1º Congresso ODS na Escola – Escolas que transformam a realidade
O trabalho de um professor que desenvolve projetos de sustentabilidade pode parecer muitas vezes solitário e árduo. Faltam parcerias, inspirações e diálogos com alguém que faz ou já fez algo parecido. Com o objetivo de reduzir essas distâncias, a Reconectta realizou em outubro deste ano o 1º Congresso ODS na Escola.
O evento aconteceu na Builders Educação Bilíngue, que há 20 anos tem a sustentabilidade como um de seus principais pilares, e recebeu 68 professores de 7 instituições que apresentaram seus projetos ligados aos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Livia Ribeiro, diretora do Reconectta, fala aos professores participantes do 1º Congresso ODS na Escola. / Imagem: Reconectta.
Após um delicioso café da manhã vegano e sem uso de nenhum descartável, os educadores começaram o dia com uma palestra inspiradora de nosso diretor pedagógico Edson Grandisoli, doutor em educação e sustentabilidade pela USP. Edson apresentou de maneira leve e tangível alguns dos principais pilares que sustentam a metodologia do trabalho por projetos, como por exemplo aprender e ensinar em rede e a importância de envolver, engajar e responsabilizar.
Palestra com Edson Grandisoli. / Imagem: Reconectta
Os professores foram então divididos em diferentes salas temáticas na qual puderam apresentar seus projetos e discutir com os demais participantes sobre suas principais dificuldades, conquistas, estratégias e resultados.
Um dos destaques foi o trabalho de 9º ano da Kinder Kampus School que não foi apresentado pelos professores, mas sim pelas alunas do projeto. Ana Laura e Ana Beatriz contaram um pouco sobre o que realizam no Ensino Fundamental II de sua escola, com temáticas de transformação social, tecnologia e empreendedorismo sustentável e a produção de uma revista científica.
O primeiro Congresso ODS na Escola já nasce vitorioso. As escolas que estão envolvidas com isso sentem essa necessidade da troca.
Mirna Elói, diretora do Liceu Santa Cruz, colégio com o maior número de projetos apresentados.
O processo que o evento gerou anteriormente foi ainda mais rico, pois os professores tiveram que parar para organizar e sistematizar seus trabalhos e chegando aqui viram como são capazes.
Mirna Elói, diretora do Liceu Santa Cruz.
Em tempos em que o trabalho do professor é muitas vezes desvalorizado, a competição é mais estimada que a colaboração e a diversidade de ideias e pontos de vista não são prestigiados, um espaço de troca institucionalizado como esse é fundamental. Reconhecimento, compartilhamento, transformação e inspiração foram palavras que marcaram o 1º Congresso ODS na Escola.
Para quem não pode participar ou quer conhecer um pouco sobre os trabalhos que foram apresentados, compilamos tudo em um e-book que pode ser baixado gratuitamenteclicando aqui ou direto em nosso site www.reconecta.com.
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Saiba como colocá-lo nas referências:
RIBEIRO, Livia. 1º Congresso ODS na Escola – Escolas que transformam a realidade. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/11/1o-congresso-ods-na-escola.html>.
O Meio Ambiente com Bolsonaro
Bem, acho que 11 dentre 10 brasileiros está esgotado após esse penoso processo eleitoral, não? Por mais que seu candidato tenha vencido, ou tenha perdido, é fato que foi algo longo, intenso, polarizado e enfim, cansativo para todos. Mal este processo acabou, o novo governo formado já se prepara para assumir seu posto em janeiro próximo. E, claro, suas formações ministeriais e ideias já começam a sair do papel.
Uma das críticas recorrentes que recebeu o candidato vencedor da presidência, o futuro presidente Jair Bolsonaro, é que seu plano de governo era superficial e o mesmo se aprofundava pouco em pontos-chave nas ocasiões em que era instado a fazer. A parte ambiental em específico se resumia em alguns poucos pontos:
Fusão dos Ministérios da Agricultura e Meio Ambiente
Maior agilidade nos licenciamentos ambientais
Saída do Acordo de Paris
Produção de energia limpa e renovável no Nordeste
Sobre o primeiro ponto, talvez o que tenha ganho maior destaque, Bolsonaro antes e depois das eleições já disse e desdisse algumas vezes o intento. Aparentemente, pesa bastante o lobby dos produtores rurais, preocupados com a repercussão negativa que uma ação dessas poderia gerar em mercados mais restritivos e que vêm na preocupação ao meio ambiente literalmente uma barreira de entrada a seus produtos. Países europeus, por exemplo, poderiam ceder à pressão de seus produtores locais e levantar barreiras não-alfandegárias contra produtos agrícolas brasileiras alegando questões técnicas ambientais. Mas é uma questão em aberto ainda.
Imagem: Creative Commons
Outra pressão que também vem do campo é o licenciamento ambiental. Verdade seja dita, não só do campo: empresas que tocam grandes obras de infraestrutura há muito reclamam dos mesmos. Estas obras necessitam de licenciamentos que, de fato, são longos e burocráticos, mas por motivos óbvios. Bolsonaro alega haver no Brasil uma “indústria da multa” conduzida por IBAMAe ICMBio e, junto com sua nova faceta neoliberal, diz que quer reduzir a ingerência do Estado nesse ponto, facilitando o processo. Obviamente que os ambientalistas veem o movimento com extrema preocupação, pois, em geral, “agilidade” de licenciamento costuma significar dispensa do mesmo. Ainda bem que não aconteceu nenhuma tragédia ambiental grave no Brasil nos últimos, senão imagina só…
Outro ponto de dissenso entre o presidente eleito e os ambientalistas é oAcordo de Paris. Nesse ponto, na verdade, Bolsonaro nunca elaborou muito bem o porquê é contra o Acordo. Nas poucas explicações que deu, mencionou algo que mais parecia uma explicação contrária ao “Triplo A”, projeto de corredor ecológico que ligaria os Andes à costa brasileira pela Amazônia.
Temos, portanto, que aguardar os próximos meses para verificar a movimentação nesse sentido que o governo possa vir a fazer, mas, por outro lado, lembremos que diferentemente dos EUA, o Brasil ratificou o Acordo de Paris pelo Congresso (clique aqui para acessar o documento) – ou seja, denunciá-lo agora exigirá a formação de mesma maioria para tanto. E, além disso, os formuladores do Acordo de Paris, preocupados desde já com a ameaça que viria a ser Donald Trump, estipularam que um país leva quatro anos para, de fato, concretizar a saída do acordo. Ou seja, ainda que Bolsonaro vá em frente e consiga maioria no congresso, a saída efetiva do Brasil do Acordo só aconteceria em um próximo eventual governo caso o mesmo mantivesse essa pré-disposição. Sou, pessoalmente, crítico ao Acordo por sua falta de ambição (clique aqui para saber mais), mas é óbvio que um mundo (ou um Brasil) sem o Acordo de Paris é pior do que o que temos hoje.
Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC) do Brasil no contexto do Acordo de Paris. Para saber mais sobre os fundamentos para iNDC brasileira, clique aqui. / Imagem: MMA
Por fim, as energias renováveis. No meio de todo o desenvolvimento do plano de governo do presidente eleito, é difícil entender exatamente o que ele quis dizer com esse trecho. Não pelo trecho em si, que está claro e lembra bastante as raízes históricas nacional-desenvolvimentistas de Bolsonaro (e não sua nova persona neoliberal), mas, sim, o que ele pretendia ao inseri-la ali, no meio do conjunto da obra.
Claramente não representa uma preocupação ambiental, dado que o candidato parece ser cético à mudança do clima. Não há qualquer indicação que é uma preocupação econômica (ainda que os últimos leilões de energia nacional já mostrem tanto eólica como solar como energias mais baratas que térmicas ou hidráulicas). E não há um plano maior de desenvolvimento regional aliado a esse plano. Vejam, acho muito bom que haja uma iniciativa nesse sentido e baterei palmas se o próximo presidente de fato incentivar essas fontes (não só no Nordeste, mas em todo o Brasil), mas simplesmente não vejo isso acontecendo, por ora. Espero estar errado.
Imagem: Creative Commons
Em suma, fica claro que a questão ambiental não é grande preocupação de Bolsonaro. Ainda não sabemos quem capitaneará a pasta (e se será isolada ou junto à Agricultura). Ainda não sabemos se haverá qualquer tipo de plano de desenvolvimento com mínimas preocupações ambientais ou se teremos uma retrospectiva do desenvolvimentismo militar dos anos 70. Ainda não sabemos quaisquer próximos passos da diplomacia ambiental desse governo, se é que teremos uma específica. Enfim, depois de meses de tensão pré-eleitoral, temos agora incertezas do novo governo. Pessoalmente, só consigo torcer pelo melhor, mas desde já me preparo para o muito, muito pior.
