mulheres em situação de baixa renda. Não percam! 


[1] Saiba mais em: Genos
[2] Leia mais em: Wikihaus Inc
[3] Saiba mais em: Coletivo Verde
Clique aqui para ler mais artigos de Nathália Abreu

Educação Ambiental Relacional

Em todo posto de saúde ou hospital existe uma hierarquia para os atendimentos. Os casos que merecem prioridade são as urgências e as emergências, sendo que essa última requer atendimento imediato, pois existe risco de vida.
Estabelecendo um paralelo, a literatura que trata dos principais desafios socioambientais contemporâneos trata-os como urgentes, quando, na verdade, são emergenciais. Casos urgentes merecem atendimento rápido, mas não imediato, o que não parece sensato para casos como as mudanças climáticas globais, por exemplo.
Autossustentável: Clima
Apesar de estarmos, já há muitas décadas, vivendo diferentes estados de emergência socioambiental, a velocidade com que são criadas e implementadas políticas que visam a mitigação (ou idealmente extinção) desses impactos é extremamente lenta. Esse descompasso requer uma análise complexa, pois envolve inúmeros fatores econômicos, políticos, sociais, culturais e educacionais.
Da mesma forma que temos escutado sobre a urgência da crise socioambiental, também ouvimos frequentemente que as pessoas estão cada vez mais conscientizadas sobre esses desafios. Entretanto, parece que consciência não tem gerado movimentação suficiente para o enfrentamento em escala desses problemas e, fruto dessa realidade, os impactos ao ambiente nunca foram tão grandes e frequentes.
Autossustentável: Mascarado
Imagem: Exame
Por que vivemos nessa contradição?
Um dos motivos tem relação com a ideia de justiça ambiental. Os problemas decorrentes dos impactos ambientais são vividos e sentidos de diferentes maneiras por diferentes partes da sociedade. Basta ver nos noticiários quem são as pessoas que, nessa época do ano, estão tendo suas casas alagadas ou quem são aqueles que enfrentam filas intermináveis nos postos de saúde para fazer uma inalação em épocas de inversão térmica.
Populações chamadas de vulneráveis têm pouca ou nenhuma voz e representatividade, e são elas que pagam pelas externalidades ambientais que sustentam as escolhas das camadas mais abastadas das sociedades. Enfim, a justiça (ou injustiça) ambiental tem total relação com a desigualdade.
Autossustentável: Imigrações em Massa
Imagem: Exame
Olhando para essa realidade, do ponto de vista educacional, é fundamental que a Educação Ambiental (realizada em espaços formais ou não-formais) traga à luz essas e outras questões relacionadas, questionando a raiz das emergências socioambientais e estimulando a busca por soluções viáveis e duradouras.
Autossustentável: Educação Ambiental
Imagem: Agência de Notícias do Paraná
Nessa nova fase do Autossustentável, procurarei focar em uma vertente da Educação Ambiental que tenho chamado de relacional. Esta vertente procura tirar o foco da necessidade de compreensão de aspectos técnicos [dos impactos ambientais] e da busca por medidas de mitigação e comportamentais, buscando valorizar e ampliar a compreensão sobre como esses desafios ambientais são fruto de desconexão e indiferença entre nós mesmos e com o ambiente.
Autossustentável: Reconectta
Imagem: Reconectta
Ao examinarmos as relações estabelecidas entre as pessoas, e dessas com o ambiente, acredito que seremos capazes de compreender melhor o papel do individual e do coletivo, do meu e do nosso, da ética e do respeito na busca por soluções dentro de uma perspectiva mais humanizada e inclusiva.
Ótimo 2017 para todos.

Clique aqui para ler mais artigos de Edson Grandisoli

Projeto Educacional Transforma a Vida de Trabalhadores no Canteiro de Obras

O projeto Escola Nota 10, iniciado no ano de 2011, já implantou mais de 170 escolas de alfabetização, inclusão digital e profissionalizantes em seus canteiros de obras. Já são mais de 3.000 colaboradores em todo o país que tiveram a oportunidade de transformar suas vidas por meio do aprendizado, garantindo melhores condições de trabalho e preparação para o futuro profissional.

Desde 2011, a MRV Engenharia desenvolve, através do seu instituto, este programa em todas as suas unidades regionais visando valorizar o profissional dentro da companhia, pois Educação é tratada como um dos pilares mais importantes de sua estratégia de Sustentabilidade.


Os cursos são realizados em salas nas próprias obras e em horário de trabalho do operário, e direcionados a todos os trabalhadores, independente de idade, sexo ou nível de escolaridade.

Confiram os lindos depoimentos de quem já passou pelo projeto. São depoimentos emocionantes de quem está transformando a vida, crescendo e superando dificuldades através dessa nova oportunidade.

Os outros vídeos poderão ser vistos no seguinte link:
Para mais informações sobre o projeto, acesse:

Projeto Espalha Casinhas Ecológicas Para Animais Abandonados


A catarinense Bruna Uncini estava próxima de sua casa quando avistou, num dia frio, diversos cachorros amontoados tentando se aquecer em uma calçada. Ficou marcada na sua memória também a cena de uma ninhada de filhotes sendo atacada por formigas.

A partir dali, ela sabia que precisava fazer algo pelos animais da cidade de Lages, em Santa Catarina. Assim surgiu o projeto “Ajude Um Animal de Rua” que propõe conscientizar as pessoas sobre a existência de animais abandonados que na maioria das vezes são ignorados pelas pessoas.

Como não podia levar todos os cachorros para casa, ela decidiu espalhar dezenas de casinhas com para que os cães pudessem descansar e se abrigar. Dentro das casinhas haviam rações e cobertores para os cachorros.
O projeto contou com a ajuda de Bruno Hartmann, da Gerência de Proteção Animal de Lages, e Clênia Souza, voluntária do grupo Adote.

Até o momento já são 166 casinhas espalhadas pela cidade. Mas eles querem chegar a 500! O objetivo desse projeto é ainda maior: querem cadastrar, vacinar e castrar todos os animais, além de trabalhar com a conscientização nas escolas, levando palestras, folders e criando responsabilidade social nas crianças.


Conheça mais sobre o projeto clicando aqui. E não se esqueça de fazer a sua parte!



Aprenda a Fazer um Cachepô de Gatinho Usando Garrafa Pet

Dê um toque divertido a sua hortinha. É fácil de fazer e é sustentável!
 

Você vai precisar de:

  • Tesoura
  • Garrafa PET
  • Tinta
  • Caneta permanente preta
  • Caneta rosa
Comece cortando a garrafa ao meio e separando a base dela, pois é essa parte que vamos usar; Desenhe o formato do rosto do gato e corte a garrafa novamente; Agora, hora de pintar! Deixe secar por 30 minutos e é só desenhar os olhos, a boca e os bigodes do nosso gatinho; para finalizar, basta fazer o focinho e as orelhas com a caneta rosa.
 
 

A Nova História de Charles Eisenstein

Ninguém nasce por acaso, senão para alcançar um objetivo determinado. Todos temos um presente, gift, talento ou dom único e necessário para oferecer ao mundo, para isso nascemos, este é o propósito da vida.
Ao ouvir, pela primeira vez, as propostas de Charles Eisenstein meu âmago e mente vibraram em glória. Finalmente alguém estava colocando em palavras tudo que meu coração era capaz de sentir mas minha consciência não sabia bem como explicar.

