Qual importância de uma educação slow em um mundo cada vez mais fast?
Não faltam indícios de que nosso mundo está em um ritmo cada vez mais acelerado: informação acessível praticamente o tempo todo, processos produtivos que funcionam ininterruptamente e pessoas que não sabem o que é ficar uma tarde inteira apreciando apenas o ócio.

Vejo reflexos dessa pressa o tempo todo nas escolas. Pais que querem seus filhos alfabetizados antes dos 4 anos de idade, crianças que não têm tempo de brincar e currículos com conteúdos extremamente empacotados e padronizados para maximizar o desempenho dos alunos e da escola sem perder tempo.

O educador Maurice Holt escreveu um artigo no qual ele compara escolas a restaurantes.
“A função do alimento é nutrir o corpo enquanto a da educação é nutrir a mente”, diz o autor.
Se a escola é como um restaurante, hoje muitas delas fazem parte de uma grande rede de fast food. Rapidez e padrão em entregar produtos e conteúdos; maximização de lucros e de desempenho escolar; comidas e currículos pouco nutritivos; funcionários e alunos submissos e pouco críticos.

Em contrapartida, surgem movimentos e escolas que se propõe a fazer diferente. A ressignificar seu espaço e as experiências de seus alunos e comunidade. Escolas que buscam formar seres críticos, individuais e únicos, valorizando as diferenças e o potencial de cada um.
Quer uma sugestão para sua escola desacelerar? Comece uma horta.

A prática de preparar a terra, plantar e cuidar de uma beterraba até que ela esteja no momento certo de colher quebra totalmente com a noção de tempo com que as crianças estão acostumadas. O tempo da natureza é outro e não conseguimos controlá-lo. Eles terão que lidar com a frustração de uma planta morrer, compreenderão (na prática) a sazonalidade dos alimentos e valorizarão muito mais o processo do que apenas o resultado final. E tenho certeza que será uma experiência transformadora não apenas para os alunos, mas para educadores, famílias e toda comunidade escolar.
Que tal termos pressa para desacelerar?
Parabéns!!!
Fantástica esta ideia,
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