Dia Mundial Sem Carro

Nada melhor que estrear uma coluna mobilidade urbana no Dia Mundial Sem Carro. Essa data foi celebrada pela primeira vez, na França, em 1997 e, desde então, vem sendo lembrada em diversos países no mundo, inclusive no Brasil. O intuito desse dia é gerar reflexão sobre utilização exagerada dos carros.
A verdade é que o carro em si não faz mal, mas como a maioria das coisas nesta vida, o seu mau uso, sim. As consequências estão aí todos os dias nas grandes cidades: engarrafamentos e poluição em proporções cada vez maiores. E todos nós somos vítimas, não temos para onde correr. Mas, infelizmente, alguns insistem em viver como se existisse um planeta “backup”. E são para esses que a existência desse dia se faz importante. A situação atual do planeta implora uma revisão de valores e escolhas, hora de sermos menos individualistas. Mas como? E o que o carro tem a ver com isso? 

O carro é um forte símbolo do individualismo que vivemos atualmente. Muitos preferem ficar horas contribuindo e presos em um engarrafamento sozinhos a passar menos tempo em um transporte público ou em uma bicicleta. Claro que a princípio cada um é dono de si e tem direito de escolher pelo carro, mas fomentar reflexões sobre essa escolha é extremamente válido e saudável, principalmente porque as consequências dessa escolha atingem o coletivo.
“Será que não sai mais barato ir de transporte público?”
“Será que não sai mais barato ir de bicicleta?”
“Será que não sai mais rápido ir de transporte público?”
“Será que não sai mais barato ir de bicicleta?”
“Será que dá para ir de bicicleta?”.

As questões expostas acima são algumas que o dia de hoje traz à tona. Muitos, na correria do dia a dia, nunca refletiram sobre todas elas. Apenas usam o carro, porque possuem um. Nunca colocaram na calculadora os custos de tê-lo. Outros até já calcularam, mas preferem arcar e continuar ostentando esse símbolo furado de sucesso, que tanto os comerciais propagam. Outros, ainda, sempre tiveram vontade de ir de bicicleta, mas nunca tiveram coragem. Está aí a importância desse dia: Por que não fazer diferente?

Eu sei: para muitos, a rotina está toda desenhada em cima de um carro; de repente, ir para o trabalho de bicicleta pode ser demais. Mas já pensou na academia, no mercado, no curso, na feira uma vez por semana? Pequenos trajetos semanais podem ser grandes avanços. Desses pequenos trajetos nascem muitos usuários assíduos da bicicleta como transporte. Alguns até viram cicloativistas apaixonados. Conheço alguns.
Que tal aproveitar esse dia para reinventar a rotina e colocar uma bicicleta no meio? Que tal aproveitar esse dia para experimentar o transporte público? Quem sabe, agora, com tantas faixas exclusivas para ônibus e BRT’s não seja mais rápido do que de carro, ou, pelo menos, bem mais em conta…?

Enfim, o dia de hoje é um convite para a reflexão e que dele nasçam muitas ações mais conscientes para o trânsito, para as cidades, para as pessoas e para todo planeta.
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