Sacred Economics (2012) – A Short Film by Ian MacKenzie, teaser com as ideias de Charles Eisenstein e o retorno do presente, gift.
Charles Eisenstein é palestrante, ativista e escritor focado nos temas da civilização, consciência, dinheiro e evolução cultural. Seus artigos e vídeos online nos mostram como seu pensamento filosófico é radical e contra cultural. Eisenstein se formou em Matemática e Filosofia na Universidade de Yale em 1989. Autor dos livros Sacred Economics (Economia Sagrada), Ascent of Humanity (Ascensão da Humanidade) e The More Beautiful World Our Heart Know Is Possible (O Mundo Mais Bonito Que Nosso Coração Sabe Ser Possível). Charles hoje mora na Pennsylvania e escreve para o The Guardian, entre outros.
A sensação de esperança e libertação que seus textos conferem é alimento para o pensamento e o coração. No livro O Mundo Mais Bonito Que Nosso Coração Sabe Ser Possível, Eisenstein expõe como nascemos em um mundo baseado na separação e como esta separação vai contra todo o nosso ser gerando dor e angústia e acrescenta que  somos todos, na realidade,  um só. E, assim, o que fazemos ao outro, fazemos a nós mesmos. Eisenstein propõe um novo paradigma que ele gosta de chamar de “New Story” (Nova História) ou “Story of the People” (História das Pessoas). Nesta Nova História para qual estamos transitando nós somos o mundo. Não estamos somente interconectados, somos o todo.
Ao entrar no aspecto econômico, o autor é ainda mais radical questionando o nosso comportamento disfuncional e consumista como uma simples e fútil tentava de fugir da nossa própria dor vinda da separação. Tema que ele desenvolve com pragmatismo e comprometimento. Eisenstein sugere que o processo de nossa cura virá das margens. Os marginalizados contradizem os paradigmas. Suas ideias e tecnologias vão transformar a agricultura, medicina, mente, restauração ecológica, descarte tóxico e a nossa maneira de se relacionar com energia.
  Com a sucumbência do sistema atual nascerá  a História das Pessoas, na qual a abundância é a experiência natural e a generosidade também será a ação natural.  Quanto mais se oferece, mais se recebe. É, portanto, nesta proposição que é baseado o seu livro Sacred Economics onde apresenta a Gift Economy [1], economia da dádiva, modelo que nos toca profundamente pois em nossos corações sabemos que podemos ser melhores do que somos hoje. E antes que alguém diga que isto é utopia, Charles diria que é cinismo não acreditar.
The Guardian: Teórico e ativista do decrescimento Charles Eisenstein fala sobre os benefícios de uma economia baseada no presente.

Nascemos em uma economia da dádiva, na qual a vida é o maior de todos os presentes, o que nos permite sobreviver. A economia de troca, quid pro quo, nos separa uns dos outros e nos torna contraditórios, enquanto dar e receber presentes cria reciprocidade e confiança. A economia de troca requer escassez para poder funcionar apropriadamente, individualismo e competição. Nos textos e links indicados abaixo, Charles fornece uma discussão sobre a economia da dádiva e sua cultura como um caminho para a paz e abundância para todos. Podemos distinguir entre o dom e a troca, a fim de compreender os dois e, finalmente, eliminar progressivamente a troca.
Não podemos realmente alcançar a independência através de dinheiro. Tudo o que podemos fazer é transferir a nossa dependência de um lugar para outro: de pessoas e lugares ao redor de nós, para o dinheiro e as instituições distantes. A humanidade “civilizada” negou essa dependência durante muito tempo, em busca de domínio sobre a natureza, a transcendência da Natureza. O dinheiro tem sido parte dessa ilusão de domínio. Mas hoje estamos nos movendo para uma era ecológica, procurando juntar-nos ao círculo da vida em todas as suas dimensões – ecológicas e sociais.
Summer por Pierre Puvis de Chavanne
Este deslocamento de um “eu” para “você” – como posso servi-lo, em vez de como você pode me ajudar – é radical no contexto de hoje, mas nada terrivelmente novo. Os antropólogos nos fazem lembrar que o senso comum (comunitário, coletivo, compartilhado) tem raízes mais profundas do que as nossas modernas estruturas sociais individualistas. A economia da dádiva é fascinante e instigante porque faz parte do processo de (re)descobrir esta sabedoria antiga, ancestral.
Eu experimentei viver na gift economy e foi libertador descobrir como as pessoas e o universo  são provedores generosos. É preciso confiar e se entregar. Eu me desafiei e hoje cultivo esta prática em minha vida. Existem milhares de pessoas vivendo na gift economy, no final deste texto estão alguns links de histórias inspiradoras e transformadoras. A responsabilidade para a restauração da humanidade não é somente dos líderes, mas também não é só dos indivíduos, é coletiva, de todos nós.
Mesmo sem saber como retornar ao mundo mais belo, nós temos em nossas células a certeza e sabedoria que somos mais que só isso. Nós sabemos que este mundo novo existe. Este conhecimento vive independente de nossas crenças, embaixo de nossas dúvidas e razão. Seja no nível pessoal ou coletivo, o desespero nunca será completo, pois a brasa do despertar vive em nossos corações.
Nós somos maiores que o medo e a separação. A dúvida, nascida do medo, deve ser respondida com a reflexão: o modelo vigente irá nos levar a lugares onde realmente queremos estar?

Tudo sobre Charles Eisenstein:
Essays/artigos:
Livros: 
Outros videos:
Histórias da Gift Economy:
Quer experimentar? Algumas dicas para começar:
Outras ideias para balançar o esqueleto:


[1] Tradução em português de acordo com Ciências Sociais: Economia de oferta, economia do dom, economia da doação, economia da dádiva ou ainda cultura da dádiva.

Clique aqui para ler mais sobre artigos de Maria Eduarda Souza

Sustentabilidade x Elefantes Brancos: Parque Olímpico da Barra

A localização do Parque Olímpico foi escolhida para, principalmente, aproveitar a estrutura utilizada nos Jogos Pan-americanos de 2007 (Parque Aquático Maria Lenk e Arena Olímpica do Rio) e construir outras arenas de modo racional, para que fiquem como legado para a cidade do Rio de Janeiro, já que após os Jogos, o espaço será destinado à população, como uma área de lazer aberta aos cariocas.
Vista aérea do complexo do Parque Olímpico – Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

– Nossa preocupação é com a sustentabilidade, em não deixar “elefantes brancos” – afirmou Tânia Braga, Gerente Geral de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do Comitê Rio 2016.
Parque Olímpico, na Barra da Tijuca – Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
Para entender por que o Parque Olímpico tem uma estrutura inovadora na questão Sustentabilidade, fomos convidados a dar um passeio por toda a extensão do Parque para verificar in loco toda a inovação aportada.
Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Começamos o tour pelo entorno do Parque, onde 73 mil metros quadrados de área estão sendo restaurados com vegetação de mangue e restinga, em um projeto de longo prazo. Um biólogo responsável faz uma ronda diária verificando a situação da fauna (se algum animal está em risco ou oferecendo risco a alguém). Diversos animais como pássaros e capivaras habitam o local de forma harmônica.
Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Área de Mangue e Restinga – Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Área de Mangue e Restinga – Foto: Leonardo Borges/Autossustentável

O Parque conta com espécies nativas de Mata Atlântica, adaptados ao clima da região e airrigação das plantas é automatizada com sensores de umidade do solo, economizando até 30% de água.

