Sustentabilidade x Elefantes Brancos: Parque Olímpico da Barra

A localização do Parque Olímpico foi escolhida para, principalmente, aproveitar a estrutura utilizada nos Jogos Pan-americanos de 2007 (Parque Aquático Maria Lenk e Arena Olímpica do Rio) e construir outras arenas de modo racional, para que fiquem como legado para a cidade do Rio de Janeiro, já que após os Jogos, o espaço será destinado à população, como uma área de lazer aberta aos cariocas.
Vista aérea do complexo do Parque Olímpico – Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br

– Nossa preocupação é com a sustentabilidade, em não deixar “elefantes brancos” – afirmou Tânia Braga, Gerente Geral de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do Comitê Rio 2016.
Parque Olímpico, na Barra da Tijuca – Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br
Para entender por que o Parque Olímpico tem uma estrutura inovadora na questão Sustentabilidade, fomos convidados a dar um passeio por toda a extensão do Parque para verificar in loco toda a inovação aportada.
Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Começamos o tour pelo entorno do Parque, onde 73 mil metros quadrados de área estão sendo restaurados com vegetação de mangue e restinga, em um projeto de longo prazo. Um biólogo responsável faz uma ronda diária verificando a situação da fauna (se algum animal está em risco ou oferecendo risco a alguém). Diversos animais como pássaros e capivaras habitam o local de forma harmônica.
Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Área de Mangue e Restinga – Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Área de Mangue e Restinga – Foto: Leonardo Borges/Autossustentável

O Parque conta com espécies nativas de Mata Atlântica, adaptados ao clima da região e airrigação das plantas é automatizada com sensores de umidade do solo, economizando até 30% de água.

Toda a iluminação do Parque é feita com lâmpadas de LED, aliadas na otimização do uso de energia elétrica. O calçamento é de piso drenante (um deles de borracha reciclada que permite até 90% de infiltração), e também reduz o efeito “ilha de calor” nos dias mais quentes. Além disso, o piso tem boa durabilidade, baixo custo de manutenção e é considerado adequado para a acessibilidade de cadeirantes, com inclinações de no máximo 6%.
Piso Drenante - Foto: Rafael Sena
Piso Drenante – Foto: Rafael Sena/Comitê Rio 2016

A limpeza do Parque está à cargo de 33 cooperativas, com um total de 240 catadores de lixo, que fazem a separação dos resíduos.
A seguir, um pouco do que conhecemos de cada uma das instalações que foram construídas para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
CENTRO OLÍMPICO DE TÊNIS
Centro Olímpico de Tênis - Foto: Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio
Centro Olímpico de Tênis – Foto: Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio

O Complexo de Tênis seguiu o modelo modular, com arquitetura bioclimática – conceito que visa a harmonização das construções com o meio ambiente de forma a otimizar a utilização dos recursos naturais disponíveis (como a luz solar e o vento).

As duas quadras adjacentes com arquibancadas para 5 mil e 3 mil pessoas feitos com estruturas alugadas, serão desmontados ao final dos Jogos. Já o estádio principal, com capacidade para 10 mil pessoas, se tornará um centro de formação de novos atletas. A ideia é ajudar na criação de um novo ídolo para o esporte, tendo como inspiração a trajetória de Gustavo Kuerten, o Guga.
VELÓDROMO
Velódromo - Rio 2016 - Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Velódromo – Rio 2016 – Foto: Leonardo Borges/Autossustentável

O telhado do Velódromo foi construído com o objetivo de captar água de chuva, fornecendo água para irrigação dos gramados do Parque. A madeira utilizada para montar a pista onde os ciclistas vão correr tem certificação – vem de uma cadeia produtiva sustentável, e não contribui para o desmatamento ilegal. A madeira que sobrou da construção da pista, cerca de 147Kg, foi doada para um projeto social em Morro da Cruz, Porto Alegre. Foi feita uma escada para acesso a sede, bancos e brinquedos para as crianças do projeto.
ARENAS CARIOCAS
Arenas Cariocas – Foto: Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio
Depois que os Jogos terminarem, elas servirão de arena multiuso, ginásio experimental olímpico e centro de treinamento. A Arena Carioca 3 vai se transformar no GEO – Ginásio Experimental Olímpico – Escolas Municipais voltadas para a educação esportiva com capacidade para 850 alunos. O teto pode ser modificado para a utilização de iluminação natural. A Arena 2 vai ser um centro de treinamento e a Arena 1 será um centro de excelência esportiva com estrutura para até 12 modalidades.

Nessas arenas, também existe o aproveitamento da chuva e uma tela metálica na fachada permite que o ar circule e os espectadores tenham conforto térmico. Durante o dia, ainda há iluminação natural que favorece a iluminação no interior das arenas, aliviando o consumo de energia elétrica nos refletores.
ESTÁDIO OLÍMPICO DE ESPORTES AQUÁTICOS
Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos - Rio 2016 - Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos – Rio 2016 – Foto: Leonardo Borges/Autossustentável

Feito de estrutura que pode ser desconstruída e reaproveitada, e composta por 10 mil orifícios para a ventilação de ar natural e consequente economia de energia. Futuramente, se transformará em dois ginásios (um deles será descoberto), que serão instalados em áreas onde hoje não há opção para práticas de esporte.
ARENA DO FUTURO
Arena do Futuro - Rio 2016 - Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Arena do Futuro – Rio 2016. Foto: Leonardo Borges/Autossustentável
Instalação onde estão sendo disputadas as competições de handebol e golbol, é desmontável e se transformará em quatro escolas municipais para até 500 alunos cada em diferentes localidades da cidade do Rio de Janeiro.

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