Imagine um Mundo Novo

2018 chegou. Estamos navegando em novas águas. Será que este novo período pode ser diferente?

Imagine um novo mundo!

Um mundo em que todas as crianças cresçam com uma compreensão profunda da vida ao seu redor. Onde todos nós possamos conhecer os animais e as plantas de nossos quintais, bem como conhecer a Floresta Amazônica, o Pantanal e os manguezais. Onde, apesar da tecnologia se desenvolver cada vez mais, nós nos voltamos cada vez mais para a natureza.

Imagem: Camila Grinsztejn

Buscamos um mundo novo onde nós não só conservamos a natureza, mas também a criamos em todos os lugares, onde vivemos, trabalhamos, aprendemos e nos divertimos. Onde parques e espaços abertos estão repletos de espécies nativas. Onde restauramos as rotas de migração de pássaros e borboletas. Onde os corredores de vida selvagem em cada cidade servem como as vias brônquicas e arteriais da vida.

Imagine um mundo novo, onde as cidades ricas em natureza servem como motores da biodiversidade. Onde os subúrbios em decomposição, os shoppings decadentes são transformados em eco vilas ricas em natureza. Onde os espaços vazios se tornam espaços de jogos naturais e jardins comunitários. Onde os arranha-céus se tornam fazendas verticais, com espirais e decks que produzem alimentos e enriquecem a saúde das pessoas e outros animais. Onde, através de biomimética [1], os ambientes construídos não só economizam energia, mas produzem sua própria energia, incluindo a energia humana – nas formas de maior produtividade, criatividade e saúde.

Imagem: Camila Grinsztejn

Imagine um mundo novo onde cada hospital oferece um jardim para cura, e pediatras e outros profissionais de saúde prescrevem o contato com a natureza. Onde a obesidade – de crianças e adultos – é reduzida através de experiências com o mundo natural.

Um mundo novo, onde a metodologia tradicional de educação não é decorar e passar no vestibular, mas maravilha e admiração pela vida. Onde a educação usa o poder do mundo natural para estimular nossas capacidades de aprender e criar. Onde “mentes híbridas” são nutridas, ampliando os benefícios sensoriais e criativos da experiência virtual e natural.

Imagem: Camila Grinsztejn

Onde cada escola tem um espaço natural em que as crianças experimentam a alegria de aprender através da natureza novamente. Onde os professores são encorajados a levar seus alunos em viagens de campo para as florestas, montanhas e riachos próximos. Onde os educadores sentem seu próprio senso de esperança e emoção retornando à sua profissão e aos seus próprios corações.

Imagine um mundo onde conectar as pessoas à natureza se torne uma indústria em crescimento. Onde novas empresas transformam nossas casas, nossos locais de trabalho, nossas vidas, através da natureza. Onde cada estudo econômico regional inclui o valor mensurável e imensurável de bacias hidrográficas e sistemas naturais, e os poderes restaurativos e curativos do mundo natural.

Um mundo novo, onde as crianças e os adultos sentem um profundo senso de identidade e pertencimento com as biorregiões nas quais vivem. Onde a história natural se torna tão importante como a história humana para nossas identidades regionais e pessoais; onde a história é definida menos pelas batalhas e guerras e mais pelas histórias de nosso parentesco.

Imagem: Camila Grinsztejn

Onde os seres humanos e outros animais já não vivem em oposição. Onde a natureza humana e o capital social enriquecem nossa vida diária e onde, como espécie, não nos sentimos tão sozinhos. Um mundo onde as crianças experimentam a alegria de estar na natureza antes de aprenderem a sua perda, onde podem se deitar na grama numa encosta por horas e observar as nuvens se tornarem os rostos do futuro.

Onde cada criança e cada adulto têm direito a uma conexão com o mundo natural e compartilha a responsabilidade de cuidar da Terra. Onde cada criança, independentemente da raça ou status econômico ou gênero ou identidade sexual ou conjunto de habilidades, tem a oportunidade de colaborar na criação deste futuro rico em natureza.

Imagem: Camila Grinsztejn

Imagine um mundo onde a força do nosso espírito não é medida pela especificidade da nossa linguagem, mas pelo cuidado e parentesco que compartilhamos uns com os outros e com nossas outras espécies na Terra.

 

 [1] A biomimética é a área que estuda os princípios criativos e estratégias da natureza, visando a criação de soluções para os problemas atuais da humanidade, unindo funcionalidade, estética e sustentabilidade. O princípio da biomimética é utilizar a natureza como um exemplo e fonte de inspiração, e não de apropriação similar às práticas da biologia sintética. A natureza deve ser consultada, e não domesticada, reforçando a ideia da sustentabilidade. Fonte: eCycle 

 

assinatura_Maria_Eduarda

 

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