Microplásticos: o grande micro-vilão da saúde e do planeta
Todos nós sabemos o que são os plásticos e convivemos com eles diariamente. Uma das invenções mais importantes do século XX, o plástico revolucionou o mundo e substituiu materiais tradicionais por serem mais baratos, higiênicos e fáceis de fabricar. Com o passar do tempo, a fabricação dos plásticos cresceu imensamente (assim como o seu descarte) e fomos aos poucos descobrindo as consequências que viriam.
Os microplásticos são pedaços muito pequenos de plástico, com medidas menores que 5 milímetros – que podem, inclusive, ser menores que a espessura de um fio de cabelo. Sua origem é variada: grande parte vem da indústria têxtil, da decomposição dos plásticos (em lixões, no desgaste durante o uso e no descarte em locais incorretos), dos plásticos granulados (pellets), do uso em produtos de higiene pessoal (pastas de dente, esfoliantes, etc.) e, pasme, da abrasão dos pneus automotivos.
O problema é que, apesar da grande quantidade desses microplásticos, seu tamanho torna super difícil capturá-los. E eles estão em todos os lugares: na água que bebemos, na comida e no próprio ar. Atualmente, estima-se que cada pessoa ingere 5 gramas de plástico por semana. Isso equivale a um cartão de crédito!
Além disso, existem diversos estudos que mostram que existem microplásticos nos nossos corpos. Já foram identificadas partículas de microplásticos no sangue, fezes, pulmões e até mesmo na placenta. Estamos sendo expostos ao plástico mesmo antes de nascer. Mas quais são as consequências disso?
O problema ainda é muito “jovem” e as primeiras pesquisas sobre possíveis danos causados pelo plástico começaram quando biólogos que estudam dieta de aves marinhas identificaram porções de plástico em seus estômagos, há cerca de 40 anos. E a partir disso muito já se foi pesquisado, mas ainda há muito mais a se descobrir.
Um estudo feito em pintinhos no Japão sugere que talvez o plástico não seja tão ruim como espera-se. Apesar de algum atraso no crescimento e pequenos problemas no sistema endócrino, os testes não mostraram nada grave em questões de mortalidade, morbidade e de reprodução. Contudo, estudos com seres humanos ainda não são conclusivos e os pesquisadores dizem ainda não ser possível responder à questão de qual é o impacto do plástico para os seres humanos de maneira definitiva. Deve-se andar com cautela.
Para já, a melhor opção é procurar opções para substituir o plástico: Evitar o uso de descartáveis, utilizar potes de vidro (principalmente se para aquecer alimentos e bebidas), recusar o consumo de cosméticos com esfoliantes sintéticos e roupas de fibra sintética, optar por produtos reutilizáveis e tecidos de fibra natural, descartar corretamente o seu lixo e sempre reduzir o consumo, reutilizar o que é possível e reciclar o descarte!
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Saiba como colocá-lo nas referências:
MOSS, Luana. Microplásticos: o grande micro-vilão da saúde e do planeta. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2024/10/microplasticos-o-grande-micro-vilao-da-saude-e-do-planeta.html>.
Referências e Sugestões de Leitura:
PARKER, Laura. Microplásticos estão em nossos corpos. Quanto eles nos prejudicam?, 2022.NATIONAL GEOGRAPHIC. Disponível em: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2022/04/microplasticos-estao-em-nossos-corpos-quanto-eles-nos-prejudicam>.
RAGUSA, Antonio et al. Plasticenta: First evidence of microplastics in human placenta, 2021. Environment International – Editora Elsevier. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0160412020322297>.
ROMAN, Laura et al. Is plastic ingestion in birds as toxic as we think? Insights from a plastic feeding experiment, 2019. National Library of Medicine. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30776638/>.
WWF. Could you be eating a credit card a week?, 2019. Disponível em: <https://wwf.panda.org/?348371/Could-you-be-eating-a-credit-card-a-week>.
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