Toda a iluminação do Parque é feita com lâmpadas de LED, aliadas na otimização do uso de energia elétrica. O calçamento é de piso drenante (um deles de borracha reciclada que permite até 90% de infiltração), e também reduz o efeito “ilha de calor” nos dias mais quentes. Além disso, o piso tem boa durabilidade, baixo custo de manutenção e é considerado adequado para a acessibilidade de cadeirantes, com inclinações de no máximo 6%.
Piso Drenante - Foto: Rafael Sena
Piso Drenante – Foto: Rafael Sena/Comitê Rio 2016

A limpeza do Parque está à cargo de 33 cooperativas, com um total de 240 catadores de lixo, que fazem a separação dos resíduos.
A seguir, um pouco do que conhecemos de cada uma das instalações que foram construídas para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
CENTRO OLÍMPICO DE TÊNIS
Centro Olímpico de Tênis - Foto: Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio
Centro Olímpico de Tênis – Foto: Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio

O Complexo de Tênis seguiu o modelo modular, com arquitetura bioclimática – conceito que visa a harmonização das construções com o meio ambiente de forma a otimizar a utilização dos recursos naturais disponíveis (como a luz solar e o vento).

As duas quadras adjacentes com arquibancadas para 5 mil e 3 mil pessoas feitos com estruturas alugadas, serão desmontados ao final dos Jogos. Já o estádio principal, com capacidade para 10 mil pessoas, se tornará um centro de formação de novos atletas. A ideia é ajudar na criação de um novo ídolo para o esporte, tendo como inspiração a trajetória de Gustavo Kuerten, o Guga.
VELÓDROMO
Velódromo - Rio 2016 - Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Velódromo – Rio 2016 – Foto: Leonardo Borges/Autossustentável

O telhado do Velódromo foi construído com o objetivo de captar água de chuva, fornecendo água para irrigação dos gramados do Parque. A madeira utilizada para montar a pista onde os ciclistas vão correr tem certificação – vem de uma cadeia produtiva sustentável, e não contribui para o desmatamento ilegal. A madeira que sobrou da construção da pista, cerca de 147Kg, foi doada para um projeto social em Morro da Cruz, Porto Alegre. Foi feita uma escada para acesso a sede, bancos e brinquedos para as crianças do projeto.
ARENAS CARIOCAS
Arenas Cariocas – Foto: Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio
Depois que os Jogos terminarem, elas servirão de arena multiuso, ginásio experimental olímpico e centro de treinamento. A Arena Carioca 3 vai se transformar no GEO – Ginásio Experimental Olímpico – Escolas Municipais voltadas para a educação esportiva com capacidade para 850 alunos. O teto pode ser modificado para a utilização de iluminação natural. A Arena 2 vai ser um centro de treinamento e a Arena 1 será um centro de excelência esportiva com estrutura para até 12 modalidades.

Nessas arenas, também existe o aproveitamento da chuva e uma tela metálica na fachada permite que o ar circule e os espectadores tenham conforto térmico. Durante o dia, ainda há iluminação natural que favorece a iluminação no interior das arenas, aliviando o consumo de energia elétrica nos refletores.
ESTÁDIO OLÍMPICO DE ESPORTES AQUÁTICOS
Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos - Rio 2016 - Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos – Rio 2016 – Foto: Leonardo Borges/Autossustentável

Feito de estrutura que pode ser desconstruída e reaproveitada, e composta por 10 mil orifícios para a ventilação de ar natural e consequente economia de energia. Futuramente, se transformará em dois ginásios (um deles será descoberto), que serão instalados em áreas onde hoje não há opção para práticas de esporte.
ARENA DO FUTURO
Arena do Futuro - Rio 2016 - Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Arena do Futuro – Rio 2016. Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Instalação onde estão sendo disputadas as competições de handebol e golbol, é desmontável e se transformará em quatro escolas municipais para até 500 alunos cada em diferentes localidades da cidade do Rio de Janeiro.

Bikes e Camisetas Sustentáveis são apresentadas em feira no Rio de Janeiro

Estivemos nesta última segunda-feira, dia 8 de agosto, na abertura da 4ª Taiwan Excellence Experiencing Zone. A exposição reúne mais de 60 produtos premiados pelo governo de Taiwan por sua tecnologia, inovação, design e qualidade. A Taiwan Excellence Experiencing Zone, já passou por diversos países como Inglaterra, Rússia, Índia e México, e fica na capital carioca até o próximo dia 14 de agosto.
Para quem gosta de pedalar, seja por lazer ou por esporte, tem a oportunidade de conhecer algumas bicicletas fabricadas no país asiático. A exposição apresenta modelos dobráveis, bicicletas elétricas e alguns acessórios; além de camisetas e jaquetas com baixa pegada de carbono e reaproveitamento de borra de café em sua confecção, com o objetivo de controlar odores corporais.

Serviço: Taiwan Excellence Experiencing Zone 2016
Data: de 8 a 14 de agosto
Local: Barra Shopping – (Av. das Américas, 4666, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro)
Horário: das 10h às 22h

#ECOzinha – Conheça os Benefícios da Laranja

A laranja é uma fruta bastante comum da dieta dos brasileiros. Além de ser rico em vitamina C, o fruto reserva uma série de outros benefícios, incluindo melhores condições para o sistema cardíaco e digestivo.
É importante lembrar que a maior parte dos benefícios da laranja está concentrada no bagaço da fruta, que é rico em fibra e pectina, um polissacarídeo muito importante para auxiliar a digestão e impedir a absorção e o armazenamento de gorduras no corpo. 

A laranja traz como benefícios diretos, devido as suas inúmeras propriedades:
  • É uma fonte rica em vitamina C: A vitamina C possui um papel muito importante no organismo, já que ajuda na formação do colágeno, ossos, dentes, glóbulos vermelhos, e favorece a absorção de ferro dos alimentos e a resistência as infecções.
  • É um potente antioxidante: a laranja está composta por vitamina C, flavonoides e betacaroteno, os quais em conjunto funcionam como um potente antioxidante (que ajuda a limpar o organismo prevenindo doenças vasculares, cardíacas, degenerativas, câncer, entre outros).
  • Reduz o estresse e a depressão: o ácido cítrico por sua grande riqueza em vitaminas e oligoelementos (microminerais) fazem com que a laranja seja uma grande aliada para combater os momentos de estresse e depressão.
  • É depurativa: a laranja possui propriedades que ajudam a eliminar as substâncias que não foram metabolizadas e que se alojam em diferentes órgãos. Também possui propriedades desinfetantes e microbicidas, que ajudam a melhorar a saúde do organismo.
  • Favorece o sistema digestório: a laranja possui magnésio, um mineral que se relaciona com o funcionamento do intestino, nervos e músculos. Atua como um analgésico para as dores de estômago, desinfeta e dissolve os resíduos acumulados para facilitar a digestão.
  • Ajuda na absorção de ferro: a vitamina C aumenta notavelmente a absorção de ferro, ajudando muito aquelas pessoas que sofrem de anemia ferropriva.
  • Combate o colesterol: ao ser uma fonte rica em vitamina C, flavonoides e betacaroteno e fibras, a laranja é ideal para combater o colesterol ruim (LDL).
  • Cuida da saúde da pele: a laranja possui propriedades muito benéficas para a pele, já que ajuda a manter a pele hidrata e saudável. É ideal para reconstruir a pele e reparar os tecidos lesionados.