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MALTA, Fernando. O Meio Ambiente com Bolsonaro. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/11/o-meio-ambiente-com-bolsonaro.html>.
Cinco maneiras para construir um diálogo consciente
Quando a política segrega é difícil construir um discurso de união e compaixão, no entanto, não podemos deixar de buscar a sustentabilidade e a harmonia em nosso país.
Estamos em tempos de conversas difíceis, ”entregar e receber” informações complexas e polarizadas pode evocar emoções fortes. A crítica pode levar a conflitos, defesa e negatividade. Como ativista ambiental, discuti muito com pessoas que pensavam diferente de mim, era chato, cansativo, desgastante e na maioria das vezes, não chegávamos a lugar nenhum. Íamos embora assim como chegávamos, sem resolução e sem novas informações. Embora essas encontros polarizados possam ser desagradáveis, eles são fontes de informação e possibilidade.
Imagem: Creative Commons
Encontrar maneiras de lidar com essas conversas laboriosas de maneira construtiva é a melhor maneira de avançar na construção de um país sustentável e em comunhão, e quem sabe até transformar alguns ruralistas em conservacionistas. Ao ser compassivo na conversa, você automaticamente dispersa uma situação negativa e gera a oportunidade para que o outro também transforme seu discurso. Afinal, é difícil permanecer negativo se pelo menos uma pessoa na conversa fala de maneira calma, aberta, honesta e com compaixão.
Ao estudar na Schumacher College aprendi muito sobre a importância da comunicação consciente, por isso compartilho algumas dicas para ajudar na construção de um diálogo saudável e produtivo.
“Eu sinto…”
Usando “eu sinto” declarações mostram compaixão. Eles também convidam a outra pessoa a entender sua perspectiva. “Eu sinto” descreve seus sentimentos, que de certa maneira não deve ser contrariado, mas sim acolhido.
No passado eu explicava porque a Amazônia é essencial para o planeta (verdade, óbvio), mas no entanto isso não parecia fazer diferença ao meu ouvinte. Quando eu comecei a explicar porque eu me sentia conectada a Amazônia e com os povos que lá habitam, eu percebi que as pessoas ficavam muito mais abertas a me ouvir.
Expor sentimentos de maneira franca pode trazer luz para a situação e mostrar à outra parte do impacto que ela está tendo. Declaração com “eu sinto” não apontam o dedo para a outra pessoa. Em vez disso, eles abrem uma linha de investigação para explorar o assunto.
“O que estou ouvindo você dizer …”
A escuta ativa é fundamental para conversas significativas. Quando você tem mil pensamentos correndo pela sua cabeça, pode ser difícil ouvir atentamente. Para entender sua posição, é necessário manter o foco no que a outra pessoa está dizendo.
Usar frases do tipo “O que estou ouvindo você dizer …” indica que você está ouvindo e prestando atenção à perspectiva do outro. E, por consequência, encoraja-os a ouvir você. Porém, não basta só dizer que está ouvindo o outro, é preciso responder e comentar a perspective dele, baseado no que você acabou de ouvir e não só na sua experiência e conhecimento pessoal.
Imagem: Creative Commons
Trabalhando juntos para uma resolução
Durante a conversa, tente estabelecer uma resolução mutuamente aceitável. Eu sei que é difícil, por exemplo, nós ambientalistas gostamos do radical, não queremos ceder nenhum centímetro da Amazônia para os ruralistas, mas será que isso ajuda a nossa causa?
Buscar uma resolução aceitável pode não ser o resultado que idealizamos, porém é capaz de difundir a conversa difícil em uma situação prática de solução de problemas. Declarações como “O que eu gostaria de fazer para nós é…” podem efetivamente esclarecer os objetivos da conversa. Ter um objetivo ajudará a manter a conversa em andamento durante momentos desafiadores.
Após essas declarações, você pode obter o ponto de vista da outra parte, o que eles acham que pode funcionar e assim por diante. Isso os encoraja a se envolver na conversa. E isso leva a um ambiente de equipe em que ambas as partes não são mais adversárias e sim agentes em cooperação.
Esclarecendo o que é importante
Entender o motivo da conversa lhe dará a confiança de que você precisa para manter o foco. A análise da situação ajudará você a preparar e articular sua perspectiva. Declarações como “Isso é importante para mim porque …” podem oferecer novos insights, além de mostrar o que é importante para você e como a pessoa com quem você está falando pode contribuir. Isso pode fazer a outra pessoa se sentir valorizada por fazer parte de algo importante para você.
Imagem: Creative Commons
Empatia
Fazer perguntas é tão importante quanto compartilhar sua verdade. Mostre que você está interessado na opinião da outra pessoas fazendo perguntas. As perguntas indicam que você está aberto para receber novas informações.“O que você está sentindo?” Reconhece os sentimentos da outra pessoa e mostra que você se importa. Remova qualquer sinal de ataque e, assim, não despertará qualquer defesa. As perguntas também fornecem uma oportunidade para descobrir se há algum problema subjacente – problemas que podem não estar relacionados diretamente, mas que, consequentemente, afetam a pessoa ou a situação. Validar os sentimentos da outra pessoa demonstra empatia. Isso ajuda a direcionar a conversa para um diálogo de apoio e compreensão.
Imagem: Creative Commons
Evitar conversas difíceis não resolverá problemas delicados. Ao usar um diálogo compassivo, você pode reduzir a tensão e direcionar conversas construtivas encorajando um resultado positivo e colaborativo. Claro, que é mais fácil falar do que fazer, no entanto, respire fundo, mantenha a calma e compartilhe seus ideias com clareza, tranquilidade e compaixão.
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SOUZA, Maria Eduarda. Cinco maneiras para construir um diálogo consciente. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/11/cinco-maneiras-para-construir-um-dialogo-consciente.html>.
Proteção Ambiental no Brasil: duas faces da mesma moeda
O Brasil é uma potência em relação à biodiversidade global. Partindo dessa constatação, torna-se inevitável compreender a necessidade de tomada de posicionamentos firmes do país quando o tema é relacionado com esforços e compromissos globais de proteção à natureza.
Imagem: Creative Commons
Ocorre, porém, que entre as posições do governo brasileiro ao longo dos anos nas perspectivas internas e internacionais perfaz uma série de incongruências. Desde tempos, o país se apresenta como liderança mundial sobre meio ambiente por conta da biodiversidade de fauna, flora e outros componentes ambientais presente no território brasileiro, mas, por outro lado, incide em altos níveis de desmatamento, construções (e ampliações) de barragens para usinas hidrelétricas, flexibilizações de leis ambientais e de demarcações das terras indígenas.
O início do movimento global de proteção ao meio ambiente é marcadamente assinalado pela realização da Conferência realizada em 1972, na cidade Estocolmo, com o engajamento de diversos chefes de Estado. Nesses tempos, o Brasil vivia o período de ditadura militar e do chamado “milagre econômico” em prol de crescimento desordenado, no qual políticas ambientais não detinham prioridades.
A Declaração de Estocolmo defende principalmente metas e objetivos de política ambiental, em vez de posições normativas detalhadas. No entanto, depois de Estocolmo, a conscientização global sobre questões ambientais aumentou dramaticamente, assim como o direito internacional ambiental. Informações: ONU. Imagem: ONU.
Nessa medida, representantes do governo da época chegaram a declarar o país como “importador de poluição”, o que foi, inclusive, matéria do New York Times sob o título “Turn to pollute”, a qual considerava afronta os próprios objetivos da Conferência sobre Meio Ambiente que seria organizada em junho do mesmo ano pelas Nações Unidas [1].
Por outro lado, o Brasil assumiu papel importante de liderança na proteção ao meio ambiente ao sediar a ECO 92 e, anos mais tarde, a RIO+20, tendo o papel de mediador para compromissos sobre a reversão dos efeitos das mudanças climáticas. Desse modo, o governo brasileiro passou a anunciar, por exemplo, aportes de recursos financeiros e projetos internacionais para contribuir com a redução dos impactos no clima com metas maiores do que as estipuladas pelos acordos.
A posição de liderança em matéria ambiental e a estipulação de metas climáticas mais alargadas do que os acordos internacionais são inversamente proporcionais ao momento de flexibilização da legislação ambiental no Brasil. Leis de desproteção ambiental tais como a Lei de Biossegurança (Lei Federal nº. 11.1101/05) e o Código Florestal de 2012 (Lei Federal nº. 12.651/12) que, dentre outros fatores, reduzem áreas de proteção ambiental.
