Os ODS na escola
Imagem: Adaptação Autossustentável |
Imagem: ONU Brasil |
Pela primeira vez, a ideia de desenvolvimento sustentável é explicitamente utilizada como mote e isso pode ser considerado, ao mesmo tempo, positivo e negativo. Positivo pela importância que o tema tem ganhado desde o final da década de 1980 e todo horizonte de possibilidades que abarca quando se trata do casamento entre desenvolvimento e sustentabilidade. E negativo pelo mesmo motivo, ou seja, toda a amplitude e complexidade de conexões trazidas pelo desenvolvimento sustentável podem gerar paralisia do ponto de vista prático, entre outros efeitos.
De qualquer forma, o desenvolvimento sustentável pode ser considerado uma “das mais generosas visões de futuro”, pois considera em sua formulação a preocupação com as atuais e futura gerações [1].
Dentro desta visão, a escola desempenha papel central na formação de futuros cidadãos mais solidários e que compreendam seu papel e de sua comunidade na construção de sociedades mais sustentáveis. Os ODS podem (e devem) se tornar uma espécie de bússola que aponta para as questões mais centrais, inspirando a criação de atividades inovadoras e promovendo uma nova relação entre conhecimento e ação e entre o presente e o futuro que queremos.
Apesar das inúmeras possibilidades trazidas pelos ODS e pela Agenda 2030, estes ainda são pouco conhecidos do público escolar.
Imagem: Kidspot |
O primeiro passo, portanto, é aprender um pouco mais sobre a história dos ODS e dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (agenda anterior que começou em 2001 e terminou em 2015).
Para isso sugiro a visita ao site oficial da ONU Brasil em: Conheça os novos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU
Como segundo passo, partilhe.
Apresente a Agenda 2030 e os 17 ODS para sua comunidade e crie canais de diálogo que favoreçam a criação de uma Agenda 2030 escolar ou local, com o foco na identificação dos temas de maior relação com a realidade ou desejo de sua escola e comunidade. Nessa etapa, fica clara a importância da interdisciplinaridade e da busca por parcerias externas de ação e conteúdo na criação de projetos verdadeiramente significativos e transformadores.
Imagem: Centro de Referências em Educação Integral |
Como terceiro passo (e não necessariamente o último) crie uma rede com outras instituições de ensino na qual a comunicação dos sucessos, dúvidas e novos desafios permitem a expansão dos horizontes e que promovam a sedimentação de ações permanentes e continuadas.
Apesar de cada ODS estar em uma “caixinha”, eles favorecem claramente o desenvolvimento de atividades que valorizam o pensamento complexo, integrado e colaborativo. Dessa forma, eles têm a capacidade de facilitar a formação de sujeitos com uma visão ampliada dos desafios locais e globais, bem como, com maior poder de previsão e capaz de compreender o papel das incertezas.
Apesar de todo o potencial didático-pedagógico dos ODS, é importante ter claro que trabalhar com eles é um grande (e bom) desafio, que demandará mudanças significativas (e necessárias) sobre a organização das escolas, incluindo espaço, gestão e currículo [2], privilegiando novas formas de relacionamentos entre educadores e educandos e entre escola e comunidade.
Imagem: ONU |
[1] VEIGA, J. E. Para entender o desenvolvimento sustentável. São Paulo: Editora 34, 2015.
[2] BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Formando Com-vida, Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola : construindo Agenda 21 na escola / Ministério da Educação, Ministério do Meio Ambiente. – 3. ed., rev. e ampl. – Brasília : MEC, Coordenação Geral de Educação Ambiental, 2012.
A educação ambiental tem o poder de transformar o mundo. Com a missão de promover a conexão entre as pessoas e a natureza, despertando a percepção dos temas que impactam o ambiente, ela estimula a tomada de ações com foco na preservação e na sustentabilidade.