Escolhas da Maternidade: Como pensar a sustentabilidade desde o berço?

Quando decidi engravidar, sabia de todas as consequências sociais e ambientais de colocar mais um serzinho neste mundo. Conheço algumas pessoas que optaram por não ter filhos, ou para manter um estilo de vida ou porque acreditam que assim contribuiriam com a super população e degradação do nosso planeta terra.

Eu decidi viver esta mágica experiência. Tentarei contribuir com minhas atitudes e ensinamentos para a minha filha, mostrando que podemos construir juntas um futuro diferente, e que ela poderá ajudar muito nisso.

Educar
Imagem: Creative Commons

Os desafios começam antes mesmo do bebê nascer! Comprar roupinhas, montar quartinho e por aí vai. Aqui em casa não tivemos muita opção, ela vai dividir o quarto com as outras irmãs e tenho certeza que será muito feliz com isso. Carrinho, banheira, berço, cadeirinha de carro e afins, tudo isso me deixava um pouco aflita. Resolvemos então (meu marido e eu) reutilizar o máximo que pudéssemos para dar utilidade a tantos itens que acabam sendo descartados, muitas vezes porque as mães não têm para quem repassar ou porque ficaram anos guardando para um próximo filho.

Fiquei muito feliz, pois conseguimos muitas coisas usadas e em ótimo estado, e ganhamos muitas roupinhas lindas de outras menininhas já empoderadas e cheias de opinião! Comprei roupas novas também, e isso foi algo que me chamou muita atenção. As lojas de departamento e as voltadas para o público infantil são feitas para enlouquecer mães de meninas. Muito mais opções de roupas, cores, estampas e sabores. Fico me perguntando o porquê disto tudo e se de alguma forma isso contribuiu para criar o estereótipo feminino tão enraizado na cultura ocidental.

Roupa bebê
Imagem: Creative Commons

A essa altura você já deve estar se perguntando: “o que ela vai fazer com as fraldas?”. Bem, já ia chegar lá. Comprei fraldas biodegradáveis para os primeiros meses de vida dela, pois o uso é extremamente intenso. Elas levam 5 anos para se decompor e são feitas de matérias primas renováveis. Um bebê recém nascido usa em média 8 fraldas por dia e ao longo de sua vida mais de 6000, sendo que as fraldas descartáveis levam até 500 anos para se decompor! Fico em pânico de pensar em contribuir para essa estatística e fazer parte da composição de um grande percentual em aterros sanitários. Depois vou testar as fraldas de pano e espero profundamente que consiga me adaptar a elas, e viver com minha consciência mais tranquila.

Fraldas de Pano
Fraldas de pano são uma opção às fraldas descartáveis e a todo resíduo que estas últimas geram. / Imagem: Creative Commons

Ainda existem diversas outras questões das quais nem me preparei ainda, como o uso de produtos de higiene e das opções comuns ou naturais e biodegradáveis. Sem contar com os brinquedos, futuros resíduos sólidos que muitas vezes não ficam em estado para doação ou reciclagem. Vejo também muitas alternativas bacanas surgindo por aí, feitos de madeira, papelão e afins. E o uso dos eletrônicos então? Este daria outro artigo inteirinho para falar sobre ele.

Brinquedos
A vida útil dos brinquedos também é um quesito que merece muita atenção. / Imagem: Creative Commons

Busco uma vida equilibrada e saudável, por isso me pego pensando se conseguirei resistir às tentações como comprar biscoitos e outras dezenas de facilidades embaladas e vendidas em camadas de plástico. E se os orgânicos continuarão sendo minha prioridade, diante do aumento considerável de compras depois da introdução alimentar. Acredito que o ideal é prezar sempre pelo bom senso e acesso como facilitadores das minhas escolhas e ações diárias.

Na verdade educar não é uma tarefa fácil, e temos sim opções mais sustentáveis. É apenas uma questão de escolha, prioridade e valores. O universo infantil pode ser a alegria para o mercado do consumismo e da obsolescência programada ou uma porta para mudanças profundas na forma de se relacionar, produzir e consumir.

Poder materno
Imagem: Creative Commons

Mais uma vez, está em minhas mãos o poder de escolha e sermos ativas para uma mudança de paradigmas e padrões. Basta ter convicção de quais valores quero passar para minha filha e como posso impulsionar neste sentido, e principalmente, como posso influenciar e apoiá-la para que ela seja capaz de fazer suas próprias decisões e escolhas.

Seguem algumas opções legais que encontrei e que gostaria de compartilhar com vocês:

Herbia – Fraldas ecológicas e cosméticos naturais.
Vendas online e pontos de vendas específicos por cidade.
http://www.herbia.com.br/

Morada da Floresta – Fraldas de pano.
https://bebesecologicos.eco.br/fraldas-ecologicas/

Pindorama Brinquedos Educativos.
https://pindoramabrinquedos.com.br/

Em São Paulo existem diversas opções e lojas de brinquedos sustentáveis e educativos.
Na internet são vastas as opções para compras online com entrega em todo Brasil.

Padaria dos Bebês.
https://padariadosbebes.com.br/

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Saiba como colocá-lo nas referências:

LAZZAROTTO, Aline. Escolhas da Maternidade: Como pensar a sustentabilidade desde o berço?. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/08/escolhas-da-maternidade.html>.

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