Imagem: Estadão
Há, portanto, necessidade de compatibilização entre teoria e prática e dos planos jurídicos internos e internacionais para que o Brasil possa efetivamente contribuir na reversão das mudanças climáticas e de proteção ambiental. Nesse tanto, cabe ao Estado brasileiro, através de políticas públicas ambientais estratégicas, estimular medidas sustentáveis em prol do planeta como um todo.
[1]“Brazil’s Planning Minister has been debited with remark that ranks with Commodore Vanderbilt’s “The public be damned.” If Joao Paulo Velloso was correctly quoted, he observed hopefully that “Brazil can become the importer of pollutiort.” Endorsing a huge woodpulp project which his country would undertake for Japanese paper producers, Mr. Velloso expanded on the theme: “Why not? We have a lot left to pollute. They don’t.” Carried away by an economic boom, some Brazilian officials appear to have no more thought for the future than American industrialists had back in the days when a belching chimney was considered a thing of beauty and a joy forever. (…) The argument makes a mockery of the United Nations Conference on the Human’tnvironment, scheduled for Stockholm In June.” New York Time, New York, 23 fev. 1972. Para acessa a matéria completa, clique aqui.
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PIRES, Felipe. Proteção Ambiental no Brasil: duas faces da mesma moeda. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/10/protecao-ambiental-no-brasil-duas-faces-da-mesma-moeda.html>.
Índice de Transparência na Moda no Brasil – O que e quanto conhecemos sobre as marcas do setor?
A moda tem movimentado bilhões de dólares e milhares de pessoas todos os anos. O Brasil, especificamente, é hoje o quarto maior produtor de confecção do mundo. Dito isso, é fácil entender rapidamente a importância que o setor tem na sociedade e na economia. O que nem sempre ficou claro é o papel da sociedade neste setor.
No início deste mês de outubro foi lançada a primeira edição do Índice de Transparência na Moda Brasil, um documento que além instigar e promover a divulgação de dados, informações e ações das empresas de moda, também traz uma análise de 20 grandes marcas e varejistas do mercado brasileiro, classificadas de acordo com a quantidade de informações disponibilizadas sobre suas políticas, práticas e impactos sociais e ambientais.
Índice de Transparência da Moda Brasil. Pra acessar o índice, clique aqui.
O Índice de Transparência da Moda Brasil foi elaborado pelo Fashion Revolution Brasil e contou com a parceria técnica do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGVces).
Mas o que significa transparência?
No Índice, o Fashion Revolution descreve transparência como a divulgação pública de dados e informações confiáveis, compreensíveis e comparáveis sobre as práticas e impactos de marcas e varejistas em relação aos seus trabalhadores, às comunidades e ao meio ambiente ao longo de toda a cadeia de valor.
De acordo com o documento, divulgar informações publicamente pode trazer benefícios significativos e de longo prazo para as empresas, gerar melhores resultados para os trabalhadores, mitigar impactos sociais e ambientais e facilitar o acesso a informação aos consumidores. O material explica que quando estamos munidos de mais informações – de melhor qualidade e credibilidade – sobre os impactos sociais e ambientais das roupas que compramos, somos capazes de fazer escolhas de compras mais conscientes.
Imagem: Creative Commons
Com base em critérios disponíveis no Índice de Transparência da Moda Brasil, as 20 marcas selecionadas para integrarem esta primeira edição foram:
Por último, mas não menos importante (e é aqui que entra o papel da sociedade no caminhar do mundo da Moda), o Índice aborda o que cada cidadão, marcas e varejistas, governos e legisladores, ONGs, sindicatos e trabalhadores podem (e devem) fazer com essas informações para que tenhamos uma cadeia produtiva mais sustentável.
Quando conhecemos e temos informações a respeito das empresas e marcas de moda, podemos escolher aquilo que consumimos de forma mais assertiva, de acordo com nossos princípios e com base naquilo que acreditamos.
Imagem: Creative Commons
O Fashion Revolution global já desenvolve esse mesmo Índice de Transparência da Moda e teve a sua terceira edição publicada em abril de 2018, com a análise de 150 marcas de moda internacionais.
Ficou curioso? Para acessar o documento completo, clique aqui.
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LOPPNOW, Stephani. Índice de Transparência na Moda no Brasil – O que e quanto conhecemos sobre as marcas do setor?. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/10/indice-de-transparencia-na-moda.html>.
Sustentabilidade, Equidade de Gêneros e Feminismo
Semana passada enquanto estava dando aula sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, um dos alunos ficou intrigado com o ODS 5 que fala sobre Equidade de Gêneros. Para ele, eram coisas completamente diferentes e sem nenhuma conexão.
Tivemos então um diálogo muito interessante, no qual quebramos juntos alguns paradigmas e tentei mostrá-lo que para mim, não existe sustentabilidade sem feminismo nem feminismo sem sustentabilidade.
Isso não saiu mais da minha cabeça e achei que poderia ser um assunto diferente e pertinente para tratar aqui em minha coluna no Autossustentável.
Compartilhei com ele que para mim, feminismo é um movimento (social, político, cultural, ambiental…) que quer conquistar o acesso aos mesmos direitos e liberdade de escolhas entre homens e mulheres. Feminismo não é o contrário de machismo, não é o contrário de feminina, não é orientação sexual e muito menos acabar com os homens. Feminismo é a busca por equidade, liberdade e direitos iguais.
Imagem: Creative Commons
Sustentabilidade é outra palavra cheia de interpretações e definições. Várias delas fazem sentido, outras nem tanto. Mas já que estávamos tentando fugir do clichê e abrir novas visões, mostrei para ele uma definição de sustentabilidade (feita pelo meu querido amigo e sócio, Edson Grandisoli): “a busca permanente da manutenção dos processos tipicamente humanos (culturais, políticos, econômicos, sociais, etc.) sem que estes prejudiquem e, idealmente, melhorem, os processos biogeoquímicos, garantindo a manutenção e aumento da diversidade e da biodiversidade”. Sustentabilidade não é mais um conceito, ou tema, ou moda. É um VALOR.
Imagem: Creative Commons
Vale destacar que para estabelecer de maneira integral todos os paralelos entre esses dois movimentos tão complexos, eu precisaria de muito mais que 3.000 caracteres. Fiz aqui apenas um recorte de dois pontos que tiveram maior destaque em nossa discussão:
1. Não faça com os outros aquilo que não deseja que façam com você!
Para Matthieu Ricard, monge budista francês que foi considerado o homem mais feliz do mundo em 2012, a chave para um mundo mais justo e sustentável é o altruísmo. E o que isso significa?
No feminismo, os olhares estão voltados para os gêneros, já na sustentabilidade, para atuais e principalmente futuras gerações. Mas tudo se resume a: precisamos nos importar mais com os outros. Precisamos ter mais empatia, solidariedade, compaixão e amor. As necessidades coletivas devem ser consideradas e não apenas as individuais.
Imagem: Creative Commons
Não dá mais para comprar um carro novo todo ano sem pensar no impacto que isso tem para as outras pessoas, para a biodiversidade do planeta, para os recursos naturais e para as populações vulneráveis. Não dá mais para flertar com uma mulher na rua sem nem pensar se ela pode ou não estar se sentindo ameaçada por isso.
Já passou da hora de começar a nos importarmos mais uns com os outros.
2. Enquanto houver a cultura da dominação, não existe sustentabilidade nem equidade de gêneros
O termo ecofeminismo foi utilizado pela primeira vez em 1974 pela francesa Françoise d’Eaubonne.
Esse movimento estabelece uma relação estreita entre a exploração da natureza e das mulheres pelo poder patriarcal, cujos fundamentos e impulsos têm a mesma origem. De acordo com o ecofeminismo, tanto a natureza quanto as mulheres são consideradas como “recursos úteis” e podem ser exploradas: seja para consumo próprio, para produção de bens materiais, para gerar e cuidar de filhos ou como mão de obra barata. Para saber um pouco mais sobre ecofeminismo, clique aqui.
O ecofeminismo rechaça a estreita relação entre a exploração da natureza e das mulheres pelo poder patriarcal (exemplificado no anúncio acima)./ Imagem: Pinterest
Pode parecer um tanto quanto radical e obsoleta a visão da mulher (ou da natureza) como sendo dominada pelo homem, mas ainda vemos resquícios e impactos dessa crença o tempo todo nos dias de hoje.
Por mais que inúmeras pessoas acreditem que sustentabilidade se resume apenas a questões ambientais, não é verdade. Um mundo em que metade população não tem as mesmas oportunidades apenas por serem mulheres é algo que queremos (e podemos) sustentar por muito mais tempo?
