Dicas para Começar uma Alimentação Saudável e Sustentável

Estabelecer uma rotina alimentar pautada em saúde e responsabilidade ambiental tem sido a busca diária de muitos. Em contrapartida, vivemos cada vez mais o cenário de insegurança alimentar.

O país tem apresentado índices elevadíssimos de fome e escassez. Para compreender tal cenário de escassez e mesmo de miséria que acomete muitas famílias, basta observar o entorno. Com a pandemia, a perda de empregos, o baixo ou nulo interesse governamental em reverter a situação de dificuldades de muitos brasileiros em manter o básico de uma alimentação, praticar uma alimentação sustentável e saudável fica ainda mais delicado e para muitos parece até impossível.

Fonte: Print de reportagem vinculada pelo portal G1 em 05/10/2021.

Quando pensamos em praticar sustentabilidade e experimentar saúde através da alimentação, é preciso ter em mente que isso só se torna realidade de fato quando todos podem ter a mesma possibilidade. Do contrário, sempre manteremos o desequilíbrio e a mesma visão limitada e dual de que alguns merecem e outros não. Essa ideia de “ter direito” à saúde e sustentabilidade não pode ser aplicada com um senso de propriedade. A aplicação prática e eficaz disso precisa nascer a partir de um “senso de humanidade”.  Pode parecer um discurso bem utópico, mas, habitamos a mesma “casa planeta” e o que acomete a um, de alguma forma, chegará ao outro.

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2 propõe acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. Até 2030 a meta se estabelece em acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas a uma alimentação segura. Notamos que o tempo corre e está curto. Na verdade, estamos bem atrasados!  Para além de metas, precisamos de práticas e mudanças urgentes em hábitos e sistemas de produção. Precisamos de políticas públicas de fato interessadas e nutridoras. É preciso ainda uma mudança de consciência. Cada um é o todo e o todo depende da ação de cada um.

Imagem: A Economia B

Uma forma de caminhar por esse terreno da alimentação sustentável e saudável, com consciência e responsabilidade, maximizando o olhar para o todo consiste em começar na cozinha de casa, tendo a mesma como uma central de apoio. Sim! Sua cozinha se torna uma central de apoio quando os serviços que você usa e os alimentos que adquire cooperam com outras comunidades e famílias. O uso inteligente dos recursos como água e luz também entram para a conta. O compartilhar de alimentos, o senso de usar o necessário também viabiliza transformação e mudança de cenário.

Dicas práticas para a jornada de cooperação através de uma alimentação sustentável e saudável:

  1. Opte por comprar de famílias produtoras locais. Muitas cultivam orgânicos mesmo nas grandes capitais. Pesquise, busque, empodere.

    Imagem: Freepik
  2. Se for adquirir produtos industrializados, escolha empresas ambientalmente responsáveis. Entre nos sites, pesquise. Muitas até oferecem um telefone para retirada de dúvidas. Observe que tipo de ações as empresas escolhidas patrocinam e participam. Nós financiamos o cenário ambiental através do que compramos e consumimos. É preciso assumir essa co-criação.
  3. Use integralmente os alimentos! De talos a cascas e sementes.
  4. Evite desperdício! Tenha senso de medida apurado. Não deixe estragar alimentos, não compre demais e se isso ocorrer, doe. Quando desperdiçamos, vale aquela máxima da mãe e da avó “alguém não tem o que comer”. Parece clichê, mas é a dor e a vida de alguém.
  5. Não desperdice recursos como água e energia elétrica. Abra a geladeira de uma única vez, pegue seus alimentos. Apague as luzes quando não estiver no local e retire o que puder da tomada. Não adianta fazer feira orgânica se a água corre sem controle pela pia e a luz fica acesa sem que a cozinha esteja em uso. Toda a ideia de sustentabilidade “vai pelo ralo” assim.
  6. Use sacolas retornáveis para suas compras, mas preste atenção no conteúdo interno. Uma sacola bonita de pano com estampa de árvore e que contém muito plástico e alimentos de empresas nada responsáveis ambientalmente volta a ser como uma sacola plástica.

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  7. Compre a granel e aproveite seus potes de vidro. Esqueça os saquinhos oferecidos.
  8. Opte por uma alimentação que não cause danos, dor ou sofrimento a outras vidas. Não é segredo que o desmatamento cresce para cultivo de pastos e plantação de soja para nutrir os animais que vão para abate. Pesquise e assista documentários sobre como são feitos os abates e logo mudará a forma de ver a alimentação. Vale para a produção massiva de ovos e leite. Não há saúde. Só dor, sofrimento.
  9. Leve marmita, cozinhe e compartilhe alimentos. Essa prática, além de oferecer saúde e integração, oferece a possibilidade de praticar autonomia e organização. Se for almoçar em algum lugar, preste atenção em como esse local cuida de seus resíduos, trata seus colaboradores e se usa muitos descartáveis. Parece complicado e excessivo, mas de nada adiante a sacola sustentável, a feira orgânica, se você financia empresas que, por exemplo, descartam óleo de cozinha em algum bueiro.

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  10. Participe de grupos e comunidades que viabilizam alimentação para todos: se a comunidade possui um restaurante e você está próximo, vá conhecer. Vá em algum evento de doação de alimentos para ser voluntário e vá, não como máxima de caridade, mas para viver a realidade do outro e treinar empatia prática. Se não puder ir, coopere doando o que puder.

São inúmeras formas de fazer girar a saúde (que sabemos bem que não se refere apenas à ausência de doenças, mas também a como nos integramos a tudo e todos) e a sustentabilidade. Começar pelo prato, pela cozinha, pode ser o motivador de outras posturas. Que tal?

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AMORES, Valéria. Dicas para Começar uma Alimentação Saudável e Sustentável. Autossustentável. Disponível em: <https://autossustentavel.com/2021/11/dicas-para-comecar-uma-alimentacao-saudavel-e-sustentavel.html>.

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