Mudando para um condomínio: a retomada da aldeia global
Viver em uma casa é algo que nossos avós conheciam muito bem. Um espaço que é só seu, onde você tem total controle. Você é quem manda. Mas, hoje em dia, está cada vez mais difícil encontrar alguém que não tenha apenas uma parede ou um piso separando sua residência da residência do vizinho.
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Quando a pessoa mora em uma casa ou em um apartamento, casa geminada ou condomínio horizontal, os direitos em relação à propriedade do imóvel são mesmos: você é quem manda.
Mas na medida em que você começa a falar em convivência, com os outros que também são proprietários, isso muda completamente. Você passa a ter que respeitar outras vontades além da sua.
Enquanto é apenas um vizinho, basta não mexer na cerca. Quando o terreno, a casa ou partes do prédio são de propriedade de todos passamos a ter a necessidade de resolver tudo em conjunto. Decidir de acordo com a vontade de todos, todos pagam pelas despesas, todos precisam cuidar da morada comum e respeitar o espaço do outro.
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A maioria já viveu em condomínio e sabe como é diferente de uma casa. Você pode furar a parede que quiser, desde que dentro do horário permitido. Você pode ter piso laminado, desde que você calce seu salto na porta de saída e que os brinquedos dos filhos não façam barulho. Sabe aquela casinha de zelador que ninguém mais usa e você sonha em fazer uma horta? A ideia só vai se concretizar caso todos os proprietários concordarem, senão vai ficar como terreno baldio e abandonado.
Consenso passar a ser necessidade, assim como aprender a abrir mão de algumas coisas que você queria e aceitar que o outro existe, tem direito de dormir e de não passar o dia ouvindo sapateados sobre a sua cabeça.
Um agravante é quando alguém morre na família e deixa um único imóvel que todos os herdeiros serão proprietários em condomínio, ou seja, juntos! Uma casa, vários donos!
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A mistura dos sentimentos, daquele pensamento de “recebi uma herança!” mais o fator dinheiro é muito mais complicado. A venda nesses casos é a melhor opção porque liberta cada um para seguir o seu caminho.
Quando transpomos esse raciocínio para a nossa casa comum, o nosso planeta, percebemos o quanto estamos encrencados. É como se cada quarto fosse de propriedade de um herdeiro.
Cada herdeiro/país/ comunidade se acha no direito de decidir e fazer do jeito que bem entende no seu quartinho.
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As tentativas de reuniões globais têm obtido relativo sucesso, na medida em que muitos já estão se empenhando para que possamos cuidar da casa comum. Alguns, no entanto, não querem assumir essa realidade e continuam sendo os caciques dos seus quartinhos.
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Cidade de Mariana após rompimento de barragem de rejeitos de mineração. Imagem: Bombeiros MG/ Divulgação |
Estamos no momento da história em que precisamos entender que mudamos para um condomínio e aprender a conviver com os coproprietários da nossa casa.
Nossa casa, entendem? Nossa! Minha, sua e de mais sete bilhões de pessoas. Nós decidimos. Nós pagamos. Nós cuidamos.
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Precisamos de um objetivo comum, de um acordo de prioridades, de uma conversa aberta e um coração limpo. E muita, mas muita disposição para CONviver.
Fonte: Bolton Green Party |
No dicionário – Conviver: viver em proximidade, dar-se bem, ter uma vida em comum, ser próximo de alguém, viver em condomínio. Viver junto com alguém ou com algo (fato), mesmo que não concorde com o mesmo, mas já que este existe é importante que convivam.