P.S. (e bem importante!): Falar sobre feminismo e sustentabilidade pode ser um desafio, até para pessoas que buscam estudar e conhecer cada vez mais a fundo. Se por acaso você não concorde com algo que eu escrevi, por favor, me escreva e vamos bater um papo. Estou acessível a ouvir o que você tem a falar com coração aberto (se assim estiver o seu).
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RIBEIRO, Livia. Sustentabilidade, Equidade de Gêneros e Feminismo. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/10/sustentabilidade-equidade-de-generos-e-feminismo.html>.
Segunda Sem Carne: uma alimentação mais consciente
A campanha “Segunda sem Carne” convida a repensar a ingestão de proteína animal. Veja como participar e impactos da ação no meio ambiente.
Segunda-feira é o “dia oficial” de tomada de novas resoluções, modificações de hábitos e transformações. A campanha “Segunda sem Carne” propõe conscientizar pessoas sobre o impacto do consumo de produtos e alimentos de origem animal na nossa sociedade, saúde humana e no planeta.
A proposta é retirar por um dia da nossa alimentação qualquer alimento de origem animal. O objetivo é incentivar a redução do consumo de carne e, consequentemente, o aumento do consumo de leguminosas, frutas, cereais e verduras, como recomendado pelo Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde.
A campanha “Segunda sem Carne” se sustenta em quatro pilares: Preocupação com os Animais, Preservação do Planeta Terra e Saúde das Pessoas. Além disso, o movimento ainda motiva o descobrimento de novos sabores.
Pelos animais
Atualmente, são mortos cerca de 70 bilhões de animais terrestres (bois, porcos, frangos) por ano em todo o mundo para nossa alimentação. Isso sem contar os animais marinhos mortos pela mesma causa.
Imagem: Creative Commons
No Brasil, o panorama nada difere. Segundo dados doIBGE, do 2º trimestre de 2018, o número de animais abatidos no nosso país são de aproximadamente 1 boi, 1 porco e 175 frangos POR SEGUNDO. Essa feroz competição do agronegócio tem levado os produtores a tratar os animais como objetos e mercadorias, muitas vezes sendo criados com injeção de hormônios para permitir um crescimento mais rápido e abatidos em condições muito precárias.
Assim, o movimento defende que, uma alimentação sem ingredientes de origem animal é ética, saudável e sustentável. Assim como nós, os demais animais devem poder viver livres, juntos aos membros de sua espécie.
Pelo planeta
A pecuária representa uma das atividades humanas mais impactantes para o meio ambiente, pois consome grande quantidade de água, comida (grãos para alimentação), recursos energéticos, demanda uma grande área, causam contaminação de mananciais e erosão. E, pasmem! A pecuária é uma grande geradora de poluição atmosférica.
Imagem: Creative Commons
Pode parecer brincadeira, mas a produção de carne bovina – em especial, a flatulência das vacas – tem responsabilidade maior na emissão de gases do efeito estufa do que a quantidade de gás emitida pelos automóveis.
A pecuária é também a principal causa por trás da destruição de florestas tropicais e outras áreas naturais. No Brasil, a pecuária é a responsável pela maior parte do desmatamento na Amazônia Legal.
Outros dados sobre o impacto da pecuária no planeta:
Devido ao uso intensivo de água para produção de carnes, um consumidor médio de carne demanda indiretamente mais de 3.800 litros de água por dia, a chamada água virtual;
A produção de 1 quilo de carne bovina no Brasil emite cerca de 335 quilogramas de gás carbônico (CO2), o que equivale a dirigir um carro médio por cerca de 1.600 quilômetros;
A pecuária é responsável por 15,4% das emissões de gases causadores do efeito estufa oriundas das atividades humanas;
Pela saúde das pessoas
Uma alimentação centrada em vegetais favorece a prevenção de doenças crônicas e degenerativas como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, obesidade, diversos tipos de câncer e diabetes.
Imagem: Segunda Sem Carne
De acordo com estudos, uma mudança dos hábitos alimentares da população mundial para uma dieta à base de vegetais poderia evitar a morte de 8 milhões de pessoas até 2050.
Além disso, grande parte dos grãos produzidos mundialmente vai para a alimentação de animais, incluindo 60% do milho e da cevada e até 97% do farelo de soja. Em um planeta com 821 milhões de pessoas passando fome, as carnes demandam recursos escassos como água e terras agriculturáveis – que poderiam ser usados diretamente para alimentação humana.
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SOUZA, L. B. Leonardo. Segunda Sem Carne: uma alimentação mais consciente. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/10/segunda-sem-carne.html>.
Consumo consciente de informações. Pequeno guia para identificar fake news
Pode não estar muito claro para muitas pessoas, mas o consumo está ligado a uma gama de ações que executamos diariamente, muitas vezes sem nos darmos conta disso.
Assim ocorre quando lemos uma matéria em um portal de notícias, quando ouvimos programas jornalísticos no rádio, quando assistimos ao noticiário, quando nos inteiramos sobre um determinado assunto por meio de podcasts, quando lemos um artigo científico em uma revista respeitada e até mesmo quando conferimos as últimas notícias no Facebook ou quando recebemos notícias via Whatsapp.
São tantas as formas de consumir informações atualmente, que se torna difícil não cair na armadilha das notícias inverídicas, comumente conhecidas como as temíveis fake news. Em muitos casos, nem temos o intuito de buscar informações, mesmo assim, somos “bombardeados” todo o tempo por dezenas de informações que chegam até nós por meio de nossa vida online.
Imagem: Creative Commons
Mas então seria o caso de desconectar da rede? De ficar offline? Sair das mídias sociais? A solução é o isolamento? Não sejamos tão descomedidos, cuidado e sensatez podem e devem ser utilizados como ferramentas para o consumo consciente e inteligente de informações. Listamos abaixo algumas dicas de como não ser vítima de fake news.
1. Nem tudo que está na internet é verdade!
Vamos superar o tão reverberado mito de que tudo que está na internet é verdade. A internet é uma das melhores invenções de nossa sociedade contemporânea, no entanto, cada dia mais vem sendo utilizada de maneira deturpada. O importante é analisar se aquela informação lida ou recebida em alguma rede social é realmente verídica. Leia atentamente a notícia. A forma como é redigida muitas vezes já indica que a fonte não é confiável. Títulos sensacionalistas, erros de ortografia, abreviações, exposição de dados sem apontar a fonte de onde foram retirados são alguns indícios que podem indicar fake news, conforme aponta matéria da Super Interessante.
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2. Verifique a fonte e a data da notícia
Atente para o site onde está hospedada a notícia, assim como o autor e a URL da notícia, muitas vezes há manipulação da apresentação da notícia, o que aparece visualmente não corresponde ao site ou a URL da notícia. Autores desconhecidos e sites duvidosos costumam ser usados para disseminar fake news que recebemos via mídias sociais. Além também do revivor de notícias antigas, um exemplo recorrente são as tempestades solares que afetaram aparelhos eletrônicos que comumente são recebidas via Whatsapp, muitas dessas notícias datam de anos passados.
3. Confira se a notícia está em presente em outros sites
Com o mundo e a sociedade incrivelmente conectados, as informações se propagam em velocidade cada vez maior, e o furo de reportagem em questão de segundos está presente em dezenas de site, em minutos está em centenas. Então, duvide se aquela notícia, que aparentemente vai mudar o rumo da humanidade, está presente apenas no site visitado.
Imagem: Creative Commons
4. Cuidado com as bolhas das redes sociais
Não seja ingênuo de consumir apenas as informações que chegam até você pelas redes sociais, graças aos algoritmos nos é mostrado conteúdo parecido com aquilo que pesquisamos e as postagens e notícias daqueles com que temos maior interação. Fato este que aumenta a probabilidade de estarmos expostos a fake news. E isso não acontece apenas com o Facebook, se você costuma usar o Youtube, por exemplo, aparecerá para você uma seleção de vídeos relacionados ao conteúdo que você costuma assistir. Dessa forma, só aparecerão outros conteúdos se você pesquisar, caso contrário você continuará consumindo as mesmas coisas. Assim acontece também com as notícias, chegarão até você notícias enviesadas com o perfil de informação que clica, acessa e compartilha. E qual o problema disso? Visões compartimentadas de mundo, distorção da realidade. Atentem que para conhecer uma história, precisamos saber de pelo menos duas perspectivas sobre o mesmo fato. Até mesmo para criticar determinado assunto, devemos ter o mínimo de conhecimento. Ou você vai criticar dado fato porque todos os seus amigos estão criticando?
