Empreendedor faz próteses acessíveis com impressora 3D
Se existe hoje algo muito próximo da ideia utópica de um século XXI completamente imerso em tecnologias do futuro, certamente é a impressora 3D. O aparelho, que fabrica itens a partir de camadas sobrepostas de resina de plástico, se popularizou domesticamente nos últimos anos e tem seu uso estudado para a área de saúde, com a criação de próteses e guias cirúrgicas.
Assim é o caso de Thiago Jucá, 26 anos, engenheiro mecatrônico e empreendedor que usa a impressão 3D para criar próteses infantis que ajudam na autoestima e autonomia das crianças.
Além de receber encomendas, Thiago sempre acaba ajudando famílias que não têm disponibilidade financeira para comprá-las. É o caso de Vanclever Machado Vila Nova dos Santos, o Pepi, de 13 anos e morador de Sete Lagoas (MG). Ele nasceu sem o antebraço direito devido a uma má formação congênita e foi presenteado com uma prótese personalizada do personagem Homem de Ferro.
Foi numa feira de tecnologia que esta história começou. Thiago estava lá representando sua empresa de próteses 3D, com um novo modelo quando foi abordado por Rafael, primo do menino e também com deficiência (sofreu um acidente aos 11 anos de idade e perdeu o braço esquerdo). Thiago se ofereceu para desenvolver uma prótese para Rafael, mas ele sugeriu fazer para o primo, Pepi.
Por morarem em cidades diferentes, todo o processo de produção foi feito à distância. Para as medidas, Thiago decidiu pedir ajuda para os pais do menino. Eles enviaram as medidas e fotos do antebraço de Pepi. Com as medidas corretas foi desenvolver a prótese, que em 15 dias estava pronta.
A prótese é totalmente mecânica e tem em seu conceito tendões artificiais. Ela possui elásticos que permitem a posição de repouso e os tendões são feitos de nylon de multifilamento (é mais resistente). Para fechar a mão da prótese basta um movimento de alavanca para puxar os tendões.
Thiago, então, se dirigiu à Sete Lagoas para entregar pessoalmente a prótese. Pepi entusiasmado com o presente, prontamente colocou e logo conseguiu usar. “Sempre quis a sensação de ter o braço. Quando ganhei, me emocionei. Agora é muito mais fácil pegar um copo de água e outras coisas”, afirmou Pepi.
Já a mãe do menino, a costureira Dorca Rodrigues Machado disse: “A gente nunca tinha conseguido a prótese por falta de recursos financeiros. Depois que ele ganhou a prótese percebemos o quanto ele tinha dificuldade em algumas coisas e tudo ficou mais simples.”
Ações como essa são realizadas com o dinheiro arrecadado através de financiamentos coletivos. Quem quiser fazer sua doação para deixar mais crianças e adolescentes felizes, basta acessar o site da empresa. Já os que precisam e podem pagar, podem encomendar uma prótese – para dedos, braço, antebraço ou mão – também pela internet.
Por enquanto, a Protesis funciona em uma pequena sala de incubadora, mas a ideia é continuar produzindo próteses impressas em 3D, a preço mais baixo que o do mercado (R$ 300, contra R$ 1.500 dos produtos atuais de menor custo) e criar uma rede colaborativa para levar o produto a quem precisa.
Com informações de: UOL, Administradores, Tecmundo.
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