Vulnerabilidade Social e Coronavírus – Como ajudar a quem precisa?
Todos estamos vivendo uma rotina que foge completamente do que estamos habituados. A pandemia que tomou conta do mundo está cada dia mais próxima de nós. Por isso, precisamos intensificar os cuidados com a higiene (lavando adequadamente as mãos com água e sabão e fazendo uso de álcool gel), e manter o isolamento social, sair de casa apenas para casos de urgência como mercado ou farmácia. Atenção redobrada para as pessoas em grupo de risco, como idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas como diabetes e hipertensão, asma. Fique em casa!
Infelizmente, nem todos podem permanecer em casa. Há pessoas que trabalham com serviços essenciais (como saúde, transporte, limpeza urbana) e por esse motivo, precisam se deslocar de suas casas até o local onde trabalham. Como o próprio Ministério da Saúde recomendou, é preciso atenção para a higienização e para o distanciamento mínimo de outras pessoas, evitando o contato direto, além do uso de máscaras caseiras.
Tendo exposto a situação e reforçado a necessidade de sermos cuidadosos, agora vamos sair por um momento de nossas bolhas e olhar em volta. Para além das imagens do isolamento em casas, apartamentos e condomínios, vamos lançar nosso olhar um pouco além do que normalmente fazemos. Vamos ver o que normalmente é ignorado, invisibilizado: a desigualdade social que em sua forma extrema acaba produzindo a situação de vulnerabilidade social que aumenta a cada ano, solapando uma parcela cada vez maior da sociedade.
Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil tinha 9,25 milhões de pessoas vivendo com menos de $ 1,90 por dia em 2017, já ao final de 2018 havia 9,3 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de miséria. Em 2019, a extrema pobreza chegou a 13,2 milhões de brasileiros, conforme dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania.
Não precisamos ir muito longe para nos deparar com pessoas vivendo em situação de pobreza, aqui no Rio de Janeiro mesmo, frutos de uma construção político-econômica, temos elevado índice de desigualdade social. E não estou me referindo apenas às favelas, as regiões de periferia também concentram grande parte dessa população em vulnerabilidade social.
Por isso convido você a lançar seu olhar para essas pessoas. Como podemos ajudar nesse momento tão delicado?
Há várias campanhas voltadas para doações para os que mais precisam nesse momento, como moradores de comunidades e regiões de periferia e também para catadores. E o mais importante: você pode ajudar sem precisar sair de casa!
Movimento Eu sou Catador
O “Movimento Eu Sou Catador” do Rio de Janeiro representa a categoria de catadores e catadoras de materiais recicláveis em seus interesses e objetivos comuns e nessa época de pandemia está recebendo doações para comprar cestas básicas para catadores que nesse momento, pelo cenário de pandemia e pelo alto risco de contágio, estão com as atividades suspensas.
Tendo em vista que esses trabalhadores só recebem a partir do que coletam e repassam para as cooperativas – a renda média mensal de R$680,00 já é um indicativo de vulnerabilidade social – nesse período de isolamento social, o futuro gera incertezas e angústia principalmente sobre a ameaça da fome.
As doações podem ser feitas no link http://vaka.me/955813. A meta inicial dessa vaquinha é ajudar a suprir as necessidades básicas de 160 famílias de catadores de forma direta, através da distribuição de cestas básicas. Cada cesta básica que será distribuída contará com 31 itens, entre alimentos e produtos de higiene, suficientes para manter uma família de 5 pessoas pelo período de até um mês. Nesta primeira etapa, serão atendidas as cooperativas: Mais Verde, Cooper Rio Oeste, Cooper Ideal, Coopembau, COOMUB, Cooper Ecológica, Coopereco, COOPSANTA, Cooper Beija flor, Cooper Transvida e Associação Renascer.
Link da Vakinha: http://vaka.me/955813
Página do Movimento no Facebook, clique aqui.
Telefone e e-mail para contato: (21) 97184-3243, movimentoeusoucatador@gmail.com
ACAMJG – Associação de Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho
O Aterro de Jardim Gramacho (localizado no bairro de Jardim Gramacho em Duque de Caxias – Baixada Fluminense), que funcionou até o ano de 2012, conhecido durante muito tempo como o maior lixão a céu da América Latina, também possui uma associação de catadores bem atuante.
