O “Dia do Alívio” e A Globalização do Simples
É indiscutível que no sistema em que estamos engajados, manter um nível de competição é inexorável (e até certo ponto, saudável). Mas algumas competições desnecessárias estão tomando nosso valioso tempo e, cada vez mais, migrando, repletas de futilidade, para esferas de extrema importância. E desviando nossa atenção do que realmente deveria importar.
Por isso, imagino frequentemente o quão positivo seria o dia em que todos se livrassem desses grilhões gerados por tais competições.
Muitos conhecem o poder de um momento de meditação e reflexão, e entendem que esse momento de análise é tão necessário quanto o momento de absorver informações (até para absorvê-las de forma mais crítica, filtrando apenas o essencial). Perante isso, seria válido propor um “Dia do Alívio”, no qual a humanidade se liberaria dos problemas fora do seu alcance imediato que causam tanta ansiedade e mal estar social. E, seguindo essa proposição, seria possível nos prepararmos para o “despertar” de soluções cabíveis para os problemas mais simples, solucionando-os de forma natural e calma.
Foto – ‘Nirvana’ de Charles Wang |
Escrevo sobre observações voltadas a sociedade porque acredito que a estabilidade do meio ambiente só poderá ser atingida quando alcançarmos nossa própria estabilidade pessoal. Considero que a Sustentabilidade seja resultante dos aprimoramentos da esfera social.
Assim, perante o assunto abordado, sugiro, igualmente, a “Globalização do Simples” onde assumiríamos um relacionamento saudável com o ambiente que nos cerca, resgatando valores familiares que são importantes pilares para uma vida saudável, além de representarem uma base para a construção de indivíduos em comunhão com o sistema e a natureza. Globalizar o simples é exercer o humanismo com originalidade e colocá-lo em status de lei de grande importância para a convivência de mais de sete bilhões de seres humanos. Porque com generosidade, compaixão e preocupação focalizadas podemos mudar o mundo.
Voltando ao “Dia do Alívio”, não proponho o ócio destrutivo, mas a paz ao acomodar nossas cabeças nos travesseiros após um longo dia de serviço. Onde mesmo cientes de todos os problemas, estaríamos aliviados por fazer nossa parte sem radicalismo. Observar e absorver, exercer e perceber, aprender e passar adiante… Esses seriam alguns dos requisitos necessários à prática da Sustentabilidade.
Competição não pode se transformar em justificativa para o mal estar social, assim como dificuldade não deveria gerar desânimo e a imunidade ser transformada em descaso. Não espere o mundo bater à sua porta repleto de incógnitas, solucione-as antes e o espere-o com soluções!