Sustentabilidade: Let’s commute, de forma transitiva e transitável!

Como você vai para o trabalho?
A pé?
De bicicleta?
De metrô?
De ônibus?
De carro?
De táxi?
Em inglês, quando nos referimos ao ato de “viajar de casa para o trabalho”, usamos frequentemente o verbo intransitivo “to commute”. Só que “to commute” além de ser intransitivo, quando você pega seu carro e enfrenta congestionamentos, pode ser também “intransitável”!


As grandes cidades pelo mundo oferecem muitas opções de transporte para um cidadão ir para o trabalho a cada dia. Você mora em uma cidade grande? Qual é a sua opção favorita? Por quê? O que você ganha? O que você perde?

Estive em muitas cidades pelo mundo, de São Paulo, onde nasci, à Hong-Kong, e moro atualmente nas proximidades de Chicago. Conheço, então, o que seja um tráfego intenso e posso dizer que, como qualquer outra cidadã deste nosso planeta, daria tudo para evitá-lo.

O trânsito intenso, além de não ser bom para a economia do país, que fica literalmente “estagnada”, não é bom também para seu próprio bolso: Quanto de gasolina seu carro consome no trânsito? E quão mais produtivo você poderia ser se não estivesse ali parado?

 Além disso, essa situação de incrível desconforto afeta diretamente sua saúde: quanto mais tempo parado no trânsito, maior probabilidade de adquirir problemas relacionados à tensão muscular, entupimento de artérias coronárias, falhas de respiração e audição, sem contar ansiedade e pânico! E, claro, problemas de saúde vão gerar mais despesas para o cidadão e para o país. Tudo por causa do trânsito.

Algumas políticas de desenvolvimento urbano têm procurado forçar os motoristas a deixarem seus carros em casa. Em São Paulo, por exemplo, o rodízio de carros durante a semana é uma prática que obriga os paulistanos a procurarem uma segunda opção de transporte. Muitas vezes, infelizmente, essa opção é um segundo carro que não alivia em nada o drama! Já em Chicago, os elevadíssimos preços de estacionamento, que podem chegar a 50 dólares por dia, fazem os cidadãos repensarem se devem mesmo ir ao centro da cidade de carro. Em cidades como Londres, Estocolmo e Cingapura existem pedágios urbanos, ou seja, quem entra na cidade de carro, paga.

Parece que relacionar a atividade do trânsito com “taxa a pagar” pode ajudar a repensar a questão, mas será que resolve? Quanto você está dis
posto a pagar para não trafegar de carro no seu dia-a-dia?

Voltando ao verbo “to commute” em inglês, como disse acima, é intransitivo quando significa “viajar para o trabalho”. No entanto, vejam bem,  é um verbo transitivo direto quando significa “mudar”, “alterar” ou “trocar”!

Então sugiro que conjuguemos o verbo “to commute” de forma transitiva. Vamos mudar nossos hábitos, trocando o carro por outros meios de transporte!

Aqui há algumas sugestões, bem transitivas e diretas!
Deixe seu carro em casa e…
  • Vá a pé sempre que possível, mesmo se a caminhada for um pouco longa. Saia mais cedo de casa e aproveite para conhecer sua cidade sob outra perspectiva! Pare para ver vitrines. Seu combustível: uma garrafa d’água comprada numa padaria que você não conhecia.
  • Vá de bicicleta. Cuide para que sua bicicleta esteja em excelentes condições e saiba sinalizar para os carros e ônibus com quem divide as ruas. Use roupas vibrantes para que seja bem identificado. E bom exercício!
  • Vá de metrô, que é seguro e não lida com o tráfego da superfície.
  • Vá de ônibus. O ônibus permite que você veja a cidade com outros olhos também. Leve material de leitura, sempre que necessário. Use seu tempo para observar o cenário, as pessoas. Há sempre algo novo a aprender quando você usa o ônibus coletivo.
Agora, se não der para largar mão do carro, procure fazer outros caminhos e principalmente, não vá sozinho: dê carona para alguém.

Então, você está pronto para conjugar o verbo “to commute” no trânsito?
Espero que sim! Escolha sempre a forma transitiva e nunca a intransitável!
E boa viagem!

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