5. Só compartilhe notícias depois de checar as fontes
Muitos ainda não compreendem o perigo que representa compartilhar informações sem verificar a veracidade da notícia. Esse tópico ocorre em grande parte por meio de “correntes” de Whatsapp. Quantas vezes, por impulso, você encaminhou um link, compartilhou um vídeo ou deu RT em um conteúdo sem ao menos ler ou tomar conhecimento sobre o que aquele assunto realmente representava? Um alerta! Não pense você que estando na internet, isso lhe exime de quaisquer consequências por atos impensados. Você é sim responsável por seus atos e por aquilo que compartilha e ajuda a propagar. Alguns devem estar pensando: “Mas que mal há em compartilhar sem verificar?” Vou deixar dois exemplos de como as fake news são perigosas.
Boatos espalhados pelo WhatsApp, Twitter e Facebook, por exemplo, tem influenciado na queda do alcance das campanhas de vacinação no Brasil desde 2016, segundo o Ministério da Saúde.
Fonte: Portal Saúde – Governo do Brasil. Publicado em 20/09/2018. Para acessar a notícia na íntegra, clique aqui.
A dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, morreu dois dias após ter sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo a família, ela foi agredida a partir de um boato gerado por uma página em uma rede social que afirmava que a dona de casa sequestrava crianças para utilizá-las em rituais de magia negra.
Fonte: Portal de Notícias G1. Publicado em 05/05/2014. Para acessar a notícia na íntegra, clique aqui.
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6. Denuncie!
Quando se deparar com fake news, denuncie! No Facebook, por exemplo, é possível classificar tais conteúdos como “falso” – no canto direito da publicação clique nos três pontinhos e denuncie o conteúdo. Também existem agências especializadas em combater as fake news, que disponibilizam formulários de denúncia, conforme noticiou a Super Interessante.
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Saiba como colocá-lo nas referências:
ABREU, Nathália. Consumo consciente de informações. Pequeno guia para identificar fake news. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/10/consumo-consciente-de-informacoes-pequeno-guia-para-identificar-fake-news.html>.
10 dicas para aplicar o consumo consciente no seu dia a dia
Consumir de maneira consciente é pensar nas consequências dos nossos atos de compras e o quanto eles impactam na qualidade de vida no planeta. Afinal, qual é o legado que deixaremos para as futuras gerações?
Mudanças de hábito simples no seu dia a dia fazem uma grande diferença e ajudam a diminuir o impacto que causamos.
Listamos 10 dicas para você adaptar seu cotidiano a uma filosofia de vida mais sustentável. Confira!
Antes de comprar, faça a si mesmo as 6 perguntas do consumo consciente
Por que comprar? O que comprar? Como comprar? De quem comprar? Como usar? Como descartar? Fizemos um post incrível sobre isso, confira aqui.
Desperdício de comida
Antes de comprar os alimentos no supermercado confira a data de validade, no intuito de saber se realmente há tempo para você consumi-los. Seja criativo e procure aproveitar as sobras de comida em receitas novas. O Favela Orgânica vai um trabalho lindo, por exemplo!
Separe corretamente o lixo para reciclagem
A forma mais simples de separar é isolar o lixo seco (embalagens, papéis, revistas, etc.) do molhado (restos orgânicos como cascas de frutas, talos de verduras, restos de comida e etc.), que podem ser transformados em adubo.
Supermercado
Procure fazer uma lista com os produtos necessários, assim você não compra nada além do que realmente precisa. Isso vale principalmente para os legumes e as frutas, que estragam mais facilmente. Outra dica legal é dar preferência para produtos locais, pois se eles foram fabricados em sua região, seu transporte até o mercado emitiu menos gases nocivos a atmosfera por conta da distância menor percorrida.
Dê preferência ao refil
As embalagens de refis geralmente utilizam menos matéria-prima para sua fabricação. Dessa forma, diminuímos o impacto nos recursos naturais para produção de novas embalagens.
Evite produtos com muitas embalagens
Quanto mais embalado for um produto, maior será a quantidade de lixo gerado. Evite embalagens descartáveis, dê preferência às recicláveis ou feitas de material reciclado.
Empréstimos
Existem coisas que só são necessárias em situações pontuais. Nesses casos, a melhor coisa a se fazer é emprestar esses objetos ao invés de comprá-los. Isso vale para livros, furadeiras, ferramentas, entre outros. Existem aplicativos e feiras de troca para isso, falamos aqui sobre isso!
Reaproveitamento do óleo vegetal
O óleo de cozinha polui a água, impermeabiliza o solo, entope canos, e prejudica muito o funcionamento das estações de tratamento de água quando é descartado de maneira incorreta. Deste modo, procure pontos de coleta de óleo em sua cidade, pois este mesmo produto é útil para a confecção de tintas, sabão, detergentes e biodiesel.
Produtos de Limpeza
Diminua o uso de produtos de higiene e limpeza e priorize produtos feitos com ingredientes naturais que não degradem o meio ambiente. Dessa forma, você reduz o nível de poluentes presente nos rios.
Divulgue o consumo consciente
Seja um militante da causa: sensibilize outros consumidores e dissemine informações, valores e práticas do consumo consciente. Monte grupos para mobilizar seus familiares, amigos e pessoas mais próximas.
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SOUZA, L. B. Leonardo. 10 dicas para aplicar o consumo consciente no seu dia a dia. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/10/dicas-consumo-consciente.html>.
A Pirâmide da Moda Consciente
Como deixar o consumismo um pouco de lado e veja como adotar uma moda sustentável e um guarda-roupa consciente
Você sabe o que é o consumo consciente na moda? Grande parte da população não faz ideia, mas tal indústria é uma das que mais poluem o planeta. Isso mesmo! Os tecidos utilizados na confecção de roupas levam muitos anos para se decompor. Para se ter uma ideia, materiais, como o nylon, necessitam de, aproximadamente, 50 anos para a decomposição.
Além disso, há ainda um grande impacto de metais pesados e de água virtual. Um jeans, por exemplo, gasta mais de 3.400 litros de água para sua produção. Já falamos aqui no site sobre a história que a maior parte dos consumidores desconhece, isto é, O que a etiqueta não mostra! Os impactos socioambientais da moda tradicional. Para saber mais, basta clicar aqui.
Imagem: Creative Commons
Pensando nisso, muitas pessoas já adotaram práticas de consumo sustentável, também conhecidas como slow fashion. Ou seja, no dia a dia, procuram produtos que impactem o mínimo possível o meio ambiente. O movimento Fashion Revolution Day procura aumentar a conscientização dos consumidores para os verdadeiros custos da moda, que vão muito além das etiquetas de preço das roupas.
Separamos a pirâmide da moda sustentável da Roupa Livre para você adotar hábitos mais saudáveis e conscientes.
USAR bem o que se tem
CONSERTAR tudo o que for possível
TRANSFORMAR o usado em novo
TROCAR ou emprestar
COMPRARsó o essencial
Como sugere a pirâmide, a lógica de prioridades é invertida, isto é, coloca-se o usar bem o que se tem em primeiro lugar, seguido da busca por consertar, transformar e trocar para trazer novidade para o armário.
Imagem: Fashion Revolution
Somente depois que todas estas alternativas se esgotarem, aí sim abrir a possibilidade de buscar a compra de algo novo. E neste caso, priorizar sempre materiais que sejam de mais fácil reaproveitamento ou biodegradáveis.
Também buscar conhecer mais sobre o processo de produção e se os envolvidos tenham condições dignas de trabalho. Nem sempre é fácil encontrar estas soluções, mas é isso que nos motiva diariamente a facilitar que existam e que sejam acessíveis estas alternativas.
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SOUZA, L. B. Leonardo. A Pirâmide da Moda Consciente. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/10/piramide-moda-consumo-consciente.html>.
Dia do Consumo Consciente: Nossas escolhas de consumo importam
A data instituída em 15 de outubro de 2009 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) com a proposta de despertar a consciência nos consumidores sobre os problemas socioambientais que os padrões atuais de produção e consumo estão causando.
Nossos padrões de produção e consumo excessivos e insustentáveis impactam diretamente no coletivo e no meio ambiente. Assim, mais do que escolhas sustentáveis e uma destinação correta dos resíduos, o consumo consciente está diretamente ligado ao seu estilo de vida.
Imagem: Creative Commons
Precisamos entender que para se tornar sustentável é extremamente necessário revermos o nosso consumo. Consumir em menores quantidades a fim de poupar recursos ambientais. Que este seja o início de uma mudança positiva para você, sua comunidade, nossa sociedade e todo o planeta.
Primeiros passos para um consumo mais consciente
O primeiro passo é repensar sobre a real necessidade de se adquirir determinado produto. Se optar pela compra, escolha sempre os produtos originais e sempre solicite a nota fiscal.
Também é importante verificar onde o produto foi fabricado. Quanto mais próximo de nossa casa, melhor. Ao comprar um produto oriundo da economia local, estamos ajudando a fortalecer essas empresas e colaborando para o desenvolvimento da região. Verificar a origem é importante também para evitar produtos de regiões ou países com práticas sociais inadequadas. Pesquisar as práticas de responsabilidade social das empresas.