Essa fruta pode ser consumida em sua forma natural ou através de sucos. O ideal é que eles sejam feitos e tomados na hora, sem conservantes e outros químicos que reduzem sua eficiência. Para aumentar o aproveitamento, bata a laranja no liquidificador ou em uma centrífuga, pois assim a casca também é utilizada.
Outra sugestão é fazer o bolo de laranja com casca, confira a receita abaixo:

Ingredientes:
– 2 laranjas médias
– ¾ xícaras (chá) de óleo
– 3 ovos
– 2 xícaras (chá) de açúcar
– 2 xícaras (chá) farinha de trigo
– 1 colher (sopa) de fermento em pó
– Gotas de baunilha
Modo de preparo:
Corte as laranjas em quatro e retire as sementes e a parte branca no centro (deixe a casca e o bagaço). Bata no liquidificador as laranjas, os ovos, o açúcar e a baunilha. Despeje esta mistura em uma vasilha. Acrescente a farinha de trigo mexendo bem e, por último, o fermento misturando levemente. Asse em forma untada. Se preferir, despeje sobre o bolo quente o suco de duas laranjas, adoçando com 2 colheres (sopa) açúcar.




Transforma em Ação e Inspira Mudança. Faça de Cada Dia um Dia de Mandela

Há sete anos, as Nações Unidas, transformaram o aniversário do herói nacional sul-africano no Mandela Day ou Dia Internacional Nelson Mandela – Pela liberdade, justiça e democracia. A data comemorada no dia 18 de julho em diversos países pretende estimular ações solidárias e homenagear o legado do defensor dos direitos humanos, que é o símbolo da luta contra o Apartheid.
No Dia Internacional Nelson Mandela, a ONU e a Fundação Mandela estão incentivando pessoas do mundo todo a é dedicar 67 minutos de seu tempo hoje para participar de obras de caridade ou trabalhos sociais em prol do outro. O período simboliza os 67 anos em que Madiba – como Mandela é popularmente conhecido em seu país –  lutou pelos direitos humanos e pela justiça social. Este dia 18 de julho marca ainda o aniversário de 95 anos do líder sul-africano.
Nobel da Paz, advogado e líder negro, esteve preso por 27 anos, quatro anos depois de ser libertado se tornou o presidente da África do Sul nos anos 90.
Ao longo da África do Sul, escolas, igrejas e todo tipo de instituições já têm planejados seus 67 minutos para contribuir com um mundo melhor, assim como fez Mandela durante seus 67 anos.
Assistência aos moradores de rua, a limpeza de ruas e campos ou o plantio de árvores são algumas das atividades mais populares previstas para celebrar a festa para Madiba.
 A Fundação Nelson Mandela tem mais ideias de ações, como organizar a limpeza de parques, ruas e praias; ler para uma pessoa cega; ajudar um idoso a fazer compras no supermercado, ajudar em um canil para animais abandonados e doar livros usados para escolas ou bibliotecas públicas.
Fora da África do Sul, uma das homenagens mais destacadas deverá ocorrer na sede nova-iorquina da ONU, que realizará uma sessão especial para homenagear Mandela e comemorar o 50º aniversário do julgamento no qual os tribunais do “apartheid” o condenaram a prisão perpétua.
Em Nova York, funcionários das Nações Unidas vão trabalhar como voluntários em duas das áreas mais afetadas pelo furacão Sandy, que atingiu a cidade no ano passado. Equipes irão limpar e coletar material de residências destruídas, além de lixar, passar massa e pintar as casas. O voluntariado será realizado em duas áreas próximas ao mar: Long Beach e Far Rockaway.

  

“A vida de Nelson Mandela é uma educação para todos nós – um exemplo de perseverança em superar adversidades, de coragem em encarar os desafios mais difíceis, de clareza moral em promover a reconciliação e a paz.
Nelson Mandela tem ensinado ao mundo que a dignidade de mulheres e homens é a única fundação sobre a qual se constroem sociedades justas.
Ele tem nos mostrado que a paz não é somente um ideal ou algo abstrato, mas um modo de vida, um caminho para interagir com outros e com o mundo.
Neste dia, vamos prestar homenagem a Nelson Mandela ao apoiar e compartilhar os valores que o inspiram. Em um mundo onde todas as sociedades estão se transformando e todas as mulheres e homens enfrentam pressões crescentes, vamos todos mantermo-nos verdadeiros aos princípios morais estabelecidos por Nelson Mandela.

Respeito, compreensão mútua e reconciliação são os fundamentos mais fortes para a paz e a liberdade. Neste espírito, devemos ajudar os outros, ultrapassar todas as barreiras divisórias e apreciar o mundo em que vivemos.” 

Mensagem da UNESCO

A primeira bicicleta de plástico reciclado do mundo é brasileira

Que tal uma armação de bicicleta produzida a partir de plástico de garrafas PET, embalagens de shampoo e peças de geladeira? Pelo menos a 2.500 pessoas essa ideia interessa. Elas estão numa lista de espera para adquirir uma bike de quadro reciclado que é fabricada, sob encomenda, em São Paulo. Essa bicicleta é mais resistente, flexível e barata. Isso porque o plástico não enferruja, amortece naturalmente e sua fabricação transforma resíduos sólidos em um novo produto.

Imagem: Muzzicycles
Imagem: Muzzicycles

A invenção é do artista plástico uruguaio Juan Muzzi, radicado no Brasil. Ele iniciou em 1998 pesquisa de materiais PET e Nylon como fonte de matéria prima, em São Paulo. A produção concluída em 2008, mas foi necessário um ano de teste para a comercialização do produto para garantir o selo do INMETRO de qualidade e patenteada na Holanda em 2012. “Tenho a patente da primeira bicicleta de plástico reciclado do mundo”, diz.

Imagem: Muzzicycles
Imagem: Muzzicycles

Para fabricá-las, Muzzi conta com o trabalho de algumas ONGs que recolhem sucata e vendem para uma empresa que granula o material. Os grãos são vendidos para a Imaplast, empresa de moldes que Muzzi dirige. Também é possível que o próprio interessado leve o material reciclável. No processo de produção, o plástico granulado entra em uma máquina e é injetado no molde de aço. “Cada quadro demora dois minutos e meio para ser fabricado e, se for feito só de PET, usa 200 garrafas”, explica o empresário.

As encomendas devem ser feitas pelo site MuzziCycleshttp://www.muzzicycles.com.br. Eles possuem diferentes modelos que custam a partir de R$ 680. Hoje é necessário encomendar sua bicicleta online e esperar na fila de espera. Tanto sucesso que existem já em 12 países do mundo e 90% da matéria prima é produzida no Brasil.

