Aquecimento Global


Ondas de calor inéditas. Furacões avassaladores. Secas intermináveis onde antes havia água em abundância. Enchentes devastadoras. Extinção de milhares de espécies de animais e plantas. Incêndios florestais. Derretimento dos pólos. E outros tantos desastres naturais que fogem ao controle humano.

Há décadas, pesquisadores alertavam que o planeta sentiria no futuro o impacto do descuido do homem com o ambiente. Na virada do milênio, os avisos já não eram mais necessários – as catástrofes causadas pelo aquecimento global se tornaram realidades presentes em todos os continentes do mundo. Os desafios passaram a ser dois: se adaptar à iminência de novos e mais dramáticos desastres naturais; e buscar soluções para amenizar o impacto do fenômeno.

CAUSAS
Existe uma parcela da comunidade científica que atribui esse fenômeno como um processo natural, afirmando que o planeta Terra está numa fase de transição natural, um processo longo e dinâmico, saindo da era glacial para a interglacial, sendo o aumento da temperatura consequência desse fenômeno.
No entanto, as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades humanas, que intensificam o efeito estufa através do aumento na queima de gases de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A queima dessas substâncias produz gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CO4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das radiações solares, funcionando como o vidro de uma estufa de plantas, o que causa o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo.
CONSEQUÊNCIAS DO AQUECIMENTO GLOBAL
  • Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar o nível da águas dos oceanos, pode ocorrer, futuramente, a submersão de muitas cidades litorâneas;
  • O degelo é outra consequência do aquecimento global, segundo especialistas, a região do oceano Ártico é a mais afetada. Nos últimos anos, a camada de gelo desse oceano se tornou 40% mais fina e sua área sofreu redução de aproximadamente 15%. As principais cordilheiras do mundo também estão perdendo massa de gelo e neve. As geleiras dos Alpes recuaram cerca de 40%, e a capa de neve que cobre o monte Kilimanjaro, na Tanzânia, pode desaparecer nas próximas décadas;
  • Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários ecossistemas. Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente em florestas de países tropicais (Brasil, países africanos), a tendência é aumentar cada vez mais as regiões desérticas do planeta Terra;
  • Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas;
  • Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas têm sofrido com as ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças.
AQUECIMENTO GLOBAL E POSSÍVEIS IMPACTOS NA AMAZÔNIA
Com uma media das projeções, obtêm-se um aumento das áreas de savana na América do Sul Tropical, dentre esses modelos alguns indicam diminuição das chuvas na Amazônia, outros não indicam alteração, enquanto um deles chega projetar aumento das chuvas.
Alguns estudos sobre resposta das espécies da flora e da fauna Amazônica e do Cerrado indicam que para um aumento de 2 a 3 ºC na temperatura média, até 25% das árvores do cerrado e até cerca de 40% de árvores da Amazônia poderiam desaparecer até o final deste século.
IPCC
Em tempos de aquecimento planetário, uma nova entidade internacional tomou as páginas de jornais e revistas de toda a Terra – o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), criado pela ONU para buscar consenso internacional sobre o assunto. Seus aguardados relatórios ganharam destaque por trazer as principais causas do problema, e apo
ntar para possíveis caminhos que podem reverter alguns pontos do quadro.
Conforme cientistas do IPCC, o século XX foi o mais quente dos últimos cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento pode parecer insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais.
ACORDOS RECENTES
Protocolo de Quioto
Esse Protocolo teve como objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento.
O Protocolo não apenas discutiu e implantou medidas de redução de gases, mas também incentivou e estabeleceu medidas com intuito de substituir produtos oriundos do petróleo por outros que provocam menos impacto.
O Protocolo de Quioto não obteve um maior êxito pelo fato dos Estados Unidos, os maiores emissores de CO2 do mundo, não aderiram ao mesmo. Essa recusa ilustra os problemas colocados diante das tentativas de conter o aquecimento global.



COP 15 (15º Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas) – Copenhague


O resultado final da Reunião da Convenção do Clima foi frustrante. Nem mesmo o texto final de uma Declaração de Copenhague foi aprovado. Decidiu-se por isso, que os países tomarão nota do conteúdo desse texto e cumprirão o que puderem das metas ali estabelecidas. E com isso, se transfere para o final de 2010, na Cidade do México, quase tudo que havia de importante para ser decido, mas que precisaria do consenso de 193 países, o que não ocorreu.


Todos os países entraram em consenso sobre as intenções como a de cada país empenhar-se para que o aumento da temperatura do planeta não ultrapasse 2º C. Se aprovou também um fundo de 10 bilhões de dólares por ano até 2012, com o qual os países desenvolvidos ajudarão os países mais pobres a enfrentar mudanças climáticas.
CRÉDITOS DE CARBONO
O Homem lança mais de 35,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano na atmosfera, o principal gás causador do aquecimento global. Para diminuir estes números, foram criados projetos de redução de emissões de gases do efeito estufa.
Estes projetos, após serem aprovados, podem gerar créditos de carbono e serem utilizados por países desenvolvidos para alcançar suas metas de redução das emissões de gases do efeito estufa. O Protocolo de Quioto institui o mercado de carbono como um dos mecanismos para reduzir os custos no corte das emissões, assim como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e a Implementação Conjunta.
SOLUÇÕES
O amplo consenso entre os cientistas do clima de que as temperaturas globais continuarão a aumentar tem levado estados, nações, empresas e cidadãos a implementar ações para tentar reduzir o aquecimento global ou ajustar-se a ele. Os permanentes estudos e o grande número de ações civis poderão resultar em uma mudança cultural e meios economicamente viáveis para enfrentar de forma eficaz ações antrópicas que emitem gases-estufa. Algumas medidas:
  • Incentivar o desuso de fontes fósseis de geração de energia, como o petróleo e o carvão, e substituí-las pelas novas renováveis, como solar e eólica. Essa é uma estratégia não só para reduzir as emissões de gases-estufa, mas para consolidar um crescimento econômico baseado em tecnologias que não prejudicam o planeta;
  • Maior controle e fiscalização sobre desmatamentos e incêndios nas matas e florestas;
  • Investimentos na elaboração de novos tipos de combustíveis como o álcool vegetal e de biocombustíveis (fabricados a partir de vegetais, tais como, cana-de-açúcar, plantas oleaginosas, biomassa florestal e resíduos agropecuários);
  • Instalação de sistemas de controle de emissão de gases poluentes nas indústrias;
  • Uso de técnicas limpas e avançadas na agricultura para evitar a emissão de carbono (biotecnologia);
  • Incentivo a construção de prédios com a implantação de sistemas que economizem energia, e de captação de águas pluviais.
E O QUE VOCÊ PODE FAZER?
  • Quando possível, usar transportes coletivos e deixar o carro em casa, dê preferência à bicicleta;

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