Visita à “fábrica verde” da Coca-Cola em Maceió
Estivemos na última sexta-feira, dia 30 de setembro, a convite da Coca-Cola Brasil, visitando a primeira fábrica “verde” do sistema Coca-Cola em Maceió/AL. Com uma moderna arquitetura e concebida dentro dos mais rígidos padrões de sustentabilidade ambiental, a fábrica Solar Br foi construída no conceito de “planta verde” e está previsto para 2014 que ela receba a certificação LEED global (Leadership in Energyand Environmental Design), um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações.
Esta certificação, utilizada em 143 países, garante a implantação das boas práticas da construção sustentável. Todas as futuras fábricas do Sistema Coca-Cola também serão projetadas visando à certificação LEED.
A nova fábrica apresenta importantes diferenciais que caracterizam suas propriedades sustentáveis:
- O terreno foi escolhido em função da proximidade com o comércio e serviço, de forma a incentivar os funcionários da fábrica a se deslocarem a pé, de bicicletas ou por meio de transporte público, contribuindo assim para a redução dos níveis de emissão de gases;
- Pontos de transporte público de fácil acesso e próximos à fábrica;
- Adoção de grande área verde no terreno, promovendo, entre outros benefícios, o gerenciamento mais eficiente das águas pluviais, a maior biodiversidade e a redução do efeito “ilha de calor”;
- Cobertura do galpão de produção com cor clara e pé direito alto, diminuindo o efeito “ilha de calor”, em função da maior reflexão solar e também da utilização de telhas com isolantes térmicos, propiciando maior conforto aos funcionários;
- Iluminação natural em todo galpão industrial;
- Plano de controle de poluição da obra;
- Uso eficiente de água e redução de uso de água potável em necessidades secundárias;
- Paisagismo com o uso de plantas nativas ou adaptadas, diminuindo a necessidade de irrigação;
- Instalação de equipamentos economizadores de água, como válvulas “Dual-flush” e reuso de água dos chuveiros para as bacias sanitárias e torneiras com temporizadores;
- Instalação de sistema de captação e reuso de água do processo produtivo para a irrigação.
Quanto à produção, ela é totalmente automatizada e quase não há contato humano direto com o produto, além disso, verifica-se uma abundância de pontos de controle, com sensores que inspecionam eletronicamente tanto as garrafas vazias como as cheias. Dessa forma, qualquer imperfeição é motivo para sua separação: as garrafas de vidro que tiverem algum resquício de sujeira retornam ao início do sistema, para o setor de limpeza; já às que se encontram quebradas ou lascadas são levadas para reciclagem. O mesmo vale para as garrafas de PET que são descartadas se possuírem alguma imprecisão ou até mesmo vazamento de ar pelo lacre. E esses
são só alguns dos check lists que os sensores eletrônicos varrem em cada garrafa.
são só alguns dos check lists que os sensores eletrônicos varrem em cada garrafa.
Foto: Divulgação |
Foto: Divulgação |
Outro fato que também impressiona é que se uma (01) tampinha de garrafa PET estiver virada, o processo de produção é parado e só é liberado quando o operador da máquina fizer o ajuste invertendo a tampinha.
Assim, tendo em vista toda a cautela empregada para se manter a excelência na produção através da utilização de sensores altamente eficazes, torna-se difícil acreditar na veracidade dos últimos relatos sobre objetos estranhos que foram encontrados nas garrafas da bebida. É claro que, estatisticamente, podem ocorrer erros industriais, mas analisando a quantidade e a qualidade da tecnologia empregada na produção da bebida, fica claro que a tendência de erros fica próxima à nulidade.
E para sanar qualquer dúvida que ainda permaneça, a Coca-Cola está abrindo suas fábricas para visita de seus consumidores. Para agendar sua visita basta se cadastrar ligando para o número 0800-021-2121.
Durante nossa visita, também tivemos um bate-papo via skype com Marco Simões, Vice-Presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil, que nos contou um pouco mais sobre a fábrica, a política da Coca Cola e respondeu perguntas dos demais blogueiros que estavam presentes.
Um dos conceitos apresentados por Marco Simões foi o “Eu, Nós e o Mundo”. A primeira dimensão, “Eu”, é representada pelos cuidados com a saúde e o bem estar pessoal, tais como os benefícios de uma vida mais saudável e o alerta quanto a doenças como obesidade. O “Nós” pelo bem estar social, focando o cuidado com os fornecedores e com toda cadeia produtiva (da compra dos ingredientes ao pós venda do produto). E a terceira dimensão, “Mundo”, é representada pela responsabilidade com a sustentabilidade ambiental como tratamento de resíduos, incentivos à reciclagem e a racionalização de energia.
Simões ainda nos falou sobre a forte preocupação da empresa em relação à redução do uso de água na produção, com investimentos em tecnologias para racionalizar ao máximo o seu uso, assegurando a eficiência no consumo de água, coleta de água pluvial e reutilização da mesma no processo de produção. A meta da empresa é a de utilizar apenas 1,5 litro de água para cada litro de bebida produzida.
Cabe ressaltar que esta medida de 1,5l por litro produzido é usado não somente na composição da bebida, mas também em todos os outros processos fabris, como lavagem da própria fábrica e dos equipamentos industriais. Em Jundiaí está localizada a fábrica com o melhor índice de eficiência mundial da empresa, no que diz respeito ao consumo de água, com a utilização de apenas 1,35 litros de água,
em média, por litro de bebida produzida.
Com relação às embalagens, Marco Simões destacou os investimentos da empresa na criação de um círculo virtuoso de coleta, reciclagem e reuso de latas e garrafas de PET, incluindo um trabalho muito próximo com as cooperativas de coletores e recicladores de resíduos. Além do desenvolvimento detrabalhoscom prefeituras para que haja100% de coleta seletivae de programas de educação para a população, visando à separação correta do lixo (apenas 30% da população a faz corretamente).
No caso das latas de alumínio o índice de reaproveitamento é de 98,5%, o mais alto de todo o mundo. No caso das garrafas de PET, está em torno de 57%, também o maior índice de todo o mundo, mas a meta é também chegar aos 100% nos próximos anos.
O desafio que fica não se aplica apenas a Coca-Cola, mas sim a sociedade como um todo: aumentar o valor agregado da PET a fim de estimular sua coleta por parte dos coletores. E pensando nisso, a empresa está apoiando a criação de uma cadeia de valor para este produto através do estímulo ao uso da fibra de PET na indústria têxtil e no artesanato.
Excelente post, parabéns! Pra quem quiser saber mais sobre o assunto sugiro este artigo: http://www.construcaosustentavel.net/2013/12/a-historia-completa-da-sustentabilidade-na-construcao.html