O Mínimo Necessário

Há muito que venho pensando e pesquisando sobre minimalismo: na decoração, no vestuário, na vida. Parece mais coerente com a sustentabilidade que eu busco para a minha realidade. Viver com menos é uma proposta que ouço do meu marido desde que nos conhecemos. E o caminho ainda não foi concluído.

A primeira imagem que vem à cabeça quando penso em minimalismo é uma sala toda branca, poucos móveis, poucos objetos. Só o necessário. Mas o que precisamos ter de fato em uma sala? Tudo depende do estilo de vida que você leva. Se você gosta de receber pessoas, é provável que você tenha um aparelho de jantar de 12 peças, o mesmo número de talheres, copos, xícaras, etc. Isto requer um móvel com espaço suficiente. Se o apartamento funciona como um local para repouso, a sala talvez precise apenas de um sofá para dois ou uma rede.

Imagem: Creative Commons

Se transportarmos isto para os outros cômodos ou mesmo para o orçamento doméstico perceberemos mais um punhado de despesas que fomos acrescentando e necessidades que fomos criando.

E para “destralhar” ou desapegar depois de tanto acúmulo é um trabalho árduo. Muitos sequer conseguem cogitar a vida sem aquele monte de objetos, compromissos, eventos, móveis, despesas e ideias. O apego e o hábito andam juntos nesta seara.

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Mas um belo dia você olha para os lados e percebe que algumas coisas não fazem mais sentido, você cansou de ver os mesmos objetos, está atolado dentro de cômodos lotados de coisas que você já nem usa mais ou pior, que comprou e nunca usou.

Neste lapso de consciência após um grande período de distrações, você percebe que precisaria de muito menos para viver: muito menos mobília, muito menos objetos, muito menos dinheiro, muito menos comida (talvez manter a quantidade, mas substituir a qualidade).

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O problema é que este momento também passa. Talvez você até tenha se livrado de alguns bibelôs, alguns livros, algumas meias furadas e daquele móvel que só servia para colocar bagunça. Mas em pouco tempo você muda de foco e passa a colecionar outro tipo de objetos, despesas e hábitos.

Imagem: The Awkward Yeti

O que mais percebo no relato dos mais idosos já aposentados e os que pretendem se aposentar é a queixa do baixo valor dos benefícios. A média de valores pagos pelo INSS em 2016 foi de pouco mais de R$ 1.280,00, sendo que 68% dos aposentados recebem um salário mínimo. Independente dos motivos que geram esse valor baixo, a reflexão aqui é: você está preparado para se aposentar e viver com pouco mais de um salário mínimo?

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A maioria das pessoas sonha em parar de trabalhar ao aposentar, mas essa é a realidade de cada vez menos pessoas. As necessidades que criamos requerem cada vez mais dinheiro, assim como a vida boa que sonhamos para recompensar tantos anos de trabalho. Esse tem sido um choque de realidade para aqueles que chegam nessa idade e descobrem o valor dos seus rendimentos.

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Seja por opção ou por falta de opção, tornar a vida mais simples e realizar algum desapego periodicamente se tornou uma necessidade de sobrevivência. Questionar hábitos, minimizar consumo (de objetos, de status e de padrões de vida), repensar a forma como vivemos e equipamos nossos espaços e enxugar custos.

Os antigos já diziam que a mudança pelo amor é mais fácil. Estamos em um momento histórico que requer mudanças, mas alguns ainda não perceberam ou não quiseram ver. O cuidado com as nossas escolhas hoje pode ser, enfim, um grande passo em direção à uma velhice mais tranquila. Quanto mais responsáveis formos hoje, mais condições de adaptação teremos futuramente.

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STEFFEN, Janaína. O Mínimo Necessário. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2018/11/o-minimo-necessario.html>.

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