Privilegie produtos duráveis. Ao descartar os resíduos, é importante checar o que pode ser reutilizado e reciclado, praticando a coleta seletiva. E, para o transporte dos itens, a sugestão é evitar o uso de sacolas plásticas descartáveis e privilegiar as sacolas duráveis e retornáveis.
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SOUZA, L. B. Leonardo. Dia do Consumo Consciente: Nossas escolhas de consumo importam. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/10/dia-consumo-consciente-escolhas.html>.
Empatia, compaixão e diálogo: importantes ferramentas para garantir a democracia
No mundo atual, de política extremamente dividida, pouco espaço é deixado para aqueles que desejam mostrar compaixão pelo outro lado. Como resultado, parece que as pessoas que detêm o poder estão na terra de ninguém e que pouca mudança ou diálogo está acontecendo. Em mês de eleição no Brasil, isso parece espantosamente evidente com uma forte divisão entre as pessoas. Em outros lugares, a mesma história se desenrola: nós contra eles.
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As pessoas estão ouvindo argumentos ou simplesmente recorrendo a pequenos golpes e apontando os dedos? E como podemos realmente aprender e entender para abordar o outro lado? Nós precisamos mudar nossos argumentos para ser mais compassivos e inspirar a mudança que achamos necessária.
Você está defendendo a igualdade de gênero ou a mudança climática? Se você está lendo o Autossustentável, então provavelmente você está lutando por ambos. Estamos do seu lado – os argumentos que oferecemos apontam diretamente para o fim do patriarcado e a exploração do meio ambiente. Nós escrevemos esses artigos porque acreditamos que este seja o caminho. Para sermos ouvidos e entendidos, devemos ser éticos e ter uma abordagem compassiva ao lidar com assuntos delicados, caso contrário, as questões que envolvem mudança climática e igualdade de gênero serão considerados irrelevantes, porque o outro lado não nos respeitará. Se agimos – ou escrevemos – sem compaixão, nos tornamos partidários e divisíveis.
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As pessoas têm suas próprias perspectivas éticas que moldam suas visões de mundo e podem ser bem diferentes das nossas. Elas podem dizer respeito a conceitos ou normas culturais das quais não temos consciência, mas isso não significa que devemos permanecer firmes em nossa ignorância. Em vez disso, devemos procurar entendê-los através da compaixão. Um casal indiano, por exemplo, pode escolher um casamento arranjado em vez de se casar por amor por causa de uma importância cultural atribuída à família. O ponto é que, ao não desenvolver um senso de profunda compaixão, você pode arriscar soar hipócrita e ignorante, para não mencionar alienante. Há dois lados em cada história, e rejeitar completamente o outro lado está errado.
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Da mesma forma, quando os outros desconsideram ou desrespeitam nossos pontos de vista, eles geralmente têm mais facilidade em rejeitar nossos argumentos. Perspectivas únicas não podem ser compreendidas adequadamente sem compaixão. E se você não puder considerar todos os aspectos de uma pessoa, ela estará menos disposta a ter empatia com sua perspectiva.
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Então, por que a compaixão é a ferramenta mais poderosa para inspirar a mudança?
Como ecofeminista, quero mudar as coisas, mas aprendi que mudança vem através da inspiração. Quando as pessoas são compassivas, elas inspiram mudanças porque manifestam uma capacidade divina de ver e contemplar pessoas e ações em um nível igual e imparcial. Eles permitem que o sofrimento de outra pessoa seja parte de si mesmo, a fim de obter o conhecimento de que precisam para entender completamente.Vivendo com compaixão, podemos inspirar os outros a fazer o mesmo, criando um mundo transparente e empático.
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SOUZA, Maria Eduarda. Empatia, compaixão e diálogo: importantes ferramentas para garantir a democracia. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/10/empatia-compaixao-e-dialogo-importantes-ferramentas-para-garantir-a-democracia.html>.
As eleições, a Constituição e os direitos conquistados – A ameaça da polarização e divisão políticas
Estamos em um período complexo. Nossas atitudes vão afetando pessoas em cascata e, sem perceber, estamos gerando inúmeros danos sem precedentes.
É comum a manifestação de opinião e a ação estrondosa, que reafirmam identidade, que dão suporte à auto-estima e que repelem o que não desejo que me atinja. Faz parte deste quadro também: um fortalecimento do individualismo, o enfraquecimento dos grupos, a divisão em grupos cada vez menores e a desvinculação de valores como a responsabilidade e a flexibilidade.
O período eleitoral que não demora a encerrar esfregou em nossas caras uma triste realidade, agravada pelas reformas trabalhista e previdenciária: será difícil manter os direitos sociais. E dói no fundo do peito e da consciência ter que escrever isso.
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Independentemente de ideologia ou opção partidária, sempre estudei sobre direitos sociais, previdência e meio ambiente. Todos eles representam para a nossa história constitucional, uma grande vitória; o troféu de muitas lutas e conquistas.
Fruto da mais singela e fidedigna representatividade que pudemos ter, a Constituição Federal de 1988 é um texto repleto de conquistas, de direitos e garantias, que as últimas gerações nasceram acreditando ser seu direito incontestável e irrevogável.
Um jovem não consegue ter a dimensão do que significam os calos nas mãos de seus avós. Quanto suor, quanto trabalho, quantas manhãs pensando em desistir e persistindo. Para o jovem, uma máquina faz um serviço muito mais rápido e perfeito. É difícil entender a razão para os antigos ostentarem tais marcas como troféus. Ele não entende que foram aqueles calos que garantiram um lençol quentinho, um prato farto e muitas oportunidades.
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Pois bem, falando em reformas e leis, a nossa Constituição é uma senhora muito digna, sabedora de todos os desafios que ultrapassou e esperançosa de que seus filhos possam entender todo o legado que estão recebendo. Desde o início do século passado, os passos foram somando, a população criando formas de reunião e defesa dos interesses comuns, as conquistas foram sendo listadas, para que finalmente em 1988 pudéssemos ter uma grande lista de direitos em nosso patrimônio jurídico. Uma obra coletiva de valor inestimável.
O que se percebe hoje, é que o motivo de reunião passou a ser a defesa dos interesses individuais. Antes, nos juntávamos para termos força e conseguir o melhor para todos. Hoje, já temos muito, então nos juntamos para discutir como nós, poucos, conseguiremos realizar nossos objetivos individuais.
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E pode isso? Claro que pode! É o que queremos? Sim, também queremos realizar nossos desejos individuais. Mas entendemos que tipos de consequências essas ações (opiniões, falas, atos, opções, decisões) terão para o todo?
Estava comentando com uns amigos há um tempo, que tanto o conhecimento quanto a consciência são caminhos sem volta. Na medida em que você começa a entender e ter consciência do que está acontecendo passa a ser impossível “fingir demência”. O que isso quer dizer? Que a maturidade traz responsabilidade e alguns princípios que passam a definir não apenas quem você é, mas a sua pegada, o seu ritmo, a dignidade do seu passo.
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Mais do que querer e poder, nosso desafio agora é observar, enxergar, entender as consequências de nossas opções.
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+ amor
+ solidariedade
+ valorização do que já é nosso e estamos em vias de perder
– opinião pública sobre tudo
+ compromisso em ser um cidadão responsável
– rivalidade
+ definição de objetivos coletivos
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STEFFEN, Janaína. As eleições, a Constituição e os direitos conquistados – A ameaça da polarização e divisão políticas. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/10/as-eleicoes-a-constituicao-e-os-direitos-conquistados-a-ameaca-da-polarizacao-e-divisao-politicas.html>.
Criatividade e consumo consciente: Usando os alimentos em toda sua potencialidade
Sou uma praticante da criatividade culinária. Para mim, o desafio é o tempero. Então, cada vez que olho para alguma fruta, verdura ou legume, busco pensar na palavra: possibilidade!
Gosto de refletir sobre quantas preparações aquele item pode gerar. Crio uma espécie de análise combinatória comestível, colorida, sustentável e mesmo divertida.
Um item que gosto muito de trabalhar é com as sementes dos alimentos. Faço de leite vegetal até farinha para compor alguma receita de pão. Fora os petiscos salgadinhos para degustar numa tarde qualquer.
As cascas que devem ser bem higienizadas, também apresentam uma variedade no uso. De hambúrguer a complemento na sopa, elas não vão para o lixo. Se por ventura não vou consumi-las, seja pela falta de tempo ou por já ter uma preparação na espera, certamente que alimentam minha mini cantoneira horta de apartamento!
