Educação Sustentável
Muito se fala hoje em desenvolvimento sustentável, sendo esse conceito já bastante difundido e distorcido em todos os campos do conhecimento científico. O termo desenvolvimento foi incorporado com o sentido de progresso para justificar um crescimento baseado em um mercado consumidor e em uma lógica econômica, não relacionando isso ao respeito ambiental. Temos que estar cada vez mais envolvidos com o meio ambiente. Envolver, do latim involvere, tem sentido de abranger e também de seduzir, cativar. Hoje é necessário muito mais um envolvimento baseado em uma sedução entre indivíduo e meio ambiente, ao contrário do que é feito no discurso desenvolvimentista, que não deseja cativar pessoas, mas apenas impor suas condições de crescimento pautado no consumismo.
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Para um envolvimento sustentável que se realize na prática, devemos saber que existe uma incompatibilidade de princípios entre sustentabilidade e capitalismo.
No discurso desenvolvimentista do capital, tenta-se conciliar dois termos inconciliáveis (desenvolvimento sustentável) dentro do atual contexto da globalização capitalista. O conceito de sustentabilidade é impensável e inaplicável nesse ponto de vista.
Para sua realização, deve possuir uma componente fundamental que é a sustentabilidade educacional, pois para termos a preservação ambiental, dependemos de uma consciência ecológica, e a transformação dessa consciência depende da educação (GUTIÉRREZ, 1999).
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar a possibilidade para sua construção. O ato de educar se constitui no processo em que um aprende com o outro na convivência, se transformando de forma espontânea, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro no espaço de convivência (FREIRE, 1987).
![](http://1.bp.blogspot.com/-RN8wWqcyi50/Ve3K6nAw3VI/AAAAAAAA138/Mcd7maRcsAA/s400/Academy-for-Global-Citizenship.jpg)
Assim, o papel da educação é de suma importância para que a sustentabilidade seja alcançada e problemas ambientais, como a má gestão de resíduos, e escassez de água, dentre outros, possam ser solucionados.
A má gestão de resíduos é apontada pelos ambientalistas como o maior problema ambiental urbano atual, tendo-se tornado objeto de diversas propostas técnicas para seu enfrentamento. No entanto, muitos desses programas são planejados de forma reducionista.
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Retirado de Creating windows of opportunity for policy change: incorporating evidence into decentralized planning in Kenya |
Em função da reciclagem, incentivam apenas a coleta seletiva de lixo, não permitindo espaço para implementação de políticas pedagógicas ambientais. Com isso a reciclagem do lixo torna-se uma atividade-fim, em vez de considerá-la um tema-gerador para o questionamento das causas e consequências da questão do lixo.
A compreensão da necessidade de gerenciamento integrado dos resíduos sólidos propiciou a formulação da chamada Política dos 3R’s – recebendo essa nomenclatura devido à junção das palavras “Reduzir”, “Reutilizar”, e “Reciclar”. Antes de ser um problema de ordem técnica, a questão do lixo é um problema c
ultural. Desde que a economia afirma que a produção tem como finalidade o consumo, a sociedade moderna estabeleceu como objetivo aumentá-lo, desenvolvê-lo e o consumo passou a ser entendido como qualidade de vida e bem-estar. Hoje ele é responsável por problemas ambientais, não podendo mais ser compreendido unicamente como sinônimo de felicidade (CAPRA, 2003).
ultural. Desde que a economia afirma que a produção tem como finalidade o consumo, a sociedade moderna estabeleceu como objetivo aumentá-lo, desenvolvê-lo e o consumo passou a ser entendido como qualidade de vida e bem-estar. Hoje ele é responsável por problemas ambientais, não podendo mais ser compreendido unicamente como sinônimo de felicidade (CAPRA, 2003).
![Autossustentável: 3 R’s Autossustentável: 3 R’s](http://2.bp.blogspot.com/-g4D0JJ4s_oM/Ve3J35T1wyI/AAAAAAAA13k/2Zxc8-mbFKg/s1600/3rs.png)
A reciclagem pode ser o traço de união entre produção e consumo, mas, é também a alienação do consumismo como fator de degradação ambiental e engrenagem dos mecanismos sociais de acumulação de capital. O ato de reciclar, ainda significa muito pouco em relação à melhoria ambiental, mas isso não quer dizer que a ideia da reciclagem deva ser abandonada; ao contrário, essa constatação evidencia o tamanho do desafio que há pela frente (BRÜGGER, 1994)[1].
E isso tudo quer dizer, meus queridos, que reciclar não é o fator principal para a melhora no impacto que causamos no planeta. Temos que parar de consumir tanto. Não há outra forma a não ser essa. Precisamos reavaliar o que realmente nós precisamos para viver bem e feliz.
Parem para pensar. Reavaliem. Sejam o exemplo.
[1] Tirado do trecho do curso “Pedagogia da Energia” ministrado por Rafael Ninno Muniz em Santa Catarina. Para saber mais acesse Rafael Ninno Muniz