Dia Mundial Sem Carro – E o que eu tenho a ver com isso?
Hoje, dia 22/09, é comemorado o Dia Mundial Sem Carro, também conhecido internacionalmente como World Car Free Day. Criado na França em 1997, já no ano 2000 foi adotado por vários países europeus, em 2001 pelo Brasil e hoje tem proporções mundiais.
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Mas você sabe qual o propósito dessa data? O Dia Mundial Sem Carro foi criado com a finalidade de estimular uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel, trazendo com isso a oportunidade para as pessoas que dirigem sempre experimentarem formas alternativas de mobilidade, descobrindo que é possível se locomover pela cidade utilizando outros meios de transporte.
Muitas cidades do mundo realizam campanhas para que seus motoristas se conscientizem em deixar seus automóveis em casa, utilizando bicicletas, transporte público, o sistema de rodízio de caronas (em que cada dia da semana uma pessoa é responsável por levar um grupo que compartilha da mesma rota) ou mesmo indo a pé até seus trabalhos, escolas ou compromissos sociais.
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Isso porque muitas vezes a rotina e a correria do cotidiano nos demandam tanto tempo que entramos no “modo automático” e não percebemos a repetição de alguns padrões sociais que acabamos naturalizando no nosso dia a dia, como a elevada dependência que alguns de nós desenvolvem em relação aos automóveis. Os carros são uma formidável invenção (principalmente para transportar pessoas com restrição de mobilidade, idosos, bebês e quando precisamos transportar coisas pesadas e grandes), a má utilização deles é que vem representando um crescente problema para a sociedade e para o planeta.
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O problema começa com a aceitação da ideia de que ter um carro representa ser bem sucedido, parece que ao comprar um carro e dirigir sempre você ascende no status social, é um selo invisível que, infelizmente, reproduzimos sem perceber. Essa valoração promovida e propagada pela indústria automobilística transformou o automóvel em um dos principais símbolos de individualismo das últimas décadas; e o incentivo governamental deu aquele empurrãozinho para que as cidades ficassem congestionadas, poluídas e estressantes.
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Outros fatores também contribuíram fortemente para o uso massivo de automóveis, como o planejamento das cidades ser voltado a atender prioritariamente a automóveis; e a infraestrutura brasileira ser fundamentada em rodovias em detrimento de ferrovias e hidrovias, estas sequer saíram do papel, enquanto aquelas sofreram grande desmantelamento. E essa logística tem altos custos para a economia do país, mas isso é assunto para outro post.
Fonte: Geografia em Foco |
É claro que, o despertar consciente da população e a mudança de comportamento não acontecerão automaticamente em um passe de mágica de um dia para outro, mas o intuito é que mostrar que existe e é possível o deslocamento além do volante. A ideia é chamar atenção também para os transportes públicos e em como eles precisam ser melhorados, quanto mais gente exigindo seus direitos, mais forte a corrente fica e mais fácil os gestores públicos tomarem providências a respeito. Precisamos de planejamento e políticas públicas eficientes para que o uso do transporte público e da bicicleta se difunda e massifique.
Com informações: Brasil Escola, Mundo Educação, Vá de Bike.