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Os talos são maravilhosos! Até patê com talo de couve já compôs a minha mesa natalina e olha, ninguém percebeu que era talo de couve com tofu bem temperado.
Aquele miolo de abobrinha e de outros alimentos, que muita gente descarta, vira até queijo vegano por aqui.
Busco produzir o mínimo de lixo possível, principalmente diante do cenário atual que temos de excessos e buscas de soluções para tais excessos e resíduos. Quase ninguém percebe, mas, essa ação de redução começa no modo de pensar e atuar na cozinha de casa.
Criatividade gera cuidado ambiental e menos consumo
Criar a partir daquilo que temos, usando nossos recursos internos que envolvem potenciais, qualidades, talentos, sensibilidade e percepção, garante uma nova postura diante das prateleiras. Se você sabe que dá para fazer, por exemplo, até 06 preparações de uma simples banana, você consome menos e certamente cria um impacto positivo no meio ambiente.
Cozinhar com uma mente mais aberta que foge ao culturalmente aceito e supostamente normal, nos permite ter não apenas mais saúde, mas também exercitar a criatividade e cuidar do planeta que habitamos.
É a criatividade a semente do ajuste, da adaptação, da mudança e da criação de hábitos melhores.
Falando de análise combinatória e culinária, deixo hoje, para vocês, o estudo sobre um único alimento e suas formas variadas de uso.
Vamos falar de abobrinha italiana, então?
Com uma abobrinha se pode fazer:
Usando o miolo, queijo.
Usando casca bem higienizada e em corte fino, carpaccio vegano.
Ela com casca e tudo batida, muffin doce, inclusive!
Lasanha vegana com fatias bem finas
Hambúrguer vegano com a casca misturada e batida com algum grão
Macarrão – Sim! A própria abobrinha em tiras finas ou espiraladas, vira uma macarronada e tanto.
Sopa ou creme
Cobertura de pizza com ela inteira sem tirar a casca
Picadinha, vira até recheio de pastel
Um falso canelone com fatias finíssimas ou com a casca bem enroladinha
Torta tipo pizza, de abobrinha e tomate. Imagem: Veganices da ValPão de abobrinha com hambúrguer de abobrinha. Imagem: Veganices da Val
Bem, enumerei 10 usos, mas existem mais! Agora fica o exercício de pensar na berinjela, na batata doce, no talo e folhas de couve, nas sementes de abóbora, na casca e no que mais vocês quiserem!
Para vocês testarem deixo a receita de queijo de abobrinha:
Retire o miolo da abobrinha italiana (use as outras partes hein?) com uma colher.
Essa parte tem sementinhas quase transparentes.
Bata esse miolo com um pouquinho de água e uma colher de sopa cheia de polvilho azedo.
Se tenho umas 02 a 03 colheres de miolo, coloco água apenas para dar certa liquidez – Quando acrescento o polvilho, bato mais. Verifique se quer mais liquidez e coloque mais água. Quando assa, ele endurece e faz casquinha!
Junte ainda: cúrcuma para dar um tom mais amarelado, sal e temperos de sua preferência.
Cai muito bem nas pizzas!
Queijo de abobrinha na pizza vegana. Imagem: Veganices da Val
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AMORES, Valéria. Criatividade e consumo consciente: Usando os alimentos em toda sua potencialidade. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/09/criatividade-e-consumo-consciente-usando-os-alimentos-em-toda-sua-potencialidade.html>.
Você sabe o que são títulos verdes?
Se uma empresa está precisando de um grande volume de dinheiro, para algum novo investimento, uma nova obra ou grande projeto, ela pode consegui-lo a partir de algumas formas: vender uma parte da própria empresa; pedir emprestado para uma instituição financeira; ou pedir emprestado para um monte de investidores. A esta última opção chama-se “título de dívida corporativa” ou debênture. No inglês, bond.
Mas o que essa explicação de administração/finanças está fazendo no Autossustentável? Pois bem, há mais ou menos 5 anos, empresas começaram a pegar o conceito de um bond e vincular essa emissão a um uso que comprovadamente demonstrasse um benefício ambiental. Uma nova fazenda eólica, a instalação de filtros para diminuição de gases poluentes, um novo sistema de reuso de água: todos esses são projetos financiáveis com claro benefício ambiental. A estes títulos com essa característica ambiental exacerbada deu-se o nome de green bond, ou títulos verdes.
Desde a primeira emissão, o crescimento da emissão dos títulos verdes no mundo é impressionante. Só no ano passado, mais de USD 150 bilhões foram emitidos em títulos verdes – número que praticamente dobrou o valor do ano anterior, que já havia dobrado o do outro ano. E, de acordo com a Climate Bonds Initiative, devemos fechar o ano de 2018 com USD 250 bilhões emitidos.
A explosão impressionante dessa modalidade de investimento obviamente atraiu a atenção de empresas e investidores. As primeiras, interessadas em vincular suas ações ambientais a seus novos investimentos – principalmente visando alcançar novas carteiras. Já os segundos, por conta da velha correlação entre boa gestão socioambiental e boa gestão da empresa como um todo – índices como o DJSI e o ISE já demonstraram como empresas com boa gestão em sustentabilidade tem melhor governança e gestão de seus riscos e, assim, tendem a ter melhores resultados – o que impacta em seu valor de mercado.
Tanto foi o sucesso que outros bonds começaram a ser aventado ao longo desse pouco tempo. Há cerca de 2 anos, os primeiros títulos sociais (social bonds) começaram a ser emitidos – agora, vinculando os investimentos a benefícios sociais palpáveis para populações vulneráveis. No ano passado, saíram os primeiros títulos sustentáveis (sustainable bonds), em que tanto os benefícios ambientais como sociais eram verificados. E, também no ano passado, logo vieram os títulos dos ODS (SDG bonds), vinculando os investimentos ao cumprimento das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
É um mercado novo e, claro, não isento de falhas. Nessa sua breve existência, algumas críticas já foram levantas quanto ao uso dos recursos, à comprovação que os mesmos estão sendo bem direcionadas e até questões de cunho mais ideológico. Enfrentando tais críticas e se aperfeiçoando, contudo, os títulos verdes (e sociais, sustentáveis, de ODS) tem grande potencial de direcionar o capital corporativo a ações de comprovado benefício socioambiental. Dá-se, assim, um passo a mais a um desenvolvimento mais sustentável dentro das condições de nosso sistema.
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MALTA, Fernando. Você sabe o que são títulos verdes?. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/09/voce-sabe-o-que-sao-titulos-verdes.html>.
Dia Mundial Sem Carro
Hoje, dia 22 de setembro, acontece em todo o mundo oDia Mundial Sem Carro. A data foi criada na França, em 1997, sendo adotada por vários países europeus já no ano 2000. Neste dia são realizadas atividades em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida nas cidades, no que passou a ser conhecido como Dia Mundial Sem Carro.
O objetivo principal do Dia Mundial Sem Carro é estimular uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel e propor às pessoas que dirigem todos os dias que revejam a dependência que criaram em relação ao carro ou moto. Além de propor a reflexão sobre a viabilidade e a justiça de cidades planejadas para automóveis.
A ideia é que essas pessoas experimentem, pelo menos nesse dia, formas alternativas de mobilidade, descobrindo que é possível cumprir sua rotina sem depender de um veículo. É o dia para testar alternativas, conferir se o transporte público no seu bairro continua mesmo tão ruim, arriscar uma caminhada mais longa, talvez até pedalar.
Que tal deixar o carro em casa? Dê carona, use o transporte público, ande de bicicleta ou ande a pé!
Faça a sua parte que a natureza faz a dela!
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SOUZA, L. B. Leonardo. Dia Mundial Sem Carro. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/09/dia-mundial-sem-carro-3.html>.
Pedaladas, inovação e mobilidade urbana: alugando e-bikes
Nos grandes centros urbanos, se locomover de forma rápida por curtas distâncias acaba sendo um grande desafio. Muitas vezes, um trajeto que sem congestionamento levaria em torno de 15 minutos, acaba sendo realizado no dobro ou mesmo no triplo do tempo.
E nesta pesada equação, além da perda progressiva de nossa qualidade de vida causada pelo estresse do trânsito, também entram fatores como a perda da produtividade laboral, o aumento da emissão de dióxido de carbono (altamente prejudicial ao meio ambiente) e as perdas econômicas pelo tempo cada vez maior que passamos nos engarrafamentos.
Imagem: Creative Commons
Pensando na melhoria da mobilidade urbana nas grandes cidades, foi criada, em 2014, a E-Moving, uma startup voltada para o aluguel e a venda de bicicletas elétricas.