Para mais informações visite: http://www.muzzicycles.com.br

 

Em Defesa da Comida (de Verdade), por Michael Pollan

Autossustentável: Comida de Verdade
Comida é tudo. O ato de comer é uma de nossas necessidades humanas, é um instinto. Precisamos comer para sobreviver. Mas os seres humanos, ao longo de sua evolução, transformaram o ato de comer em algo muito mais significativo do que a mera satisfação de uma necessidade básica. Comer é um ato emocional, uma das mais ricas experiências sensoriais que podemos ter. Traz prazer, conforto, tranquilidade. São muitos sentimentos envolvidos.
Nas últimas décadas, o surgimento da indústria alimentícia mudou completamente a nossa relação com a comida. Alimentos ultraprocessados, produzidos em grande escala, passaram a compor a nossa dieta, e, consequentemente, houve um grande aumento nas taxas de doenças crônicas como a obesidade, pressão alta, diabetes… A partir do momento em que essas doenças passaram a ser associadas com a nossa má alimentação, comer bem deixou de ser apenas uma atividade prazerosa e cultural, e tem se tornado uma tarefa cada vez mais difícil. No lugar da comida, passamos a enxergar nutrientes, calorias, gordura, carboidratos…. Por que, e quando o ato de comer deixou de ser apenas algo prazeroso para se tornar algo tão complexo e científico?
Todas essas perguntas são respondidas por Michael Pollan em sua obra “Em Defesa da Comida”. Pollan é jornalista e professor autor de sete livros, quatro deles best-sellers do New York Times. Dedica sua vida a estudar a alimentação moderna, sendo considerado como uma das pessoas mais influentes no mundo nessa área.

Autossustentável: Michael Pollan
A história da ciência moderna da nutrição tem sido uma história de guerra entre os macronutrientes: proteínas contra carboidratos; carboidratos contra proteínas, e então gorduras; gorduras contra carboidratos.
Em seu livro, Pollan faz uma investigação profunda sobre a história da indústria alimentícia e da ciência da nutrição, e explica como ambas caminham juntas. Nós deixamos de comer “a comida da mamãe”, perdemos um pouco desse elo entre a alimentação e a cultura, e passamos a escolher o que comemos a partir de recomendações de pesquisadores, das empresas alimentícias e do governo. E aí surgiram tabelas nutricionais complexas, rótulos nos alimentos cheios de ingredientes desconhecidos, pirâmides alimentares e recomendações controversas e que mudam a cada dia, deixando os consumidores cada vez mais confusos. Não existe uma unanimidade sobre o que comer nem mesmo entre os próprios pesquisadores e nutricionistas; tantos alimentos já se passaram como vilões da nossa dieta: ovo, carne, gordura, carboidrato, proteína (e alguns já até passaram de vilões para aliados da nossa saúde, inúmeras vezes). E o pior de tudo é que todas essas informações, além de gerarem confusão, não estão contribuindo para a nossa saúde. Pollan argumenta que a maioria das recomendações nutricionais que recebemos nas últimas décadas, paradoxalmente, têm contribuído para nos tornar menos saudáveis e mais obesos.
As recomendações nutricionais servem de apoio para as empresas venderem seus produtos como alimentos saudáveis. Através de apelos como “light”, “diet”, “0% gordura”, “sem açúcar”, “sem colesterol”, “com ômega 3”, “com vitaminas”, essas “substâncias comestíveis parecidas com comida” produzidas pelas indústrias transformaram-se magicamente em alimentos saudáveis aos olhos dos consumidores.
Autossustentável: Comida de verdade
Foto: Sabores com Saberes
Depois de explicar o papel da indústria, da ciência e do governo na mudança em nossos hábitos alimentícios e na forma de produzir comida, Pollan nos mostra o caminho para recuperar a nossa saúde e nossa felicidade com o ato de comer. Esse caminho é mostrado através de alguns “mandamentos” a serem seguidos para guiar essa mudança de hábitos, mostrados a seguir: 
  • Não coma nada que sua tataravó não reconheça como comida.
  • Evite produtos que contenham ingredientes que são desconhecidos, impronunciáveis, e mais do que cinco em número.
  • Evite produtos que aleguem vantagens à sua saúde no rótulo.
  • Dispense os corredores centrais dos supermercados e prefira comprar nas prateleiras periféricas.
  • Melhor ainda, se puder, evite os supermercados: compre comida em outros lugares, como feiras livres, mercados orgânicos ou mercados hortifruti.
  • Pague mais, coma menos.
  • Coma uma variedade maior de alimentos.
  • Coma devagar, sentado em uma mesa (sua escrivaninha não é uma mesa!)
  • Tente não comer sozinho.
  • Coma mais como os franceses, ou italianos, ou japoneses, ou indianos, ou gregos.
  • Consulte seu estômago.
  • Cozinhe e, se puder, plante alguns itens do seu cardápio.

Basicamente, tudo se resume em cozinhar mais, não comer comida industrializada (apenas comida de verdade) e reestabelecer uma conexão com a comida. Devemos conhecer a origem de nossos alimentos, para garantir que seja de uma boa procedência. Mas principal mensagem é que devemos desfrutar e muito do prazer de comer, de preferência em boa companhia, pois a comida, quando proveniente da natureza e preparada com amor e respeito aos ingredientes, nos dá muito prazer e não agride a nossa saúde e a natureza. Nada de contar calorias, nada de viver uma vida evitando as gorduras e os carboidratos. Apenas ser feliz.
Pollan, M. AZQuotes.com. Disponível em: http://www.azquotes.com/quote/1272428

Pollan, M. Em Defesa da Comida – Um Manifesto. Tradução de Adalgisa Campos Da Silva. Intrínseca, 2008. 272 p.


Clique aqui para ler mais artigos de Daniella Kakazu

Ativismo: É preciso um novo modelo de ação

Nos últimos 6 anos eu me dedique à defesa dos direitos indígenas e da floresta. Não foi inconscientemente que me envolvi com a causa, mas ao pisar pela primeira vez na Amazônia meu espírito se abriu para um novo universo.
Eu tinha 18 anos quando fui ao coração da Terra pela primeira vez. Me conectei com a energia da Criação, força que é a base de toda vida. Ao perceber o novo cenário, me envolvi e foi impossível não investigar. Minhas pesquisas teóricas e in loco geraram um certo incômodo quando comecei a enxergar as ameaças sob as quais vivemos. Em cada notícia lida e experiência vivida, uma guerreira de pele vermelha ia nascendo dentro de mim. Enquanto me deslocando entre aldeia e cidade, me especializei, busquei informações acerca do tema, me envolvi em campanhas, debates, protestos, denúncias e tudo que poderia ampliar minhas experiência e conhecimento.
Minhas pesquisas expunham também os horrores do envenenamento do nosso planeta, da nossa terra e gens. Não há separação entre comunidade e natureza. Somos o meio ambiente.
O comprometimento com a causa já fazia partede mim. Me juntei à outros que partilhavam do mesmo incômodo e esgotamento.Comparceiros, desconhecidos, irmãos de causa e guerreiros nós fomos às ruas, ao Congresso, às escolas, faculdades, jornais, redes sociais e até finalmente à ONU, ao Forum Permanente para Questões Indígenas das Nações Unidas (UNPFII) em Nova Iorque. A busca pela mudança de olhar e comportamento e compartilhamento da informação me moviam. E ainda me movem. Tudo na busca pela mudança e a tão esperada transformação.
Durante o processo vi mudanças, mas elas não eram em benefício dos povos indígenas ou da floresta, pelo contrário: O novo Código Florestal foi aprovado anistiando produtores rurais que haviam desmatado ilegalmente, Belo Monte foi aprovada apesar de ser um escândalo de corrupçãe degradação, a PEC215 parece não ter fim, comunidades tradicionais (leia-se, centenas de famílias: homens, mulheres e crianças) continuam sendo removidas de suas terras originárias e o Brasil continua sendo o país com maior índice de assassinatos à ambientalistas. Tais questões são pontuais assuntos pinçados de uma pilha de sujeira que segue aumentando. 