A Associação de Catadores do Jardim Gramacho continua na luta por garantir a seus associados o que o governo estadual se comprometeu no momento de encerramento das atividades do Aterro de Gramacho, assistência social às centenas de famílias que tinham seu sustento retirado diretamente da atividade de coleta de recicláveis no aterro.
A ACAMJG também está recebendo doações através da conta da própria associação. O presidente da associação Sebastião Santos está diretamente responsável pela compra dos materiais para as cestas básicas que estão sendo distribuídas. Confira a seguir como fazer sua doação:
Nome: Associação de Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho
Agência 8097 / Conta: 08305-2
CNPJ: 09.490.884/0001-84
Nos links abaixo você pode acompanhar todo o trabalho de distribuição das cestas básicas.
Instagram do presidente da ACAMJG, clique aqui.
Página no Facebook do presidente da ACAMJG, clique aqui.
Outra parcela da população que está sobre grande risco com a atual situação de pandemia é representada pelos moradores de favelas e comunidades de todo o Brasil. Classificados pelo IBGE como aglomerados subnormais, as favelas concentram cidadãos que são comumente invisibilizados pelos mecanismos sociais, um exemplo disso é a ausência do estado via políticas públicas que garantam a prestação de serviços como saneamento básico.
Observam-se dois fatores que expõe essa população a um maior risco de contágio do coronavírus (Covid-19), as favelas brasileiras são territórios de grandes aglomerações populacionais, isso considerando a disposição de construções muito próximas umas às outras e também o fato de, na maioria acachapante dos casos, concentrarem muitos habitantes em moradias de pequenos cômodos; e a oferta intermitente de abastecimento de água.
Como manter a higiene? Como lavar as mãos se é mais comum torneiras secas que jorrando água? O isolamento social se torna um grande desafio para a população de comunidades e para o governo, em todas as suas instâncias, tendo em vista a grande vulnerabilidade social a que essas pessoas estão expostas.
Foi pensando nisso e conhecendo muito bem a realidade das comunidades no Rio de Janeiro que a ONG Voz das Comunidades lançou a campanha para doações denominada “Pandemia com Empatia”.
ONG Voz das Comunidades – PANDEMIA COM EMPATIA
A campanha Pandemia com Empatia foi criada pela ONG Voz das Comunidades justamente para ajudar as famílias, em situação de maior vulnerabilidade social, a terem materiais para se manter os cuidados com higiene e saúde orientados pela Organização Mundial da Saúde – OMS e pelo Ministério da Saúde. O valor arrecadado tem sido destinado à compra de itens como água, álcool em gel e sabonete. A ONG ressalta a urgência em se conseguir esses itens, já que, em algumas favelas o abastecimento de água acontece a cada 15 dias.
A ONG pede que as doações sejam feitas através de transferências, priorizando depósito bancário e pic pay, para evitar que mais pessoas se ponham em risco nas ruas. Anote os dados para que você possa fazer sua doação:
Caixa Econômica Federal
Agência: 0198 / Conta Corrente: 3021-2 / Operação:03
ONG VOZ DAS COMUNIDADES
CNPJ: 21.317.767/0001-19
Junto à Voz das Comunidades, estão presentes outras organizações e líderes comunitários empenhados em conter o avanço do Covid-19 nas favelas. Você pode acompanhar o trabalho que vem sendo realizado pela #COVID19NasFavelas. Uma dessas organizações é o Coletivo Papo Reto que está atuando diretamente com a ONG Voz das Comunidades na questão da conscientização dos moradores sobre a periculosidade da doença e também na distribuição dos kits de higiene e de cestas básicas.
O Coletivo Papo Reto também está recebendo doações através do Banco Santander. Atenção para os dados abaixo:
Site Voz das Comunidades, clique aqui.
Página do Facebook Voz das Comunidades, clique aqui.
Instagram Voz das Comunidades, clique aqui.
Site Coletivo Papo Reto, clique aqui.
Página do Facebook Coletivo Papo Reto, clique aqui.
Instagram Coletivo Papo Reto, clique aqui.
Para conhecer outras instituições que estão mobilizadas para ajudar, com a ajuda de doações, pessoas em situação de vulnerabilidade social, clique aqui.
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Saiba como colocá-lo nas referências:
ABREU, Nathália. Vulnerabilidade Social e Coronavírus – Como ajudar a quem precisa?. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2020/04/vulnerabilidade-social-e-coronavirus-como-ajudar-a-quem-precisa.html>.