Localizada em São Paulo, a empresa conta com mais de 400 bicicletas elétricas para o aluguel, além das que fabrica para a venda. Sim! É a própria E-Moving que fabrica, aluga e vende suas bikes. Apenas com a frota voltada para o aluguel, já foram percorridos mais de 1.500.000 km, o que equivale à redução de mais de 450 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera (que deixaram de ser emitidos pelo uso das bikes) – é como se fossem plantados 4,5 maracanãs de árvores.
Imagem: E-Moving
Além disso, o uso das bicicletas elétricas da empresa, chamadas de e-bikes, também ajuda a melhorar a qualidade de vida de seus clientes, já que, estes economizam tempo nos deslocamentos. De acordo com a E-Moving, as e-bikes devolvem aos clientes em média 15 dias corridos por ano para aproveitarem de uma maneira bem melhor que parados em congestionamentos.
Imagem: E-Moving
O grande diferencial das bicicletas elétricas está no fato delas conseguirem se deslocar por grandes percursos, sendo ideal para quem costuma percorrer de 6 km a 20 km por dia, com menos esforços e sem agredir o meio ambiente.
Para saber mais sobre a E-Moving, basta clicar aqui.
Triciclo para inclusão de crianças com deficiência
O triciclo adaptado para que crianças com deficiência participem de corridas de rua.
O triciclo, ainda em fase de ajustes, foi desenvolvido para o grupo Heróis Sobre Rodas, uma iniciativa independente, constituída por voluntários que promovem corridas utilizando triciclos e handbikes para pessoas portadoras de necessidades especiais.
Assim, o triciclo é adaptado para que crianças com deficiência participem de corridas de rua, ajudando crianças que necessitam de auxílio especial para se locomoverem e, criando assim, uma nova dinâmica de interação com suas famílias e cuidadores.
O projeto foi desenvolvido pelo Instituto SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) de Inovação em Materiais Avançados em São Bernardo do Campo e CDI – Centro de Design Integrado em São Caetano do Sul, em parceria com a Dassault Systèmes e conta com a ajuda da empresa Calfér, de São José dos Campos, para materializar o protótipo.
Desenvolvido pelos profissionais de Design Guilherme Castellini e Fernanda Moreira e de Engenharia e Manufatura Paulo Kazuo Inoue e Flávio Rodrimar Rodrigues, o triciclo chama atenção pelo seu design e pelos seus atributos ergonômico, funcional e técnico. Devido às suas características, o triciclo foi batizado de ‘Apuama’, que em tupi-guarani significa “veloz, velocidade e movimento”.
Imagem: Divulgação
Totalmente compacto, o triciclo pesa somente 20 quilos e tem capacidade para suportar 50 quilos e crianças com até 1,60 metro de altura. Sua roda dianteira apresenta duas posições. A posição fixa apropriada para corridas e a posição giratória mais indicada para caminhadas. Além disso, cabe destacar a suspensão independente para cada eixo, que auxilia a condução em terrenos acidentados.
O triciclo também dispõe de um eixo central dobrável e rodas removíveis, facilitando seu transporte e sua desmontagem. Além disso, possui cinto de segurança de cinco pontos e plataforma para os pés com faixas de proteção.
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SOUZA, L. B. Leonardo. Triciclo para inclusão de crianças com deficiência. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/09/triciclo-inclusao-criancas-deficiencia.html>.
Serviços de compartilhamento de carros e bicicletas crescem pelo mundo
A mobilidade urbana tem passado por grandes transformações. Uma delas é o compartilhamento que tem se mostrado com uma interessante solução para o setor, principalmente nos grandes centros urbanos.
O compartilhamento de bicicletas (bike-share) e de veículos (carsharing) promovem a economia criativa e incentivam novas soluções de forma a melhorar a mobilidade urbana sem agredir o meio ambiente. Para deslocamento ou mesmo por lazer, estes serviços estão conquistando o seu espaço.
Para trajetos mais curtos, os sistemas de compartilhamento de bicicleta são a solução ideal. Elas reduzem o número de quilômetros rodados por veículos motorizados e beneficiam tanto o usuário como o meio ambiente.
Há diversos serviços de aluguel de bicicletas públicas como as famosas laranjinhas do Bike Itaú (BikeRio, BikeSampa, BikePoa, etc.). Nesses serviços, o usuário paga uma mensalidade e pode retirar a bicicleta em uma estação, utilizá-la por um determinado período de tempo pré-determinado (em geral, 1 hora) e devolvê-la em outra estação.
Mas e se você tem uma bicicleta parada em casa e que está um tanto ociosa? Empresta, oras! Depois de impulsos consumistas, nada melhor do que dar novos rumos àquilo que não está em uso. Essa é a proposta por trás do weBike, uma plataforma de compartilhamento de biicletas criada por brasileiros através de financiamento coletivo. E coletividade é a alma do negócio.
Imagem: WeBike
Criada por quatro amigos de Porto Alegre, a ferramenta sustentável tem o intuito de aproximar a cidade ao futuro, trazer soluções para a mobilidade urbana e expandir a cultura do compartilhamento, como já acontece em aplicativos como o Tem Açúcar, por exemplo.
O “aluguel simplificado” pode ser uma alternativa mais barata para os motoristas de veículos. Os carros podem ser alugados por preços acessíveis e podem, inclusive serem elétricos, não emitindo gás carbônico.
A ideia é simples. O usuário faz um cadastro, que passa pela aprovação da empresa, escolhe uma opção entre os modelos disponíveis e a forma de contabilizar os preços (por tempo e distância, diária ou pacotes), o aplicativo destrava o veículo e o motorista sai por aí.
Existem variações: algumas empresas têm frota própria, outras funcionam intermediando o aluguel entre o proprietário do carro e o locatário. Na primeira opção, o usuário pode pegar um carro em um bairro e deixá-lo em outro ponto de estacionamento, como funciona com as bicicletas do Banco Itaú. Na segunda, o proprietário leva o carro até o usuário.
As vantagens em utilizar as novas plataformas vão da economia (manter um automóvel custa bem mais que o seu valor, é preciso pagar IPVA, seguro, manutenção e combustível) até a comodidade. Isso porque o carro compartilhado está disponível com o tanque cheio, limpo e o usuário só paga pelo tempo em que utiliza o veículo.
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Saiba como colocá-lo nas referências:
SOUZA, L. B. Leonardo. Serviços de compartilhamento de carros e bicicletas crescem pelo mundo. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/09/servicos-compartilhamentos-carros-bicicletas.html>.
Ciclovia na Holanda feita inteiramente de resíduos plásticos
Estruturas pré-fabricadas a partir de garrafas, copos e embalagens devem ser replicadas em estradas pelo país
Conhecida pelo intenso uso de bicicletas como meio de transporte, a Holanda que já inaugurou sua ciclovia solar, agora inaugura uma ciclovia feita inteiramente a partir de resíduos de plástico, como copos, garrafas e embalagens reciclados. As estruturas pré-fabricadas fazem parte de um projeto piloto que pretende reproduzi-las em estradas pelo país.
O caminho, inaugurado em Zwolle, no nordeste dos Países Baixos, tem 30 metros foi feito com o equivalente a mais de 218 mil copos plásticos ou 500.000 tampas de garrafa de plástico. A estrutura é até três vezes mais durável do que uma alternativa de asfalto.
Imagem: Plastic Road
A ciclovia também conta com diversos sensores para monitorar o desempenho da pista, incluindo sua temperatura, o número de bicicletas que passam por ele e sua capacidade de lidar com o tráfego. Isso faz da PlasticRoad a primeira ciclovia inteligente do mundo.
As seções pré-fabricadas da ciclovia são leves (4x mais leve que uma ciclovia tradicional), facilitando o transporte e tornando sua instalação 70% mais rápida. A estrutura ainda é projetada para que cabos e canos de serviços públicos (como drenagem pluvial) possam ser facilmente instalados.
Imagem: Plastic Road
Estima-se que o concreto asfáltico seja responsável por 1,5 milhão de toneladas de emissões de CO2 por ano, o equivalente a 2% das emissões globais de transporte rodoviário.
Ao jornal britânico “The Guardian”, os inventores das estruturas pré-fabricadas, Anne Koudstaal e Simon Jorritsma, disseram que este primeiro piloto é:
um grande passo para uma estrada sustentável e preparada para o futuro, feita de resíduos de plástico reciclado”.
Seria essa uma boa saída para o montante anual de 25 milhões de toneladas de resíduos plásticos gerados pela comunidade europeia. Desse total, menos de 30% são coletados para reciclagem.
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SOUZA, L. B. Leonardo. Ciclovia na Holanda feita inteiramente de resíduos plásticos. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/09/plasticroad-ciclovia-na-holanda-residuos-plasticos.html>.