Running Trees por Maria Antonia Souza
Enquanto o agronegócio estava destruindo as florestas e outros ecossistemas no Brasil e no mundo, eu estava destruindo o meu espírito no meio de tanta decepção e me exaurindo ao lutar uma batalha tóxica, sem fim, sem direitos, sem, ao meu ver naquele momento, saída.
A tentativa de conscientizar as pessoas sobre o sistema que anda nos destruindo estava me aniquilando, de dentro pra fora. A maioria da população, claro, prefere continuar acreditando que tudo sobre mudanças climáticas até a multitude de problemas ambientais – desde a saúde de cada indivíduo até a destruição do nosso solo, sementes e animais – é assunto de ficção ou que não lhe diz respeito. Eu não os culpo, adoraria viver nessa bolha também. Mas a essa altura eu já sabia demais, tinha os números da destruição na ponta da língua, com grande angústia devo acrescentar. Eu tinha materiais (fotografias, videos, artigos e relatórios) apresentando em detalhes o desmatamento da Amazônia, o último escândalo de derramamento de óleo, pesquisas detalhadas sobre os efeitos de sementes geneticamente modificadas, informações inadmissíveis, quase conspiratórias, da indústria farmacêutica e empresas como a Monsanto, Nestle, Coca Cola entre outras.
Mas pra quê tudo isso?
O meu amor pela floresta estava correndo risco de extinção. Era tanta perda, estrago, ruína que o fim estava claro para mim. Mas por quê o ativismo tem que ser assim? Porquê para exigir mudanças nós temos que expor em todos os detalhes a destruição? Ou melhor, por quênão estava funcionando? Me apresso logo em responder: uma crise demonstrada em números e tragédias inspira a
mudan
ça até certo ponto.
  
De Lama Lâmina por Matthew Barney
Sem muitas esperanças eu decidi tirar meu time de campo, recuar. Um tanto covarde, com uma sensação de fracasso. Mas felizmente, e para minha surpresa, bastou eu parar de lutar para a minha natureza se restaurar. O meu amor pela Terra retornou e começou a curar meu espírito partido. Eu entrei para o time de Gandhi e bani do meu cotidiano as palavras guerra e luta (esse é último texto que escrevo sobre isso, eu prometo). Chega de falar em desmatamento, lobby ruralista e commodities. Ainda há espaço para o tema, mas não no meu processo de cura. Eu quero espalhar exemplos e experiências de reflorestamento e comunidades que estão vivendo no Novo Paradigma – assunto para o próximo texto.
Relembrando  o começo desta jornada ativista eu percebi que o que me inspirou a trabalhar em nome da Terra não foi a minha indignação em relação ao desmatamento. Foi o meu amor pelas árvores que me motivou, foi a capacidade de me sentir conectada e em casa no meio da floresta ou dentro de um rio. É a (re)conexão com a Terra que queroestimular e conscientizar as pessoas.
Eu honro e reconheço todos os meus amigos e colegas da comunidade ambientalista e indigenista que já lutaram, os que seguem lutando e os que virão no futuro. Reconheço todos vocês ativistas e profissionais que continuam fortemente na batalha. À vocês devemos tantas mudanças positivas, sem vocês nada saberíamos da realidade por trás deste véu de ilusão. Mas também lhes faço um convite, vamos examinar o que esta acontecendo conosco e com a Terra através da lentes da consciência espiritual. Como disse o ativista político Rabbi Michael Lerner: O movimento ambientalista não pode mais só nos ensinar sobre os fatos e dados científicos, é preciso também ensinar uma nova visão espiritual.
s precisamos enxergar a Terra como fonte de Vida, como o cientista britânico James Lovelock chama Gaia, um gigante organismo vivo. Ando esperando o dia em que o ativismo vai se tornar sagrado, unindo a compaixão com o desejo pragmático da transformação. Enquanto isso sigo o tambor do xamã e o canto dos passarinhos para dentro da floresta, as sementes que ainda não foram plantadas, a música do espírito. Nós não precisamos salvar a Terra, nós precisamos amar a Terra – é isso
que vai salva-la.
Between Art and Nature por Pierre Puvis de Chavannes, 1888
Meus próximos textos serão sobre Ativismo Sagrado, o Trabalho que Reconecta e este novo mundo que ando investigando.

Alguns links sobre Sacred Activism (Ativismo Sagrado ou Novo Ativismo):
  • Deep Ecology and The Work That Reconnects: Joanna Macey http://www.joannamacy.net
  • Livros:
  • The Hope: A Guide to Sacred Activism, Andrew Harvey
  • Sacred Activism Series, North Atlantic Books: www.nabcommunities.com/sacredactivism
  • Occupy Spirituality, Adam Bucko and Matthew Fox
  • Collapsing Consciously, Carolyn Baker
  • Earth Calling, Ellen Gunter e Ted Carter
Clique aqui para ler mais sobre artigos de Maria Eduarda Souza

Eu Viro Carranca – Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco


Estivemos nesta última quarta-feira (dia 01/06) em Belo Horizonte para a coletiva de imprensa do lançamento da campanha “Eu Viro Carranca Pra Defender o Velho Chico” pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. A coletiva de contou com a presença do presidente e do secretário do colegiado, respectivamente Anivaldo Miranda e Maciel Oliveira, e outros membros da entidade.
Foto: Divulgação – CBHSF

É o terceiro ano consecutivo, da campanha “Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico”, que acontece em torno do Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco, comemorado em 3 de junho. Em 2016, o principal enfoque da campanha será pela necessidade de incremento de pesquisas e ações acadêmicas por parte das universidades presentes nos estados que integram a bacia.
Tendo a carranca como ícone, a ideia da campanha é chamar a atenção de todos – moradores, ativistas, gestores públicos, autoridades políticas, artistas e educadores – para os graves problemas enfrentados pelo rio e sua bacia, e para a necessária e urgente revitalização, a fim de que o Velho Chico continue alimentando a vida e a esperança dos 15,5 milhões de brasileiros que dependem direta ou indiretamente de suas águas.
A campanha clama por uma revitalização efetiva do rio São Francisco, após contínuos processos de degradação ambiental, especialmente com a ausência de saneamento básico em mais de 70% dos municípios são-franciscanos. Na perspectiva de sanar o lançamento desenfreado de dejetos químicos e, principalmente, esgotos na calha do rio, o CBHSF se tornou o principal financiador na elaboração de planos de saneamento básico de municípios situados no território da bacia.
Foto: Divulgação – CBHSF

“Todos os municípios mineiros têm índices vergonhosos no despejo de esgoto nos rios e no tratamento completo desses resíduos poluentes” – ressaltou Silvia Maria Alves Correa Oliveira, engenheira eletricista, com mestrado e doutorado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela UFMG.
Ações
Foto: Divulgação – CBHSF
Marcando o início das atividades do Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, hoje (03/06) pela manhã foi realizada uma barqueata, entre as cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), chamando a atenção da sociedade para os graves problemas da região. Com barcos enfeitados com os símbolos da campanha, a barqueata contou participação de estudantes das escolas públicas, professores, pesquisadores, ambientalistas, pescadores e comunidades tradicionais.
Ainda integrando a programação, acontecerá o I Simpósio da Bacia do Rio São Francisco, cujo tema é “Integrando o conhecimento científico em defesa do rio”, de 5 a 9 de junho, em Juazeiro (BA) e Petrolina(PE). Pesquisadores de todo o Brasil e também do exterior irão apresentar estudos relativos à gestão dos já escassos recursos hídricos da bacia e os seus aspectos socioculturais.
Foto: Divul
gação – CBHSF

A ideia desse simpósio que terá cinco eixos temáticos (governança, qualidade da água, quantidade da água, recuperação ambiental e dimensão social) é fazer um levantamento da produção científica na Bacia Hidrográfica para que todos tenham uma ideia do que está sendo produzido nas universidades da bacia – ressaltou Renato Garcia, pesquisador da Universidade Federal do Vale do São Francisco e coordenador geral do Simpósio.

Para quem quiser entender melhor sobre o que foi debatido é só clicar no áudio abaixo que contém a íntegra da coletiva.

Saiba mais sobre essa importante causa e vire carranca em defesa do Velho Chico! http://virecarranca.com.br/
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O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco é um órgão colegiado, integrado pelo poder público, sociedade civil e empresas usuárias de água, que tem por finalidade realizar a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos da bacia, na perspectiva de proteger os seus mananciais e contribuir para o seu desenvolvimento sustentável.

Sustenta Habilidade

Neste meu primeiro artigo do ano, decidi citar duas pessoas que recentemente me proporcionaram boas reflexões internas. O primeiro é um colega de trabalho, Pedro Figueiredo, que escreveu um livro sobre suas experiências durante anos com catadores de rua. O segundo é meu sogro, Newton Campos, que como um bom geógrafo possui um olhar bastante interessante sobre o meio ambiente e dividirei um pouco com vocês também.
Em seu livro, Pedro nos faz enxergar a diferença entre os catadores que trabalham nos galpões e que tem uma vida minimamente digna, com casa, comida e roupa lavada (literalmente), daqueles trabalhadores, homens e mulheres, que acabando suas atividades não tem onde dormir, e dali se entregam ao mundo das drogas, álcool e prostituição. Passei instantaneamente a me interessar ainda mais sobre os desafios e dificuldades desses grupos, e como efetivamente desenvolver e alavancá-los através dos recursos disponíveis.
Suas palavras e vivencias me tocaram profundamente, e fiquei feliz por ter a oportunidade de conviver e aprender com essas pessoas que enfrentam diariamente o preconceito, as doenças, o medo e a solidão. Pedro acredita que todo mundo devia passar um dia num galpão ou pelo menos visitar uma cooperativa ou associação de catadores. Eu também nisto. As pessoas não têm noção do que acontece e para onde vai o lixo que colocam para fora de suas casas, terceirizando e se livrando de suas responsabilidades. Nas montanhas de lixo, é possível encontrar das coisas mais óbvias, como uma sacola que antes guardava um produto de consumo e agora vazia, foi descartada e virou lixo, até celulares em perfeito estado de uso, perfumes e outras coisas que nem vale citar aqui. Nesses barracões encontramos a resposta para grande parte dos dilemas cotidianos. Descartam-se licores e livros, mas também descartam-se amores, respeito, gente, para amanhã consumir novamente outras coisas, outras pessoas.
Newton compartilhou comigo uma visão positiva sobre o caminho que estamos trilhando no sentido de nos harmonizar cada vez mais com o ambiente que nos cerca. Isso me animou sobre a perspectiva da reciclagem e resíduos sólidos de um modo geral. Segundo ele, usamos o fogo para queimar casas e plantações, mas também aprendemos a usá-lo para cozinhar, para siderurgia, para purificação de água. Desenvolvemos armas químicas e biológicas, e aprendemos a desenvolver fármacos para prolongar a vida, ou para aumentar a produtividade do cultivo agrícola. Fizemos armas atômicas, mas aprendemos a usar essa energia para fins pacíficos, ou até para diminuir tumores cancerígenos. Desenvolvemos embalagens metálicas e plásticas que sujam as praias, mas estamos aprendendo a reciclar os materiais. Poluímos os rios, mas aprendemos a dessalinizar a água do mar com uso de energia eólica – inesgotáveis.
Processo de beneficiamento do plástico reciclável
Concluiu seu pensamento dizendo que só erra quem faz. E estou totalmente de acordo com seu raciocínio. Ressaltou que temos feito e errado, mas os conhecimentos acumulados e globalmente difundidos vão progredindo em termos de corrigir nossos erros. Somos muitos errando, mas também somos muitos consertando os erros. Nós somos a humanidade, imbatível em termos de capacidade de aprendizagem. Sabemos aprender, e estamos aprendendo a evitar poluir, aprendendo a reciclar. Somos muitos tentando e errando. Precisamos ser muitos nos esforçando pelo desenvolvimento sustentável. Muitos criando problemas, mas muitos mais resolvendo.

 Somos uma diversidade de indivíduos, mas buscamos uma unidade de tendências: uma cultura humana. Cada um, com um pouquinho, e contribuindo com suas habilidades, vamos construindo um futuro melhor. Uma cultura sustentável.

Clique aqui para ler mais artigos de Aline Lazzaroto

A Proteção do Conhecimento e dos Saberes Tradicionais e a Lei nº 13.123/2015

O conhecimento é um de nossos maiores tesouros. Ao lado do tempo e da saúde, é de reconhecer que a ampliação da consciência do nosso entorno, o entendimento dos processos que ocorrem a nossa volta, as melhores formas de agir, as aplicações de cada planta, objeto e teoria, todo tipo de conhecimento enriquece o ser humano. Contudo qual é o valor deste conhecimento? Já mencionei anteriormente uma das formas tortas com as quais nos relacionamos hoje com o saber.
Em maio de 2015, tivemos a promulgação de uma nova lei protetiva da Biodiversidade – Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015. Ela entrou em vigor em novembro último. Segue quadro elaborado pelo Planalto ressaltando as alterações trazidas por esta lei:


Claro está o caráter “promocional” deste quadro. Mas gostaria de ressaltar o aspecto da proteção dos saberes. Um dos grandes dilemas que envolve o conhecimento tradicional de tribos e populações tradicionais é justamente aquele que surge quando estamos frente a um outro direito: o direito ao registro de patente. É uma questão mais delicada ainda quando este saber está ligado à manutenção da saúde e da vida.
Exemplo clássico é o de plantas medicinais utilizadas há muito tempo por tribos e seus xamãs. O que vinha ocorrendo principalmente na Amazônia era a realização de pesquisas por empresas do ramo farmacêutico e posterior registro de patente de medicações que já eram usadas há séculos por comunidades tradicionais.

Ocorreu caso pitoresco quanto aos bordados do povo andino (para saber mais clique aqui). Uma francesa decidiu efetuar registro de uma forma tradicional de fazer. Não apenas o saber tradicional merece proteção, mas igualmente as formas de fazer bordados, receitas, cultivos. Alguns saberes e fazeres inclusive foram Tombados como Patrimônio da Humanidade, a fim de serem preservados.
Mas o que a atual lei brasileira de proteção à biodiversidade pretende implantar é um cadastramento, um controle, uma fiscalização e um monitoramento dos saberes e fazeres tradicionais que fazem parte do Patrimônio genético do país.
Adiante, com a clara finalidade de regulamentar algo que já ocorre, busca soluções para o uso comercial destes saberes e fazeres. E neste ponto começa a haver uma tensão. A legislação foi objetiva e determina que se for realizado o uso de saber tradicional, então deve haver a competente repartição dos benefícios nas seguintes modalidades:
Art. 19. A repartição de benefícios decorrente da exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado poderá constituir-se nas seguintes modalidades:
I – monetária; ou
II – não monetária, incluindo, entre outras:
a) projetos para conservação ou uso sustentável de biodiversidade ou para proteção e manutenção de conhecimentos, inovações ou práticas de populações indígenas, de comunidades tradicionais ou de agricultores tradicionais, preferencialmente no local de ocorrência da espécie em condição in situ ou de obtenção da amostra quando não se puder especificar o local original;
b) transferência de tecnologias;
c) disponibilização em domínio público de produto, sem proteção por direito de propriedade intelectual ou restrição tecnológica;
d) licenciamento de produtos livre de ônus;
e) capacitação de recursos humanos em temas relacionados à conservação e uso sustentável do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado; e
f) distribuição gratuita de produtos em programas de interesse social.
§ 1o No caso de acesso a patrimônio genético fica a critério do usuário a opção por uma das modalidades de repartição de benefícios previstas no caput.
§ 2o Ato do Poder Executivo disciplinará a forma de repartição de benefícios da modalidade não monetária nos casos de acesso a patrimônio genético.
§ 3o A repartição de benefícios não monetária correspondente a transferência de tecnologia poderá realizar-se, dentre outras formas, mediante:
I – participação na pesquisa e desenvolvimento tecnológico;
II – intercâmbio de informações;
III – intercâmbio de recursos humanos, materiais ou tecnologia entre instituição nacional de pesquisa científica e tecnológica, pública ou privada, e instituição de pesquisa sediada no exterior;
IV – consolidação de infraestrutura de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico; e
V – estabelecimento de empreendimento conjunto de base tecnológica.
Como se vê, a população tradicional ou indígena poderá ser beneficiada não apenas com retribuição monetária. São soluções que permitem uma troca de valores: a empresa recebe a permissão para o uso comercial (o que é faticamente inevitável hoje em dia), mas compensa este uso com alguma das modalidades de incentivo à proteção e ao desenvolvimento tecnológico do nosso país.
Na lógica capitalista, fechamos o círculo virtuoso e estamos entregando o que temos e recebendo o que precisamos. Na minha tendência preservacionista xiita, a ideia de uma cerca impedindo o acesso à Amazônia ainda é tentadora (e impraticável!). Contudo, isolar já não é uma postura aceitável na atual conjuntura. A opção legislativa de um país representa parte da postura frente à questão do meio ambiente. É parte de uma escolha maior.
Os questionamentos que ficam são os mesmos que já tínhamos antes da lei: é possível ter controle? O Brasil tem “cacife” para manejar o processo que a lei prevê – cadastro, monitoramento, fiscalização? Haverá uma compensação real às populações tradicionais?
Assim é possível concluir que a Lei nº 13.123/2015 vem no sentido de buscar harmonia entre o saber e o uso comercial e de demonstrar nosso esforço em criar um ambiente de “ecodesenvolvimento” (querendo significar uma harmonia entre meio e capital). Como toda lei, apenas após alguns anos poderemos aferir se foi uma boa escolha e se conseguimos realizar tudo aquilo que a lei tencionava tornar realidade.
Quem (sobre)viver, verá!
Veja também este vídeo: 
Clique aqui para ler mais artigos de Janaína Helena Steffen

#DesafioAbraça: RIO 2016 Lança o Desafio Provocando Atitudes Mais Sustentáveis da População


O Comitê Rio 2016 está lançando uma campanha digital super bacana, o Desafio Abraça. A equipe de sustentabilidade do Comitê Organizador está apostando todas as suas fichas nesta convocação. A ideia é usar a força do esporte para engajar a população a adotar atitudes mais responsáveis com o meio ambiente e as pessoas.
Está chegando a hora. Em seis meses o Rio de Janeiro estará em todas as partes do planeta ao mesmo tempo. Seremos vistos por todos e seremos anfitriões de todas as nacionalidades e diferentes culturas. É por isso que o Comitê Organizador Rio 2016 vai aproveitar a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Brasil para engajar a sociedade para uma causa nobre: a sustentabilidade.

Acreditando nas ações individuais, o novo aplicativo Rio 2016 está lançando hoje o Desafio Abraça, que vai incentivar hábitos mais responsáveis no cotidiano das pessoas.

“Através do Desafio Abraça, queremos tocar as pessoas e despertar a responsabilidade com o meio ambiente e a sociedade que pode estar adormecido dentro de cada um”, conta Tania Braga, Gerente Geral de Sustentabilidade do Comitê Rio 2016.
Desde o início dos trabalhos, a organização está envolvendo a sustentabilidade na produção do maior evento esportivo do planeta.
“O Rio de Janeiro vai realizar Jogos excelentes usando somente o necessário. O amor pelo esporte e a visibilidade do evento vão servir como combustível para o Rio 2016 levar a causa da sustentabilidade para as ruas” acrescenta Tania. 
Os espectadores devem postar vídeos de até um minuto no aplicativo do Rio 2016, mostrando como suas atitudes individuais podem, mesmo em pequena escala, trazer benefícios sociais e ao meio ambiente.

Por exemplo: indo para o trabalho de bike, na praia com seu próprio saquinho de lixo e sua squeeze, mostrando a coleta seletiva do lixo em sua casa, pouco tempo no banho etc …. Tudo isso de forma bem criativa levando em consideração que os mais interessantes/criativos têm mais chances de ganhar.

Como funciona a premiação? Os melhores vídeos de cada categoria ganharão um par de ingressos para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio2016. Os vencedores escolhem o prêmio. Vale qualquer esporte Olímpico ou Paralímpico.

Baixe logo seu aplicativo e faça o seu filme!!!